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Na ausência da axiologia confunde-se “Res Pública” com “Res Privata”

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

No atual governo apócrifo, os transgressores tentam de forma até estapafúrdia se manterem no poder, principalmente os políbios que se dizem acossados e se refugiam nas casamatas, cercados pelos seus sectários com objetivo único de amealhar simpatizantes na tentativa de fugir das regras impostas constitucionalmente e usadas politicamente por adversários na tentativa de afastamento de ocupantes dos cargos de relevância e
relevantes.
Refiro-me principalmente ao presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, que, sob a égide do cargo em que está revestido, procura manter-se nele mesmo tendo contra si acusações sérias de malversação no cargo, tirando proveito em benefício próprio. Essa situação torna-o impossibilitado de continuar nessa função, mesmo ainda que continue como deputado federal, até que seja denunciado pelo conselho de ética, daquela casa, e tenha seu mandato cassado.
É uma situação no mínimo estranha, trata-se de um cargo da República, de suma importância, o terceiro homem na hierarquia no sistema democrático, regime presidencialista com a adoção bicameral, incorporada pela República Federativa do Brasil. Isso posto, a grande dificuldade do afastamento do atual presidente da Câmara Federal, é o momento de extrema delicadeza que se encontra o país, com a crise econômica, sendo asfixiada pela crise política, moral e ética que estamos sendo submetidos e vivendo um verdadeiro drama republicana.
Enquanto o governo federal é acusado de inépcia e inércia, coisa rara em um só governo, e, ao mesmo tempo, vários processos de impeachment contra a presidente em exercício, a Casa Legislativa que trata do assunto, Câmara Federal, continua sendo presidida por um presidente, ainda, com todas as condições jurídicas, entretanto, não tem a menor condição ética e moral para presidir um assunto dessa importância e na atual conjuntura.
O deputado Eduardo Cunha continua presidindo a Câmara Federal, sem apoio da situação e oposição, esse último procura se manter ausente dos acontecimentos que circundam o deputado Cunha para não ter comprometimento com o assunto, uma questão de posicionamento político, pois, o deputado Cunha, é, hoje, um político quase morto, mas, não encontra-se morto, quem o conhece sabe que enquanto ele respirar como político, oferece perigo ao governo e oposição, pela sua extrema habilidade como político e seu conhecimento das normas daquela Casa de Lei.
Na outra ponta, o relator do orçamento de 2016, mesmo sendo governista, do PT, tenta mergulhar o governo em águas mais profundas e escuras, quando tenta cortar R$10 bilhões do Programa Bolsa Família, ajustando-o aos recursos disponíveis para aquele exercício, com a justificativa de torna-lo equilibrado, evitando dessa forma, novas e insustentáveis pedaladas fiscais, tão criticadas nos últimos tempos, ao ponto de novo pedido de impeachment para a Presidente Dilma Rousseff, agora justificado nas pedaladas no primeiro ano, em exercício, do novo mandato da Presidente.
Enquanto essa pendenga continua, a Presidente da República sente-se desconfortável no cargo, por mais tranquilidade que ela tente demonstrar e transparecer, é uma situação incômoda, sua gestão foi fortemente atingida pela ineficiência e ineficácia, com o agravante do grau de corrupção por parte de elementos que estiveram no seu governo, e por essas práticas indecorosas, enquanto estiveram em cargo importantes no decorrer do seu primeiro governo, se transformaram em presidiários como réus confesso, assumindo até, alguns casos, a figura de delatores e suas impressionantes delações premiadas, tão importantes para a consagração do trabalho, habilmente executado, pela Polícia, Justiça e Ministério Público Federal.
A situação parte do pressuposto imponderável, não bastasse os problemas internos, que são tantos, políticos, éticos, econômicos e governabilidade, surge uma situação nova que é desconfortante para todos nós brasileiro, não de governabilidade, mas de respeito ao nosso país e nossas joias da República. 
A Venezuela, país de práticas bolivarianas, de tantos favores e deferências recebidos por parte do governo brasileiro, nos últimos 13 anos, desabona e veta o nome do ex-senador e ex-ministro da Justiça e membro do STF (Supremo Tribunal Federal), o gaúcho Nelson Jobim. Reconhecidamente, um dos mais extraordinários juristas e Democratas do nosso país, com uma longa folha de serviços prestados a Nação. Foi desautorizado pela aquela Nação a ser o nosso observador nas próximas eleições que terá a Venezuela.
Uma verdadeira afronta que o Brasil não pode permitir, a Presidência da República terá que pedir explicações as autoridades daquele país e não substituir o escolhido para aquela missão, no caso, Nelson Jobim, e ficar fora dessa tarefa como gesto de repúdio.

*Escritor e Poeta                                                                                         www.genivaldantas.com
Na ausência da axiologia confunde-se “Res Pública” com “Res Privata” Na ausência da axiologia confunde-se “Res Pública” com “Res Privata” Reviewed by Clemildo Brunet on 10/23/2015 11:48:00 AM Rating: 5

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