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O perdão, para que serve?

João Costa
João Costa*

Para sua consideração – As únicas cartas que não mentem, jamais, são as do Tarô de Marselha, sentenciam os iniciados. Michael Temer, tramou, conspirou, traiu e até uma carta enviou. Relatou argumentos inconvincentes até para os ouvidos dos bebês da Cândida Vargas. Uma outra carta apareceu, desta feita de um jornalista chamado João Pedrosa, pedindo desculpa ao poeta e escritor Chico Buarque de Holanda, depois de ter postado nas redes sociais ofensas à família do cantor. Pedido de desculpas em meio a declarações de ódio que, segundo ele, motivaram as ofensas. A carta aparece depois que o cantor recorreu à Justiça pedindo reparação moral, seguindo o atual padrão da mídia nativa, que mente na manchete corpo 72 em seguida publica uma errata em corpo 11, depois que entrou em vigor a lei do direito de resposta.  Na carta, o tal jornalista não esconde seus argumentos:
“Desde a eleição da presidente, o Brasil entrou numa espiral negativa de ódio de classes, racial e
política, que mergulhou o Brasil num caminho de decadência econômica, moral e social inegáveis, que eu acredito tragicamente irreversíveis, foi isso que motivou o meu ódio, e o meu comentário errado e infeliz”.
            Já havia escrito aqui neste espaço, que a questão central da crise no país sempre foi de classe. Reportagens e artigos, de João Pedrosa são desconhecidos. Ele que também é antiquário e negocia produtos para alta sociedade paulista. Ponto. Exclamação.
Pedidos de desculpas em meio ao sentimento disseminado de ódio são difíceis de acreditar, desde os gregos com o seu famoso “Cavalo de Troia”, que na prática era um pedido de desculpas. Os americanos perdoaram os japoneses pelo ataque a Pearl Harbor, despejando duas bombas atômicas sobre o povo japonês, mesmo a guerra tendo acabado –  ninguém acredita no perdão do povo japonês por Hiroshima e Nagasaki os japoneses também não foram perdoados pelo povo coreano por seus crimes de guerra contra milhares de mulheres prostituídas pelas forças de ocupação.
As religiões receitam o perdão e pedem paz aos inimigos, para ataca-los depois. Então para serve? O perdão entre cristãos é clássico – paga-se por ele para obter o reino dos céus com indulgências.
Voltando a Chico. É emblemático que fascistas de todos os matizes despejem o ódio sobre Chico, exatamente pela mídia nativa que o alimenta, não só contra o poeta, compositor-maior, mas tudo que ele representa. O Ano de 2016 ainda nem decolou e  já me fez lembrar da canção Regra Três (onde o menos vale mais e que o perdão se cansa de perdoar), de outro poeta, Vinicius de Morais. Não sei se o poeta perdoou o antiquário ou vai. O que sei é que enganam-se aqueles que acreditam que o ódio de classe no Brasil se ensaia, mas não estreia.  E está reservado ao conciliador ser morto por último. Ponto. Parágrafo.
OS. Aos poucos leitores dessas mal traçadas linhas aqui no www.paraiba.com.br, destaco o artigo anterior sobre a Provocação Sionista, não perdeu atualidade. Eles insistem na provocação ao país.

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
O perdão, para que serve? O perdão, para que serve? Reviewed by Clemildo Brunet on 1/20/2016 07:31:00 AM Rating: 5

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