O sonho do idílio não pode morrer
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
O planeta terra passa por uma
metamorfose das mais significantes e num curto espaço de tempo. Não tenho
dúvidas que não somos apenas partícipes desse processo, mas, contextualizados
em toda sua plenitude. Fazemos parte de um momento da história universal quando
as transformações mudam conceitos, formas de vidas e maneiras de pensar dos
homens que sempre buscaram respostas positivas nos mistérios que a vida nos
envolve.
Depois de milênios ainda buscamos a
terra prometida, a historia nos narra os feitos de Moisés e
A história se repete sempre de forma
diferente, mas seguindo príncipios básicos, manutenção da vida e da
sobrevivência com dignidade. Mesmo por terras alheias, de costumes nunca antes
vividos, tendo que se comunicar por idiomas de difícil interpretação, falando
apenas a linguagem que os corações entendem que é a linguagem do amor e da
fraternidade. Essa migração internacional é acompanhada por uma grande parcela
de humanismo e solidariedade, práticas dos povos de bons costumes,
independentemente da formação educacional, prevalecendo sempre a formação moral
e cívica.
Sempre nos prontificamos na ajuda
humanitária, um exemplo típico foi o pós grandes guerras, anos 1910 e 1940,
quando aqui aportaram e trouxeram suas luzes, ao nosso país, oriundos do
Oriente e da Europa, com grande participação no desenvolvimento do país,
notadamente o Estado de São Paulo e o Sul do Brasil, tendo Santa Catarina um
dos Estados brasileiros que mais recebeu contribuição cultural, transformando
esse Estado num cantinho europeu, tanto é a identificação dos hábitos e
costumes trazidos pelos migrantes que se fixaram em nossas terras, o que damos
graças a Deus.
O Brasil continua dado sua parcela de
colaboração nesse momento de muita dificuldade e desespero quando leva de
famílias que chegam em nosso território, muitas vezes na ilegalidade, tendo que
contar com o apoio dos nativos de nossa terra para buscar a legalização e
conseguir trabalho, num mercado trabalhista deficitário, numa profunda crise
econômica, degradável quadro ético por uma fatia limitada dos políticos que
comandam os destinos do nosso país.
Entrando nessa seara, lamentamos
profundamento que o Brasil não possa colaborar mais substancialmente com nossos
irmãos de desdita, pois, como brasileiros, somos eternos andarilhos em busca de
horizontes por continentes diferentes, nos aventuramos quando a situação fica
difícil, mesmo com ausência de guerra declarada, temos esse espírito
aventureiro. A migração interna ela é rotineira em nossa raça, sou produto
desse sentimento, do desejo da busca, da procura de oportunidades, mesmo tendo
de embrenhar por terras virgens ou pouca exploradas, mas que tenha um horizonte
prometedor.
Que não matemos, pois, a esperança no
peito do homem, qualquer que seja sua origem, raça, credo ou condição social,
sejamos fraternos, assim como o mundo em algum momento da vida nos aceitou com
fraternidade, nos proporcionando oportunidades e apontando caminhos que
percorremos com acertos ou não, mas, alguém apontou um caminho, fomos felizes
em segui-lo, nesse gesto não há uma determinação da nossa porção inteligente,
há sim toda uma atmosfera contida de energia positiva vinda do desconhecido
mundo que se abria em nossa frente e nos proporcionava a possibilidade de uma
amanhã diferenciado e que pudéssemos no futuro retribuir com o mesmo gesto aos
que deles viesse a depender.
Que bom percebermos que somos todos
iguais, dependentes ou não, estamos todos fadados a ajuda da mão estendida e do
coração solidário dos nossos pares, nesse caso, se você ainda está sem entender
a variante que se apresenta em sua frente, pare, pense e siga o que lhe compraz.
*Escritor e Poeta www.genivaldantas.com
O sonho do idílio não pode morrer
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/29/2015 09:56:00 AM
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