Vou sentir saudades

Ligia M. Arnaud Seixas

Ligia Maria Arnaud Seixas*

Sempre que necessito rabiscar os meus sentimentos, gosto de explicar a quem venha ler, que não tenho o dom da escrita e nem a hereditariedade familiar, como minha prima Marília e meu pai Wilson. Mas aqui, o que importa, é transmitir minha dor e saudade do meu tio Raphael Carneiro Arnaud que hoje já habita sua existência no mundo espiritual.

Na minha mente e saudades, vem as lembranças tristes do dia do seu internamento na UNIMED até véspera de Ano Novo dia do seu desencarne, e dos momentos compartilhados do tempo em que aqui, vida terrena, convivemos mais ou menos setenta e

nove anos.

Estamos constantemente sendo bombardeados com a palavra saudades, vira e volta, alguém especial parte do nosso convívio, deixando assim como o título do que aqui escrevo...SAUDADES!

Há tempos que podemos matar essa saudade, hoje com maior facilidade devido a tecnologia, mas, infelizmente, não é o caso do meu tio, apenas as lembranças guardadas nos faz a aproximação...porém com lágrimas nos olhos.Quantas saudades...meu pai, meu irmão, meus avós, amigos e tantos que já se foram...só saudades...apenas saudades.

Raphael Carneiro Arnaud

Vou sentir saudades...quando vinha à minha residência bater aquele papinho juntamente com sua irmã Zélia e tomar o chazinho que com muito prazer fazia para ele. E ouvia sempre dizer: "Liginha, você faz um chá maravilhoso, coloque uma casa de chá para você. “Eram palavras ditas sempre que aqui vinha”. E esse chá ficou conhecido por poucas pessoas, mas eu dizia sempre, compro esses chás para meu tio Rafhael. Todo começo de mês nas compras a serem feitas, não podia esquecer o cha de tio Raphael, e fiquei curiosa em saber as variedades dessas deliciosas degustações.E agora...o que fazer com tantas caixas de chás? Servir com carinho à quem aqui vier, tenha certeza... mas sua imagem vai estar sempre presente. São saudades...apenas saudades.

*Funcionária pública