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Em terra arrasada, os piores vencem!

João Costa
João Costa*

O ano que terminou, mas não ficou no passado; 2015 foi o ano que não acabou e, nessa trégua entre réveillon e folia de Momo, é um bom momento para encilhar armas, ajustar vontades e ter em mente que “é de batalhas que se vive a vida”, diria o profeta Raul Seixas. 2016 se instaurou; as mensagens de bem-aventurança são apenas mensagens, mas vale lembrar que o melhor quadro na parede ainda é uma janela. Passemos por ela. 
A primeira janela é a da politica, pois as coisas sempre podem piorar porque a prática recorrente, desde o descobrimento, as elites brasileiras praticam a política de terra arrasada – e
quando isto acontece, os piores triunfam. Que fazer? Tirar partido da moral caolha, pois o ano é de possíveis eleições, antecedidas pelos confrontos iniciados em junho de 2013, agora num patamar mais embaixo da decência. “Às favas com os escrúpulos”, já dizia o coronel Jarbas Passarinho.
O meu baralho do Tarô de Marselha me diz o seguinte: o impeachment da presidenta Dilma foi reduzido a moedas. Aqueles favoráveis declaradamente ou indecisos são os que buscam dividendos políticos, econômicos ou assumidamente financeiros – aí inclusa toda a bancada federal paraibana no Congresso.
Um case: o doleiro delator citou propina para Aécio Neves em junho do ano passado, mas a revelação só vazou no final de dezembro. De toda forma e sorte, desde junho os procuradores federais já sabiam que o Aécio também levava uma grana por fora, mas nada vazaram – imaginem se a Dilma Vana fosse à citada. Resta saber: o Junot vai denunciar o playboy paladino da moralidade, ou vai demorar a eternidade que durou para denunciar o gangster carioca, líder de uma imensa legião de deputados federais, inclusive paraibanos? Não esquecer que somos sinceros na nossa moral cristã: caolha na essência.
As aves agourentas da economia vão seguir no voo abutre, preconizando o Apocalipse para março-abril. É claro que a crise é real, embora potencializada por jornalistas econômicos que, segundo Delfim Neto, nem são uma coisa nem outra. Informe econômico do comércio de São Paulo indica que no final de ano a “demanda superou a oferta” porque lojistas, temendo a crise, não abasteceram o suficiente... Efeito de empresários que acreditam nos referidos analistas citados por Delfim Neto, que não é de esquerda, mas entende de economia pra chuchu, que há muito deixou de ser indexador.
Li uma manchete assim: “Apesar da crise, Mínimo é reajustado acima da inflação”. Venceu outra de primeira página: “vendas em shoppings têm pior Natal em dez anos”. A matéria não cita números dos nove anos que antecederam este “pior Natal”, mas afirmam que as vendas caíram... 1%. Ah! Mas a “Walmart  confirma fechamento de 25 lojas”, inclusive na Paraíba.
Na matéria, a palavra crise aparece 4 vezes e o repórter não explica que essas lojas de supermercados abriram ( de olho nos consumidores do Bolsa Família) em João Pessoa e Bayeux com promessa de venderam a preços baixos em relação aos concorrentes. Mas
tanto estes supermercados ditos populares e lojas de shopping praticam preços uniformizados aos gigantes. Daí... O consumidor não é bobo, de baixa renda ou não.
Para começar 2016, a receita geral é não alimentar ressentimentos ou mágoas, principalmente na vida particular. Mas sempre é bom não esquecer os nomes dos inimigos.
Assim Caminha a Humanidade!

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Em terra arrasada, os piores vencem! Em terra arrasada, os piores vencem! Reviewed by Clemildo Brunet on 1/03/2016 09:41:00 AM Rating: 5

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