A política tentando se equilibrar no resto de esperança
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
No meu último trabalho, “Há uma
crise inconteste entre a Presidência, o Congresso e as ruas”, fiz uma reflexão
sobre a reedição do CPMF, o famigerado imposto sobre operação financeira. Hoje
quero falar a respeito do dirigismo existente na economia brasileira,
principalmente no aspecto das suas práticas realizadas de forma incontestavelmente
distorcido e mal dirigido, cujos resultados são questionáveis e até mesmo
contestados até mesmo por seus apoiadores menos fanáticos.
As alocações de recursos em
empresas tidas como as TOP do mercado teve um resultado devastador sobre toda a
economia, foi feita uma seleção aleatoriamente, sem nenhum critério técnico,
baseado no favorecimento de afilhados, em segmentos de mercado pontuais, e
o
retorno do aporte de Capital para essas empresas virou empréstimos duvidosos
com recebimentos mais incertos ainda.
A celeuma criada sobre esse
assunto foi desgastante para a área econômica do governo central, tornando-se
até tema de discursos da oposição, sobre o tema, merecidamente, pela falta de
zelo e cuidados com o erário público, pois, todo dinheiro utilizado pelo BNDES
é de origem do tesouro que é sempre obrigado a repor volumes de numerário que
saem do caixa do banco e não há o retorno esperado, essa exceção da regra,
normalmente ocorre em situações anômalas como a que estamos falando.
Os vários erros de gestão
cometidos pela administração federal trouxe uma desconfiança muito grande por
parte do grande público brasileiro, são inúmeros os casos citados diariamente
pela imprensa nacional, tornando a popularidade da presidente Dilma muito
baixa, pior que isso, com um grau de desconfiança assustador, não que se
desconfie da pessoa física da presidente, mas, sua gestão é se longe uma das
mais claudicantes que tivemos, ou que temos, em toda história da velha e nova
República. Esse fato tem resultado em situações embaraçosas para o comando do
governo.
Há uma corrente entre políticos
de oposição que trabalham com a possibilidade de impeachment, baseado nas
famosas pedaladas fiscais, assunto que está sendo visto pelo TCU (Tribunal de
Contas da União), além da forma não tão republicana, como a reeleição da
presidente foi costurada, com falta da verdade absoluta sobre a situação
econômica do país e sua gravidade, sendo desfraldada apenas depois do resultado
das eleições, em novembro último, depois do assunto consumado. Esses fatos
tornaram a sobrevida da presidente no cargo temerária, por diversos aspectos,
tornando o PT (Partido dos Trabalhadores), seu endossante direto, pois é sua
filiada, e ele, o partido, o principal bloco de apoio, componente da base
aliada.
Sou da opinião que não é hora
de embate político, é o momento de alianças criteriosas, honestas e profícuas
para darmos uma solução dos problemas criados pelo executivo, não de forma
consciente, não acredito nessa possibilidade, mas de caráter irresponsável, por
não ter criado mecanismos possíveis de detectar desvios de comportamentos e
falta de ética de uma boa parte dos seus séquitos, desprovidos de qualquer
moral e conduta dos bons costumes, se prevaleceram dos cargos e saquearam os
cofres públicos em situações distintas e diferentes, mas com resultados
idênticos, principalmente nos dois maiores casos de corrupção já levantado no
mundo dos barnabés, que é o Mensalão e o Lava-Jato, de tão promíscuos viraram
símbolo da devassidão.
Com o resultado do STF (Supremo
Tribunal Federal), ontem (17), tornando inconstitucional o financiamento de
campanha eleitoral, parte dos problemas relacionados aos futuros financiamentos
estão resolvidos, entretanto eles não foram eliminados, sempre há brechas nas
leis. O que temos que resolver é a pendenga que ficou com as falcatruas feitas
até agora e sob a mira da Lei. Não desejamos que seja feito um julgamento
precoce com a condenação sumária da presidente, não obstante, a falta de alguma
condenação trará uma malefício enorme ao mundo político nacional, nesse caso,
nem o céu nem o inferno, que seja feito a vontade da Lei, mas, que seja feito
dentro da sua competência e critério, sem arroubos, sem ideologismos, que
prevaleça o bom senso e a verdade absoluta.
A oposição não deve se sentir
confortável para tomar qualquer medida condenatória, é bom lembrar, num passado
recente, quando era poder, a atual oposição, leia-se PSDB, maior partido de
oposição em atividade, cometeu também seus pecados, não na mesma proporção que
o atual governo, mas de forma não muito Republicana, principalmente na
reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, deixando ruídos na
comunicação na compra de votos no Congresso Nacional, e na história
reminiscências e dúvidas até hoje não esclarecidas.
*Escritor e Poeta
www.genivaldantas.com
A política tentando se equilibrar no resto de esperança
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/19/2015 06:39:00 AM
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