banner

Banalização da vida

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

A sensibilidade Humana é insuficiente para nos levar a caminhos mais favoráveis às relações entre os diferentes e minimizar os problemas advindos desse vácuo existente, levando ao medo da vulnerabilidade com a criação da banalização da vida e seus contornos. Há um verdadeiro pavor na sensação de abandono que fomos submetidos pelos nossos pares, com a recorrente falta de tolerância, indulgência, perdão, compaixão e benevolência, práticas tão comuns num passado tão distante e empregadas pelos nossos ancestrais de forma contundente e
persistente.
Os últimos acontecimentos, no âmbito internacional, com a derrubada do avião russo com mais de 220 tripulantes mortos, o ataque absurdo em Paris, França, com 127 mortos e 99 feridos, em várias frentes de atentados terroristas, nos mostra a dimensão do desprezo pelo ser humano e a extrema necessidade do exercício de poder do homem sobre o homem, uma prática milenar, mas, tem se intensificado com a evolução intelectual da ração humana, desmistificando o conceito de que quanto mais evoluído mais inteligente ficamos. Ledo engano, somos providos de um sentimento de autossuficiência que vai além dos nossos limites, quando chegamos a desprezar o valor e o esforço alheio, nos limitando a ver apenas as nossas qualidades encortinando os defeitos que temos e que são tantos que nos torna absurdamente insensatos.
Quando lançamos o olhar sobre o nosso país constatamos que fazemos parte do mesmo universo permeado de pernósticos lacaios, contaminantes da política nacional fazendo da Nação brasileira terras dos percalços e intolerantes nocivos. Nesse ritmo frenético não nos resta nem mesmo fragmentos de uma vida digna de ser vivida. Vejamos como exemplo da tese a tragédia de Mariana, MG, quando 11 inocentes habitantes perderam suas vidas e 13 estão desaparecidos, fatalmente amanha serão incluídos nas estatísticas elevando o número de mortos. Esse caso é emblemático, traz na sua história todo o menosprezo pelo direito humano, fundamentalmente, o direito a vida. O rompimento da barragem de dejetos minerais não aconteceu dia 05 último, vem ocorrendo ao longo do tempo, a partir do momento em que o descaso norteia as ações governamentais, de longas datas, isso significa que esse assunto não é mérito do atual governo.
O aparelhamento do Estado vinha sendo feito de forma gradual e progressiva, com a entrada da esquerda na gestão pública brasileira o ritmo virou um frenesi, esse fato tornou o Estado incompetente nas suas ações, controles e gestão propriamente dito, quando os resultados trouxeram à tona as barbáries com o aparelhamento da máquina pública com pessoas estranhas às suas entranhas, de tal forma que a falta de competência técnica para exercer determinados cargos ficaram evidenciados em elementos ali colocados apenas para agradar a determinados partidos ou parceiros políticos, sem nenhuma qualificação profissional na maioria dos ocupantes dos cargos, tratados apenas como negociatas nos balcões de trocas estabelecidos na prática do governo participativo e governança compartilhada.
O estado de espírito dos atuais governantes impregnados de vícios do antigo comunismo com a centralização do poder, aculturamento da personalidade e desejo intrínseco de sua pseuda superioridade à burguesia antecessora na gestão do Estado. Esquecem os governantes atuais da alteridade que existe no ser humano até mesmo para que a raça exista, uma situação inerente ao ser, além disso, não há razão para não conviver com os diferentes, a fixação dos seus pontos de vista, não aceitando perdoar, com conotações de agruras diante das críticas, só torna o governo mais insólito e tosco, dando a entender que a maioria dos seus componentes foram lapidados a machado.
A falta de recursos humanos para responder pela área técnica do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão encarregado da fiscalização junto às barragens, somente em Minas Gerais são 663 unidades contra um contingente de 12 técnicos para o controle da demanda, esses números justificam a ideia de que há um verdadeiro menoscabo por parte das autoridades da Agência Nacional de Águas (ANA), não oferecendo profissionais treinados para operar com uma área tão crítica para o nosso ecossistema, fato é, os prejuízos causados pelo acidente, junto ao meio ambiente, ainda não pode ser comensurado. Dessa forma, já temos a perda, pelo menos por algum tempo, dos recursos oferecidos pelo Rio Doce em toda sua extensão e o seu entorno, com a contaminação das águas e a matança dos peixes que ali povoavam. Agora vem o mar que deverá sofrer outro prejuízo com a chegada das águas contaminadas e contaminantes, especialistas ainda não sabem a extensão desse malefício causado aos habitantes do mar e seus recursos naturais que certamente terão um prejuízo incalculável.
*Escritor e Poeta

www.genival_dantas@hotmail.com
Banalização da vida Banalização da vida Reviewed by Clemildo Brunet on 11/21/2015 09:31:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion