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Eles só querem viver em paz

Onaldo Queiroga
Onaldo Queiroga*

O mundo mergulhou numa crise nebulosa. A Europa atravessa uma das piores no âmbito migratório, que apresenta-se como assustadora e dramática. São sírios e iraquianos que deixam seus países e tentam refúgio no Velho Mundo.
Conflitos armados promovem o explosivo fluxo migratório para a Europa nos últimos meses. Dados apontam para mais de quatro milhões de sírios fugindo o Velho Continente. Apesar de uma parte ter se refugiado no Líbano e
outra na Turquia, é a Alemanha o destino mais sonhado.
Esse povo busca escapar do caos da guerra civil agravada com o poder armado do Estado Islâmico. É um povo sofrido, pois já convive há muito tempo com guerras, invasões jihadistas e perseguições étnicas. Dados dão conta de que nos últimos quinze anos, cerca 1,2 milhões de pessoas migraram para a Europa. Mas, o que houve para justificar essa explosão migratória dos últimos dias? A briga do poder pelo poder. A interferência das grandes nações. A violência contínua gerou a insegurança perpétua. A vida estagnou. Em casa, na escola, no trabalho, nas ruas, sempre um risco iminente. Para os jovens, um caminho cruel: tornarem-se buchas de canhão do ditador Bashar al-assad, ou então, das milícias. Os que conseguiram chegar à Europa enviam notícias via internet, demonstrando possibilidades de continuarem sonhando por dias melhores.
Eles amam a terra natal, mas a insanidade da tirania fez da pátria um chão de terror e de desesperança. O povo cansou, e, desesperado, arrisca-se, entregando-se aos traficantes de pessoas. Em balças e barcos precários, lançam-se numa travessia apocalíptica pelo Mar Mediterrâneo. O cenário é de horror. Um caminhão furgão foi encontrado a caminho da Alemanha com 58 pessoas mortas. A escuridão, a ausência de oxigênio e a loucura dos poderosos sufocaram a esperança e os sonhos dessa gente.
Naufrágios espalham corpos pelo mar e pelas areais das praias. Foi duro olhar o pequeno corpo de Aylan Kurdi desfalecido nas areias de uma praia da Turquia. Ele, seu irmão e a mãe não sobreviveram à travessia. Restaram, apenas, as lágrimas do pai. Eles só querem viver em paz. O mundo deve ser mobilizar, antes que seja tarde!
*Escritor pombalense Juiz de Direito da 5ª Vara cível de João Pessoa PB

onaldorqueiroga@gmail.com
Eles só querem viver em paz Eles só querem viver em paz Reviewed by Clemildo Brunet on 9/20/2015 04:39:00 AM Rating: 5

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