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A Paraíba perdeu o comediante Shaolin e o Brasil fica mais triste

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Enquanto o Brasil chora o choro dos desvalidos por conta da atuação comprometedora da maioria dos políticos atuantes, distribuídos por vários partidos, na Paraíba, um dos seus filhos ilustres, deixa o palco da vida para se juntar aos imortais que já se foram e hoje fazem parte do bloco dos saudosos que viveram curto tempo, mas, o suficiente para deixar a pátria nas tardes quentes de verão mais tenebrosas que nunca. O acidente envolvendo Francisco Josenilton Veloso, Shaolin, em 2011, no seu Estado natal, foi de tamanha gravidade que depois de 1821 dias (conforme relato de parentes), de agonia foi para o plano superior aquele que nos acostumamos a aplaudir pelo seu trabalho meritório, principalmente na televisão brasileira, com suas imitações primorosas de astros e
estrelas do nosso estrelato.
               Enquanto os parentes e amigos choram o desencarne de Shaolin, invertendo o sentimento que tínhamos quando da sua companhia, somos invadidos por uma saudade misteriosa e impar, os artistas que costumam ocupar outros palcos, principalmente o da política, fazem grande esforço para fazer chorar os brasileiros que um dia tanto acreditaram nessa classe que numa época não tão distante foi tão meritória e hoje não passa de uma comunidade de ações deletérias a sociedade brasileira.
Descalabro é a palavra certa para identificar a contínua e exacerbada situação dos infortunados que transita entre a classe média e a plebe brasileira, essa última composta por uma parcela de 50 milhões de pessoas que ainda sobrevivem à sombra de um custeio mensal, denominado de Bolsa Família, mal distribuída e de forma desregrada, sem nenhuma contrapartida sem estímulo do retorno ao trabalho, fazendo do brasileiro pobre um viciado às ações sociais, denegrindo a imagem do povo brasileiro forte e trabalhador.
Enquanto isso, o governo central esmera suas ações no continuísmo exacerbado no trato com a causa pública, com o mesmo discurso de sempre apenas com novos calemburgos nos julgando os idiotas do apocalipse dos novos tempos, tal qual fedelho a ser castigado como se nós fossemos os pecadores e tivéssemos colocado o país nesse clima de tragédia bestial. O que se passa realmente é o desconhecimento total da administração pública aliada ao despreparo político, para suprir essas deficiências públicas e notórias, somente com apoio de outras correntes cujo comportamento esteja fora da curva, tanto quanto os próprios governantes, formando, desse modo, uma espécie de gladiadores da arena (congresso), a defender os malfeitos e mazelas dos futuros desterrados da nossa pátria.
O que temos visto na outra ponta é o povo desorientado e mal informado, lutam nos grandes centros pelo recuo da correção no preço das passagens dos coletivos urbanos. Nem sempre é o povo que encabeça os movimentos que destroem o patrimônio público e privado, os encapuzados estão ali apenas para praticar o crime da desordem em nome do povo, quando na realidade são malfeitores que nada defendem a não ser algum dinheiro dado por grupos que querem apagar o fogo com combustível e comburente. Portanto, vivemos num momento de terrorismo interno, prática antiga dos atuais governantes que dela se utilizaram no combate a ditadura militar dos anos 1960/1970/1980, e hoje tendo que conviver com esse caos provocado por pessoas que nada querem a não a desordem pela desordem. No meio da torrente encontra-se Estados e Municípios a serem arrastados para o abismo administrado que se encontra lá na frente, sem recursos financeiros para sustentar os custos impostos pelas regras do jogo moderno, quando era apresentado os serviços sem suas respectivas receitas para fazerem frente a nova realidade, resultando nesse estrangulamento já anunciado pelos órgãos de imprensa com bastante antecedência.
O passamento de Shaolin veio nos mostrar com mais clareza da diferença do palhaço que faz chorar e o que faz rir, Shaolin nos fazia rir pela sua genialidade e destreza com o trato com seus personagens, enquanto que os políticos nos faz chorar pelo destrato com seu maior capital que é o povo, seu eleitor. Enquanto essas práticas inaplicáveis na relação PODER e POVO, fizeram parte da política brasileira, seremos sempre esse bando de aloprados, seguidores de desocupados intolerantes com poderes de persuasão tão bem dotados quanto o ex-presidente Lula, a caminho do cadafalso, levado pelo Lava Jato, cuja caminhada em direção a sua sentença de morte política só será interrompida se o STF (Supremo Tribunal Federal), assim o quiser.
*Poeta e Escritor

genival_dantas@hotmail.com
A Paraíba perdeu o comediante Shaolin e o Brasil fica mais triste A Paraíba perdeu o comediante Shaolin e o Brasil fica mais triste Reviewed by Clemildo Brunet on 1/18/2016 09:03:00 AM Rating: 5

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