Esperando outros Delcídios

João Costa

João Costa*

Para sua consideração – Meu caro Antônio Martim e caros amigos, bom saber que a República entrou em queda livre com a prisão do senador Delcídio Amaral. Sempre me referi à necessidade do “abraço de afogado” durante o naufrágio. Fiquemos atentos. O Senado entregou os anéis para preservar os dedos. Não preciso citar, mas o Senado é habitado por outros Delcídios. O Senado, que definitivamente perdeu sua função na República. Na verdade, tô besta. Olhando a trajetória desse senador, fico me perguntando como chegou aonde chegou? Ex-ministro do Governo Itamar, ex-homem forte no governo FHC, tem expertise em negócios na Petrobras há mais de três décadas e,

agora, aparece em cena como líder do governo da Dilma. Me faz lembrar um personagem do filme Dr. Givago, o tio de Lara, que de ministro do Czar no início do filme, chega a ministro da Justiça na revolução de Lenin no final.
          Líder de governo tem cargo equivalente a ministro, tem poderes para negociar e oferecer favores. Se estava prometendo aquele pacote ao delator, certamente não estava blefando. Delcídio precisa ir ao inferno e para lá levar antigos companheiros da Alstom - a petroleira ninho do tucanato paulista, aí incluso o fajuto ex-presidente da UNE e paladino do tucanato que tem num tal  de Preciado, que será uma preciosidade se preso for. Nada do que está na Operação Lava Jato é invenção – isso é fato. Delcídio tem novos e antigos companheiros, incluindo o banqueiro Esteves, aquele bancou a lua-de-mel de Aécio nos EUA e sua campanha, além de useiro e vezeiro dos jatos do governo de Minas. Delcídio é o mordomo da Casa Grande. FHC – Tartufo dessa história e seu fiel escudeiro Serra, silenciam. Vamos ver se o magistrado chega neles, pois no Temer já esbarrou.  E, antes que me esqueça: vazamento na Polícia tem preço? Não quero acreditar.

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br