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Um dia para ser esquecido pelo governo

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Para os simpatizantes do governo Dilma, ontem (07), foi um dia para não ser lembrado, mormente se a sequência das ocorrências tiverem desfechos negativos daqui para frente. Três fatos devem ser ressaltados que deixam claro o momento de tormenta que passa o governo Dilma Rousseff, apenas para ilustrar a afirmativa, há um dito popular que diz: quem planta vento colhe tempestade.
O Congresso Nacional, pela segunda vez na semana, por mais esforço feito pelos líderes que verdadeiramente apoiam o governo, não deu o necessário quórum para votação dos vetos pendentes na pauta e
de profundo interesse do Palácio, com medidas impositivas, dos próprios congressistas, elevando o déficit primário, aumentando dessa forma a calamitosa situação governista. Pendente, ainda, o reajuste dos técnicos do Judiciário, elevando-se mais o desconforto governamental, além de outras medidas embaraçosas para o orçamento do próximo ano (2016), já havendo previsões de especialistas, de crescimento negativo, com inflação que recrudesce na proporção que o tempo passa e não há melhoras nas contas públicas.
O STF (Supremo Tribunal Federal representado pelo Ministro Luiz Fux) negou o pedido do AGU (Advogacia Geral da União, Luís Inácio Lucena Adams), para afastamento do conselheiro do TCU (Tribunal de Contas da União e relator das contas de 2014, do Governo Federal, Augusto Nardes), a reação do TCU foi totalmente desfavorável ao governo, pois, por unanimidade a tribunal rejeitou as contas em questão e deu parecer para decisão final no Congresso Nacional.
Foi uma sequência deixando os governistas atordoados e procurando chão para pisar. Não foi, apesar de tudo, nenhuma novidade para grande parte dos brasileiros que acompanham o desenrolar dos fatos e a forma bolivariana como é conduzida a nossa nação, em palavras objetivas e diretas, é uma governança, sem um projeto delineado, sem um tratamento aos setores que necessitam de uma atenção com forte cunho de cuidados especiais, tais quais pacientes ocupantes de UTI; entretanto, esses pacientes são observados apenas em corredores de hospitais sem a mínima condição a acuidade de profissionais competentes e especialistas nas suas doenças que evoluem para a morte. Esse é o Brasil atual, num quadro comparativo e numa análise objetiva.
Essa situação não é novidade para ninguém, as crises avançam e se transformam na proporção que a indiferença seja colocada em prática em resposta aos efeitos colaterais. Primeiro tivemos a crise moral e ética, se transformando, na sequência, numa crise econômica, as duas juntas trouxeram a ingovernabilidade ao nosso país. Temos visto o Governo Federal em apuros com seus disparates, suas ações na politica de compartilhamento de governança, sem, entretanto, acertar com os anseios da sua base, levando, dessa forma, que grande parte dos seus membros, insatisfeitos com a partilha de cargos e privilégios outros, não siga os ensinamentos da cartilha delineada e apresentada para o devido cumprimento e obediência dos seus membros.
Infelizmente o resultado foi triste e melancólico, um congresso sem o devido coro para realização dos seus trabalhos regimentais, uma pauta trancada apenas por desejos pessoais e interesses partidários, ficando o país sempre relegado em segundo plano, uma excrescência, uma anomalia inaceitável, um abscesso de difícil diagnóstico, mas, o resultado final, se não for cuidado a tempo, nós já sabemos. O que nos alivia é saber que as nossas Instituições Jurídicas estão trabalhando dentro da normalidade que a Democracia exige pelo menos isso, e não podia ser diferente, para tanto, tivemos que lutar muito e por muito tempo para conseguirmos a redemocratização no nosso país. Escritor e Poeta.

www.genivaldantas.com
Um dia para ser esquecido pelo governo Um dia para ser esquecido pelo governo Reviewed by Clemildo Brunet on 10/09/2015 11:03:00 AM Rating: 5

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