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O sonho do idílio não pode morrer

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

O planeta terra passa por uma metamorfose das mais significantes e num curto espaço de tempo. Não tenho dúvidas que não somos apenas partícipes desse processo, mas, contextualizados em toda sua plenitude. Fazemos parte de um momento da história universal quando as transformações mudam conceitos, formas de vidas e maneiras de pensar dos homens que sempre buscaram respostas positivas nos mistérios que a vida nos envolve.
Depois de milênios ainda buscamos a terra prometida, a historia nos narra os feitos de Moisés e
seu povo em busca de um novo mundo que lhe desse paz e prosperidade, com liberdade. No século passado (XX), a primeira e a segunda guerra mundial fez dos Europeus um povo andarilho, por outros continentes, em busca de oportunidades, para muitos, feitos negados em solo natal. Nos nossos dias temos visto pela mídia eletrônica e acompanhado pelos noticiários a odisseia de nativos africanos, no sentido inverso dos europeus daqueles tempos, buscando uma chance de sobrevivência, no velho continente europeu.
A história se repete sempre de forma diferente, mas seguindo príncipios básicos, manutenção da vida e da sobrevivência com dignidade. Mesmo por terras alheias, de costumes nunca antes vividos, tendo que se comunicar por idiomas de difícil interpretação, falando apenas a linguagem que os corações entendem que é a linguagem do amor e da fraternidade. Essa migração internacional é acompanhada por uma grande parcela de humanismo e solidariedade, práticas dos povos de bons costumes, independentemente da formação educacional, prevalecendo sempre a formação moral e cívica.
Sempre nos prontificamos na ajuda humanitária, um exemplo típico foi o pós grandes guerras, anos 1910 e 1940, quando aqui aportaram e trouxeram suas luzes, ao nosso país, oriundos do Oriente e da Europa, com grande participação no desenvolvimento do país, notadamente o Estado de São Paulo e o Sul do Brasil, tendo Santa Catarina um dos Estados brasileiros que mais recebeu contribuição cultural, transformando esse Estado num cantinho europeu, tanto é a identificação dos hábitos e costumes trazidos pelos migrantes que se fixaram em nossas terras, o que damos graças a Deus.
O Brasil continua dado sua parcela de colaboração nesse momento de muita dificuldade e desespero quando leva de famílias que chegam em nosso território, muitas vezes na ilegalidade, tendo que contar com o apoio dos nativos de nossa terra para buscar a legalização e conseguir trabalho, num mercado trabalhista deficitário, numa profunda crise econômica, degradável quadro ético por uma fatia limitada dos políticos que comandam os destinos do nosso país.
Entrando nessa seara, lamentamos profundamento que o Brasil não possa colaborar mais substancialmente com nossos irmãos de desdita, pois, como brasileiros, somos eternos andarilhos em busca de horizontes por continentes diferentes, nos aventuramos quando a situação fica difícil, mesmo com ausência de guerra declarada, temos esse espírito aventureiro. A migração interna ela é rotineira em nossa raça, sou produto desse sentimento, do desejo da busca, da procura de oportunidades, mesmo tendo de embrenhar por terras virgens ou pouca exploradas, mas que tenha um horizonte prometedor.
Que não matemos, pois, a esperança no peito do homem, qualquer que seja sua origem, raça, credo ou condição social, sejamos fraternos, assim como o mundo em algum momento da vida nos aceitou com fraternidade, nos proporcionando oportunidades e apontando caminhos que percorremos com acertos ou não, mas, alguém apontou um caminho, fomos felizes em segui-lo, nesse gesto não há uma determinação da nossa porção inteligente, há sim toda uma atmosfera contida de energia positiva vinda do desconhecido mundo que se abria em nossa frente e nos proporcionava a possibilidade de uma amanhã diferenciado e que pudéssemos no futuro retribuir com o mesmo gesto aos que deles viesse a depender.
Que bom percebermos que somos todos iguais, dependentes ou não, estamos todos fadados a ajuda da mão estendida e do coração solidário dos nossos pares, nesse caso, se você ainda está sem entender a variante que se apresenta em sua frente, pare, pense e siga o que lhe compraz.

*Escritor e Poeta                                                                                         www.genivaldantas.com
O sonho do idílio não pode morrer O sonho do idílio não pode morrer Reviewed by Clemildo Brunet on 10/29/2015 09:56:00 AM Rating: 5

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