Da crise a decadência, o caminho da incompetência
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
A crise que ocorre em nosso país não é
recente, simplesmente ela foi ignorada, disfarçada e relevada por quem devia
ter olhado de perto com o cuidado e acuidade de quem respeita o patrimônio
público, com verdadeiro espírito republicano. Infelizmente a democracia tem
suas falhas, principalmente quando no meio das comunidades que fazem parte da
política estão figuras nem sempre impolutas, mas, verdadeiros lacaios,
sanguessugas a serviço dos desmandos e depauperação do erário público.
Os últimos 04 anos refluíram 20 anos por
conta da insensibilidade administrativa e do excesso de orgulho pela falta de
humildade em reconhecer erros menores, chegando aos grandes erros de gestão
cuja reparação será feita em pelo menos mais 20 anos de atraso no nosso país,
com a recuperação das políticas industriais e
Na proporção que o tempo passa a
situação se agrava e se converte em papel carbono de outras épocas de desmandos
não tão congruentes como agora, mas, que nos deixa transtornados por sabermos
que os tempos vindos são de maiores dificuldades, por experiências passadas. Os
números não mentem e eles nos apontam um caminho em direção ao túnel do tempo
perdido, ao vale dos condenados, não por pecados cometidos, porém, por atos e
gestos de contemporâneos que nunca deviam ter participado de uma gestão pública
tão deplorável e deveras humilhante para o país, não só pelo processo em si de decadência
social e moral, mas, pelas peculiaridades manifestas nas ações dos nefastos
administradores do nosso país no decorrer dos últimos 13 anos.
Claro que nem tudo está perdido nesse
período de turbulência administrativa, salvou-se o social, entretanto, seus
ganhos podem ser anulados se ações urgentes não forem manifestadas na correção
de práticas que possam trazer o país de volta aos trilhos do ponderável,
eliminando os fantasmas, da inflação e dos juros estratosféricos, que nos
assolam e nos deprimem, num retrocesso com perdas incalculáveis para os
brasileiros que jamais poderiam imaginar numa nova realidade trágica, cujo
quadro negro fez parte dos nossos dias de penitências e sofreguidão no período
pré-redemocratização, quando éramos tragados pelo nefasto descontrole da
economia nacional, cujas lembranças das sensações desconfortantes nos remeteram
aos tempos das tragédias brasileiras, cuja repetição está a poucos passos, já
vejo a luz difusa se aproximando com muita velocidade e intensidade.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva insiste em colaborar com o recrudescimento da crise, na sua última fala
aos seus liderados, em reunião do PT, foi taxativo ao afirmar a dissonância
entre o discurso e a prática do seu partido no transcurso das últimas eleições
e o comportamento da presidente Dilma, no exercício das suas funções, se
transformando num verdadeiro contraditório, entre a teoria e a prática. Um fato
que vem elucidar alguma dúvida que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pudesse
ter na acusação da oposição contra a campanha eleitoral de 2014, na prática de
estelionato eleitoral.
As palavras do ex-presidente não deixam
claro se ele quer se eximir de responsabilidades da prática de seus
correligionários petistas, como uma peça de marketing de apologia a sua lisura
e honestidade na condução das suas tratativas, ou, se, efetivamente, ele
discorda de tudo que está aí em jogo, piorando o quadro e se apresentando como
o salvador da pátria para uma nova eleição, se ela for suscitada por decisão
judicial, com anulação da anterior, ou mesmo para 2018 quando ele, Lula, já é o
único pressuposto candidato ao cargo de presidente da República, por livre e
espontânea pressão dele mesmo junto ao seu partido PT.
O que observamos é uma total ausência de
ações que possam melhor a situação brasileira, pelo contrário, tudo tem
corroborado com o aumento da crise nacional, os números anunciados nos últimos
dias comprovam os ditames da derrocada. Os Índices de Preços ao consumidor
Amplo (IPCA), de outubro, impactaram mais ainda a inflação oficial, passando de
0,54% em setembro para 0,82% em outubro, num registro de maior alta desde
2002. Temos uma inflação acumulada de
janeiro/outubro de 8,52%, e dentro do período de 12 meses de 9,93%, portanto, o
prenúncio de uma inflação de dois dígitos para 2015 está se confirmando, pois,
ainda temos 02 meses para fecharmos o ano. *Escritor
e Poeta/www.genivaldantas.com
Da crise a decadência, o caminho da incompetência
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/08/2015 06:15:00 AM
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