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Imponderável é não aprender com os erros cometidos

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Com as derrotas no STF (Supremo Tribunal Federal), TSE (Tribunal Superior Eleitoral), CGU (Controladoria Geral da União) e o Congresso Nacional, imaginei que o Governo Federal tinha definitivamente chegado ao fundo do poço, ledo engano. Agora o MPF (Ministério Público Federal) anuncia rascunhos de pedaladas fiscais relativo ao em exercício em curso, 2015, cujos detalhes estão sendo levantados, alguns bilhões de Reais usados pelo governo junto aos bancos públicos, nesse caso, é
a recorrência que leva seus autores à improbidade administrativa.
Usarei o eufemismo, caso impensado, para não ser descortês com a autoridade maior de nossa Nação, partindo do pressuposto que tudo que é autorizado pelo Palácio Central, em termos de recursos da União, tem que haver sua rubrica ou de um seu representante legal, legitimando as ações governamentais. Esse é apenas mais um fato que volta a por a atual administração no olho do furacão que insiste em permanecer no entorno do planalto central.
O Jornal O Estado de São Paulo, no último domingo (11), trouxe algumas matérias de especialistas e editoriais, fazendo uma verdadeira análise, fiel ao momento dramático que vivemos, sem aplacar nenhuma instituição, nem foi indulgente para com qualquer autoridade no exercício dos seus cargos. Não é de hoje que temos consciência que a situação só se agrava, uma verdadeira instabilidade foi instalada, tanto no campo político como econômico, travando qualquer ação que possa vir em socorro aos gravames da economia nacional desprovida de qualquer gesto ou ação governamental que possa ser peremptório a sangria que há no orçamento tão comprometido, e comprometedor para o fechamento do atual exercício fiscal.
A bancarrota é inconteste, aquilo que parecia a salvação da educação, com seus royalties, se transformou numa incógnita, continuamos apostando no famigerado Pré-sal, prospecção de combustíveis fósseis em águas profundas, como matriz energética, óleo e gás, enquanto outras potências mundiais já estão avançadas e redirecionando seus recursos financeiros em alternativas mais viáveis e atualizadas, com previsões para o futuro como um uso de combustíveis mais limpos e renováveis, como o biodiesel, álcool, elétrico, eólica, solar, ou híbrida. Sabemos da utilização dos combustíveis fósseis, além de não serem renováveis, têm uma série de inconveniências apontadas pelos defensores da natureza e sua sustentabilidade que desaconselha investimentos maiores nesse setor, por absoluta falta de retorno, conforme projeções, para um futuro bem próximo. Seria de bom alvitre direcionar o potencial da Petrobras no desenvolvimento de projetos em busca de alternativas para os tradicionais produtos fósseis numa gradual substituição na proporção que a obtenção do óleo e gás fiquem escassos, produtos finitos, e não venhamos a ter dificuldades para o futuro.
A produção industrial continua capenga, com o custo financeiro e desemprego em alta, o mercado ficou vendedor, principalmente a indústria automobilística e a linha branca, juntamente com a eletrônica, com a ausência de financiamento mais factível aos que ainda se arriscam a comprar alguma coisa, nesse momento de incertezas, ficamos realmente sitiados. Mais um complicador se encontra no horizonte. Dia 05, última segunda-feira, 40% do PIB mundial, fecharam o acordo, A Parceria Transpacífico (TPP), juntando duas potencias mundiais, EUA e Japão, além de mais 10 países, Ásia, Oceania e Américas, das Américas, além do EUA, México, Chile e Peru foram contemplados. Em contrapartida ficamos aliados, presos e subservientes ao Mercosul, um ridículo acordo que não nos favorecerá nada em termos de potencial de mercado, estamos atrelados a países como Argentina e Colômbia, sobejamente conhecidos como países perigosos para seus fornecedores, estando sem divisas para honrarem seus compromissos internacionais. Portanto, mais problemas pela frente.
O Brasil tem solução, claro que tem, não basta rezar, a salvação brasileira passa, necessariamente, por uma nova matriz política e ética. É tempo de reformular, traçar novos planos, trazer para dentro do contexto sangue novo, voltado para uma missão de renovação com interação e espírito de brasilidade, desnudado de cunho partidário, ou filosofia partidária, essa prática foi nociva para a Nação brasileira, devemos esquecê-la prioritariamente. Qual o caminho, temos que enxerga-lo, não adiante dizer que se correr o bicho pega e se ficar o bicho come, temos a terceira via, ou opção, se abraçar a causa o bicho foge. Mas, terá que ser uma ação coletiva, todos por uma única causa nobre, a Pátria.
Se a Presidente Dilma Rousseff vai renunciar ou será cassada, não estou discutindo o mérito da sua saída, mas, ela não conseguirá unir o país daqui para frente, não há credibilidade nem nela e nem na sua base aliada, pelas práticas condenáveis que recrudescem a todo o momento. A classe política não é constituída apenas de elementos ímprobos, há os que resistem aos descalabros, e esses poderiam ajudar na reestruturação do país, enterrar, definitivamente, as velhas práticas das antigas oligarquias, reconstruir a república para os republicanos, com novo pacto federativo, onde todos os federados fossem de fato e de direito, iguais e soberanos. Nem pequenos nem grandes, fortes, no seu conjunto e nos seus propósitos, com Estados mais independentes e prefeituras tratando seus munícipes com a dignidade que eles merecem e precisam ser tratados. *Poeta e Escritor

dantasgenival@hotmail.com
Imponderável é não aprender com os erros cometidos Imponderável é não aprender com os erros cometidos Reviewed by Clemildo Brunet on 10/13/2015 07:53:00 AM Rating: 5

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