Sistema de governo exaurido e de espesso sintoma de veleidade
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
Quando os EUA hasteou sua bandeira
dentro do território cubano lembrei-me das fantasiosas pregações dos
paquidermes contrários ao reinicio de relações diplomáticas entre os dois
países, depois da crise dos mísseis, entre eles, os EUA, com instalação de base
em Cuba, pela União Soviética em 1962, momento em que ocorreu um grave estremecimento
de relações entre as duas maiores potencias e
o momento era de extrema tensão pelos
países recém-saídos de uma guerra mundial com enorme baixa de recursos humanos
e materiais.
O ano de 2015 está sendo o ano da
reabilitação americana tanto no campo diplomático como na área econômica, sua
economia em crescimento, perspectivas de cobrança de aumento nas taxas de
juros, com possibilidades de alavancagem de investimentos por parte de
investidores internacionais, para desespero dos países emergentes que contam
com esse tipo de aportes para incrementar seus negócios e manter suas economias
em regime de crescimento, caso específico do nosso país.
Agosto nunca foi um mês visto como um
exemplo de grandes feitos ou realizações meritórias, sempre tomadas por noticias
tristes e de efeitos danosos ao patrimônio histórico e político para o Brasil.
Grandes tragédias marcaram o mês de agosto, com acidentes de grandes montas,
perda de personalidades que marcaram a história nacional, um presságio que toma
conta do nosso ideário, normalmente acompanhado de catástrofes.
Temos percebido, muito embora estejamos
ainda na metade do mês, esse tem sido um dos mais terríveis nos últimos tempos
para o governo brasileiro. Depois do recesso parlamentar a pressão do
Legislativo sobre o Executivo continua forte apesar do recuo no comportamento
do presidente do senado e consequentemente presidente do Congresso Nacional,
senador José Renan Vasconcelos Calheiros, pressionado pela possibilidade de ser
inquirido no processo Lava Jato, passa a trabalhar de forma menos contundente
contra o palácio do planalto, desafogando um pouco a crise que paira sobre o
executivo, não obstante, a terrível ação do presidente da Câmara Federal,
deputado Eduardo Cosentino da Cunha, tentando emplacar qualquer processo que
possa vir a se transformar no impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff,
uma obstinação do deputado Cunha desde que ele se sentiu largado e
desprestigiado depois que foi citado no processo Lava Jato.
Essa situação de ranço entre os poderes
nada traz de positivo para o Brasil e os brasileiros, pelo contrário, cria um
clima de instabilidade política, travando, dessa forma, várias possibilidades
de avanço para o país, por conseguinte, acarretando reais possibilidades de
desestímulos e receios para aqueles que querem confiar na estabilidade do país,
ainda, o comportamento dos nossos gestores só faz tornar público o mal estar
generalizado entre aqueles que deviam pregar e trabalhar em harmonia e
consenso. Nada mais despropositado que esse comportamento, de certa forma até
infantil, de quem se espera tanto amadurecimento nas atitudes, um fato
inequivocamente estarrecedor, pois, não estamos falando de adolescentes, mas,
de pessoas que dirigem os destinos de uma nação do porte do Brasil. Não é muito
pedir para que esses políticos respeitem pelo menos os eleitores que sufragaram
seus nomes nas urnas, e esses não estão sendo nada parcimoniosos.
Enquanto estou escrevendo esse texto, as
ruas do país são tomadas por movimentos de manifestações contrárias ao governo
atual, as Capitais são mostradas como maiores focos de insatisfações, e por
isso, buscam uma alternativa que seja viável em substituição ao modelo que se
exauriu, muito mais pela fadiga dos erros de ações dos protagonistas do puder,
que o tempo exercido. Uma verdadeira tragédia humana quando um povo passa a não
suportar o fracasso de um governo medíocre, impopular, truculento nas suas
avaliações e prepotente nas decisões, com total ausência de crítica própria.
O mundo é testemunha da incapacidade de gestão
do governo em andamento, entretanto, ele, o governo, se sente acima da crítica
e das Leis, agem como se a ira das ruas não fosse com ele, como se o seu
governo não fosse mambembe, como é visto por 71% da população, aceito por
apenas 7% de simpatizantes, talvez esse número faça parte do universo dos que
se locupletam das benesses do governo, achando, portanto, aceitável que o povo
pague por uma conta que não é sua, mas, daqueles que se enveredaram por
descaminhos e desserviços à nação, e, sem dúvidas, fazem parte do núcleo do
sistema que aí está e quer continuar, custe o que custar.
Voltando ao primeiro paragrafo, não é de
se admirar e entender o despeito dos que tratam os EUA que tiveram a
competência de superar a crise e voltar ao ritmo normal de crescimento,
enquanto os invejosos simplesmente continuam atolados na lama por eles mesmos
criados e nem imaginam que superação é sinônimo de trabalho, luta e
inteligência, adjetivos que não fazem parte da vida dos néscios.
Escritor e Poeta/www.genivaldantas.com
Sistema de governo exaurido e de espesso sintoma de veleidade
Reviewed by Clemildo Brunet
on
8/17/2015 03:44:00 PM
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