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Volta, Santa Roza!

João Costa
João Costa*

Para sua consideração - Volta, Santa Roza. O dramaturgo e escritor Tarcísio Pereira, acaba de lançar esse movimento, que precisa de reflexão e adesão de velhos e novos artistas da nossa aldeia de Nossa Senhora das Neves e de todo o estado. Senhor Governador, não entenda os reclamos como oposição politica, mas com uma demanda social e cultural ao senhor e seu governo.
Numa conversa, quando o atual governador ainda era o Alcaide da cidade, ele manifestou a vontade de solicitar ao governador da época, Cássio Cunha Lima, a municipalização do Santa Roza. Foi só uma ideia dele, Ricardo Vieira. Depois, o falecido Luciano Agra e
o senador Marcondes Gadelha, apresentaram uma maquete do que veria a ser o futuro teatro municipal (nas proximidades onde hoje é à Estação Cabo Branco). O projeto afundou porque era um golpe no Orçamento da União.
Depois veio a Estação - sem teatro - mas com um auditório pífio. A Estação não vai além de um belo cartão postal caro ao contribuinte. Tornou-se num elefante branco, cumprindo o mesmo destino do Espaço Cultural. Agora, chegamos ao Pedra do Reino - um desejo antigo de muitos. Ele mesmo, Ricardo Vieira, precisa entender que lhe falta uma política de fomento, que seja de inclusão de todas as manifestações artísticas, profissionais ou amadoras ( ainda existem amadores? Pois sou um deles )logo ele, que criou a Lei Viva Cultura, enterrada por desmandos e equívocos dos próprios artistas e burocratas com vocação para clérigos formadores de igrejinhas.
O teatro paraibano em João Pessoa existia quando não havia dinheiro, se esvaiu quando ele apareceu, pela inabilidade dos artistas em lidarem com o vil metal e, até, por oportunismo e desonestidade de muitos, incluindo aí uma crise endêmica de inovações.
O Santa Roza está pronto, não liberado sob a alegação de que falta a aquisição do urdimento ( cortinas, cordas e etc). O certo é que se aberto, precisa funcionar. Fechado, não representa custos. E para reabrir sem pessoal qualificado, sem um caráter social e cultural não faz sentido. Queremos o Santa Roza como teatro Municipal, com corpo de balé, estrutura funcional própria, desligado administrativamente do Espaço Cultural e dotado de autonomia. Sua Excelência certamente não tem tempo para pequenas obras. Apenas as faraônicas.
Que ele, o inquilino do Palácio da Redenção vai reabrir o Santa Roza, isso vai. Com pompas, depois de mantê-lo fechado de forma proposital. Ricardo Vieira, sucessivamente eleito com apoio dos artistas e intelectuais, jamais esboçou uma política cultural, pois jamais teve. Merece o respeito de todos pelo seu empreendedorismo que associa arte e cultura ao turismo. Bom para os negócios do empresariado, bom para o estado e tudo o mais Aplauso pelo Teatro A Pedra do Reino – silêncio e indignação por sua falta de sensibilidade pelo que o Santa Roza representa para a Paraíba. Ele, Ricardo Vieira, padece da falta de uma política, que se resume a eventos. Ainda tem tempo. Devolva o Santa Roza, Excelência!
Volta, Santa Roza!

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Volta, Santa Roza! Volta, Santa Roza! Reviewed by Clemildo Brunet on 10/21/2015 03:56:00 PM Rating: 5

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