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Ninguém mergulha duas vezes no mesmo rio

João Costa
João Costa*

Para sua consideração – “Quem vai partir/quem vai chegar/É o trem das sete horas”, eis um trecho de uma canção do velho Raul Seixas. A história é recorrente, repete-se como farsa, dizem analistas políticos; mas o trem da História parece parar nas mesmas estações. Eis que a Alemanha decidiu alojar refugiados sírios em prédios que integravam complexos de um campo de concentração na Segunda Guerra. Os mesmos prédios, onde há mais de 70 anos eram confinadas famílias judias, ciganas, comunistas, homossexuais aprisionados no leste europeu; agora
abrigam muçulmanos – os indesejáveis da Europa no momento. A informação é da revista Der Spiegel.
Por outro lado, tem um ditado milenar que diz: ninguém mergulha duas vezes seguidas no mesmo rio. Como a água é corrente; o rio não é mesmo, mas é água. A Europa pode não ser a mesma, mas continua sendo Europa – xenófoba secular. Os procedimentos: no deslocamento de grandes massas humanas para o trabalho escravo sob o 3° Reich, a Germânia carimbava pessoas, colocava crachás para diferenciar judeus de comunistas; estes de ciganos e também estes de homossexuais. Os refugiados, que hoje seguem para a Europa, passam pelo portão de entrada, que é a Hungria. Lá, os muçulmanos são carimbados, fazendo ressuscitar a velha prática do Reich.
Primeiro, os países da Europa apoiam e participa dos bombardeios norte-americanos na Síria, o que está causando esta catástrofe humana de refugiados, exatamente para dentro da Europa. Um refugiado deixa para trás a morte; tem como futuro certo também a morte; sobreviver é loteria.  “O trabalho Liberta”, era a frase de saudação na entrada dos campos de concentração do 3° Reich. Eufemismo escroto; diga-se. A Europa precisa de mão de obra barata, que agora bate feito ondas de um mar agitado. Efeito colateral.
Na sequência do 11 de Setembro, Lá em 2001, a “questão islâmica” foi colocada em pauta, da mesma forma que a Germânia pautou a “questão judaica” no final dos anos 1930. Para encurtar o papo: a Europa envelheceu, tanto a população como o pensamento. O problema é que o espermatozoide islâmico é mais fecundo que o cristão; assim, nos próximos 20 anos a Europa será islâmica. As famílias de refugiados sírios, líbios ou africanos, buscam vida na Europa, da mesma forma que europeus buscam vida aqui nos trópicos. Bem, se serve de consolo, campo de concentração não é invenção germânica. Os ingleses são seus inventores, e aplicavam as mesmas técnicas de confinamento, marcação de identificação e segregação. Onde? Na África e na China.  
Assim Caminha a Humanidade!

 *João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Ninguém mergulha duas vezes no mesmo rio Ninguém mergulha duas vezes no mesmo rio Reviewed by Clemildo Brunet on 9/16/2015 03:38:00 AM Rating: 5

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