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Da crise a decadência, o caminho da incompetência

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

A crise que ocorre em nosso país não é recente, simplesmente ela foi ignorada, disfarçada e relevada por quem devia ter olhado de perto com o cuidado e acuidade de quem respeita o patrimônio público, com verdadeiro espírito republicano. Infelizmente a democracia tem suas falhas, principalmente quando no meio das comunidades que fazem parte da política estão figuras nem sempre impolutas, mas, verdadeiros lacaios, sanguessugas a serviço dos desmandos e depauperação do erário público. 
Os últimos 04 anos refluíram 20 anos por conta da insensibilidade administrativa e do excesso de orgulho pela falta de humildade em reconhecer erros menores, chegando aos grandes erros de gestão cuja reparação será feita em pelo menos mais 20 anos de atraso no nosso país, com a recuperação das políticas industriais e
o reerguimento do parque industrial notoriamente sucateada pelo descaso governamental. Os recursos mal empregados na saúde não trarão de volta nossos mortos, vítimas da calamitosa situação reinante nesse setor, por conta e risco da inoperância e desvio de foco dos profissionais da área. O medo e os traumas será a marca indelével que ficarão no corpo e na alma dos cidadãos que vivem nas médias e grandes cidades convivendo com os crimes diários contra os trabalhadores e estudantes, que sufocados, buscam locais menores para levar seus familiares tentando de um pouco de paz e possibilidade de sobrevir a esses tempos de perversa promiscuidade social. Enquanto isso, sofremos com a falta de tato e primazia com o setor educacional que gasta em excesso, mas gasta mal, fazendo com que esse seja um setor que não evolui, estamos sempre no entorno dos países colocados nas últimas posições de destaque mundial.
Na proporção que o tempo passa a situação se agrava e se converte em papel carbono de outras épocas de desmandos não tão congruentes como agora, mas, que nos deixa transtornados por sabermos que os tempos vindos são de maiores dificuldades, por experiências passadas. Os números não mentem e eles nos apontam um caminho em direção ao túnel do tempo perdido, ao vale dos condenados, não por pecados cometidos, porém, por atos e gestos de contemporâneos que nunca deviam ter participado de uma gestão pública tão deplorável e deveras humilhante para o país, não só pelo processo em si de decadência social e moral, mas, pelas peculiaridades manifestas nas ações dos nefastos administradores do nosso país no decorrer dos últimos 13 anos.
Claro que nem tudo está perdido nesse período de turbulência administrativa, salvou-se o social, entretanto, seus ganhos podem ser anulados se ações urgentes não forem manifestadas na correção de práticas que possam trazer o país de volta aos trilhos do ponderável, eliminando os fantasmas, da inflação e dos juros estratosféricos, que nos assolam e nos deprimem, num retrocesso com perdas incalculáveis para os brasileiros que jamais poderiam imaginar numa nova realidade trágica, cujo quadro negro fez parte dos nossos dias de penitências e sofreguidão no período pré-redemocratização, quando éramos tragados pelo nefasto descontrole da economia nacional, cujas lembranças das sensações desconfortantes nos remeteram aos tempos das tragédias brasileiras, cuja repetição está a poucos passos, já vejo a luz difusa se aproximando com muita velocidade e intensidade.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva insiste em colaborar com o recrudescimento da crise, na sua última fala aos seus liderados, em reunião do PT, foi taxativo ao afirmar a dissonância entre o discurso e a prática do seu partido no transcurso das últimas eleições e o comportamento da presidente Dilma, no exercício das suas funções, se transformando num verdadeiro contraditório, entre a teoria e a prática. Um fato que vem elucidar alguma dúvida que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pudesse ter na acusação da oposição contra a campanha eleitoral de 2014, na prática de estelionato eleitoral.
As palavras do ex-presidente não deixam claro se ele quer se eximir de responsabilidades da prática de seus correligionários petistas, como uma peça de marketing de apologia a sua lisura e honestidade na condução das suas tratativas, ou, se, efetivamente, ele discorda de tudo que está aí em jogo, piorando o quadro e se apresentando como o salvador da pátria para uma nova eleição, se ela for suscitada por decisão judicial, com anulação da anterior, ou mesmo para 2018 quando ele, Lula, já é o único pressuposto candidato ao cargo de presidente da República, por livre e espontânea pressão dele mesmo junto ao seu partido PT.

O que observamos é uma total ausência de ações que possam melhor a situação brasileira, pelo contrário, tudo tem corroborado com o aumento da crise nacional, os números anunciados nos últimos dias comprovam os ditames da derrocada. Os Índices de Preços ao consumidor Amplo (IPCA), de outubro, impactaram mais ainda a inflação oficial, passando de 0,54% em setembro para 0,82% em outubro, num registro de maior alta desde 2002.  Temos uma inflação acumulada de janeiro/outubro de 8,52%, e dentro do período de 12 meses de 9,93%, portanto, o prenúncio de uma inflação de dois dígitos para 2015 está se confirmando, pois, ainda temos 02 meses para fecharmos o ano.  *Escritor e Poeta/www.genivaldantas.com
Da crise a decadência, o caminho da incompetência Da crise a decadência, o caminho da incompetência Reviewed by Clemildo Brunet on 11/08/2015 06:15:00 AM Rating: 5

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