E tome forró
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
O forró tem seu dia legalmente
registrado no calendário através da Lei de nº 11.176, de 08 de setembro de
2005, que instituiu o “Dia Nacional do Forró”.
A data escolhida foi o dia 13 de
dezembro, data essa correspondente ao nascimento do Rei do Baião. Essa
homenagem a Luiz Gonzaga do Nascimento foi mais do que merecida. O forró é
filho do baião, surgiu no cenário musical pelas mãos de Luiz Gonzaga do Nascimento.
Gonzaga tirou do seu matulão o Baião, o
Xote, o Xaxado e
Forró é uma festa de raiz do Nordeste
brasileiro. Para Câmara Cascudo, forró “é derivado do termo africano forrobodó
e era uma festa que foi transformada em gênero musical, tal seu fascínio sobre
as pessoas”.
É comum associar o vocábulo forró à
expressão inglesa “for all” (para todos), porque no início de Século XX, quando
da construção da ferrovia “Great Westem”, no Estado do Pernambuco, os
engenheiros ingleses costumavam organizar bailes abertos ao público e, por
isso, na entrada havia sempre uma placa sinalizando “for all”, então, os nossos
irmãos nordestinos, à época, passaram a ler forró. Para alguns essa versão é
fantasiosa, porém, foi difundida brilhantemente por um dos ícones da música
nordestina, ou seja, Geraldo Azevedo, quando gravou a música “For All”, onde
ele faz uma viagem sobre o tema, relacionando-o à estrada de ferro “Great
Westem”.
O forró é patrimônio do Nordeste. Não
podemos deixar que o mutilem. Refiro-me a esse plástico que anda por aí,
poluindo e denegrindo a imagem do Forró. Plástico é plástico, forró é cultura
de raiz, é a alma nordestina. Separemos as coisas. Bandas se intitulam de
“forró”, quando não são, num verdadeiro estelionato. Cada um no seu quadrado. E
viva o forró.
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito da 5ª Vara Cível de João Pessoa PB
onaldorqueiroga@gmail.com
E tome forró
Reviewed by Clemildo Brunet
on
12/16/2015 06:29:00 AM
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