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As águas de março e o Putsch contra Dilma

João Costa
João Costa*

Se o 13 de dezembro foi apenas um ensaio fracassado das forças políticas que tentam um golpe de estado no país, agora vem o próximo: 13 de março. O Putsch tem data marcada, porque segue uma cronologia orquestrada por uma milícia poderosa envolvendo organismos de estado, o Judiciário, o Ministério Público e a mídia nativa que lhe dá suporte. O “Fora Dilma” do próximo dia 13 de março antecede em 15 dias, uma provável prisão do ex-presidente Lula na Páscoa.
O concatenamento dos fatos já é visível. Um quebra-cabeça, um jogo de xadrez está no tabuleiro, e
representa uma ameaça ao estado direito democrático, porque engendrado por forças que arrastam partidos, entidades e forja um senso comum na classe média, que por sua vez seduz o lumpenproletariat, que começa a sentir na pele os efeitos da crise econômica com seus empregos se esvaindo. A farsa da campanha moralizante promovida por impolutas famíglias proprietárias que formam o Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão) está em curso acelerado e alimenta a milícia, hoje simpática no suposto combate à corrupção.
             Basta ligar os pontos perdidos na mídia para entender o jogo político dos fascistas. Na Band: Lula teria sido chamado a depor “porque encontraram irregularidades num prédio ao lado da residência do petista”. Em outras palavras, as famílias ricas que moram em prédio vizinho ao do ex-presidente estão sendo devassadas - também. No Grupo GAFE, a publicação de vazamentos de depoimentos que sequer foram prestados e a reação inútil dos advogados tolhidos no seu exercício constitucional de trabalho. Aqui é preciso ter atenção para quem vaza seletivamente e para os vasos receptores.
A campanha golpista vai ser intensificada com a intimidação de ministros do Supremo (ameaças estão sendo feitas), promotores anunciando indiciamentos futuros em inquéritos ainda não instaurados, o governo perdeu a guerra da comunicação e o controle funciona0l de seus organismos, que a pretexto de autonomia, ameaçam o estado de direito.. Nada disso terá eficácia sem um suporte nas mídias sociais, hoje terreno falso para que boatos vierem fatos. E é neste terreno em que a guerra por corações e mentes está sendo travada.
De forma inacreditável, forças políticas expressivas da política se mantem hipnotizadas pela sucessão municipal, olhando apenas para o umbigo. Se faz necessária uma nova leitura do determinismo histórico que trouxeram o país para o patamar em que se encontra, mas que está sendo impossível prever os acontecimentos. E antes que me entendam de forma enviesada, corrupção é crime, e crime são praticados por pessoas, que a polícia investiga o MP denuncia e a Justiça julga seletivamente ou não. Ponto. Exclamação.
Estou me deleitando com “Meu Destino e Pecar”, de Suzana Flag, que vem a ser o impagável Nelson Rodrigues. Só para acreditar em desígnios. Ponto. Parágrafo.

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
As águas de março e o Putsch contra Dilma As águas de março e o Putsch contra Dilma Reviewed by Clemildo Brunet on 1/29/2016 07:26:00 AM Rating: 5

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