banner

QUANDO A MORTE NOS BATE À PORTA!

Eli Medeiros
Por Eli Medeiros*

A Bíblia nos ensina que devemos viver com a consciência dos que sabem que devem prestar contas a Deus por todas as coisas que fazemos, dizemos, pensamos e vivemos. Embora os salvos tenham a certeza de que o sacrifício de Jesus Cristo os libertou, definitivamente, da condenação eterna, devemos viver como filhos da Luz, andando nas boas obras que foram preparadas para nelas andarmos. Apesar de conhecermos essa verdade, não temos real consciência da finitude da vida, nem da efemeridade de nossa peregrinação. 
Sempre que nos reportamos ao rico insensato que, após haver reconstruído celeiros, enchê-los com a colheita de suas plantações, resultado da bênção, não reconhecida, provinda de Deus, disse de si para si: “direi a minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; agora, pois, descansa, come, bebe, regala-te”. Deus, entretanto, declara Lucas, afirmou: “louco, esta noite de pedirão a tua alma e o que tens preparado para quem será?”, costumamos aplicar o texto aos que desprezam a Deus, fazendo referência à vulnerabilidade da vida, à efemeridade de nossa passagem e
à fragilidade do sopro da vida.
Entretanto, não podemos deixar de aplicar a mesma passagem à finitude do tempo, ao pequeno espaço de tempo entre o nascimento e morte que cada um de nós haverá de percorrer, segundo o que Deus planejou para cada um de nós.
Tiago muito bem nos alerta sobre o pouco tempo a nós reservado, salientando a dependência do ser humano do Autor da vida e Governante de todas as coisas. A vida é como a neblina que aparece por um tempo e logo se dissipa. Não sabemos quais os planos de Deus e quando haveremos de comparecer diante DELE, por seu chamado, livre, soberando, independente, segundo o SEU tempo. Sonhos, projetos, planos, realizações, agendas, acertos, compromissos, programações, em curso, ou a realizarem-se, não impedirão o chamamento DAQUELE a quem todas as coisas estão sujeitas e submissas. E não há qualquer previsão humana que permita alertar do evento morte aquele a quem Deus chama. Não é a idade, a condição física, mental, ou qualquer outro elemento, o indicador da proximidade ou distanciamento do dia em que chamados seremos, encerrando nossa peregrinação. Deus colocou a eternidade no coração do homem: “ tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (Eclesiástes 3:11). “Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da sua morte” (Eclesiástes 8:8). “Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus (Amós 4:12). “ E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. (Hebreus 4:13)”
A morte é destino de cada um de nós. Enquanto a preocupação com a vida eterna deve ser objeto de nossa vida, enquanto a temos, nossos atos, aqui, também nos deve ocupar a mente. A esse respeito, a pergunta que devemos fazer a nós mesmos: como seremos lembrados após a morte? Sua vida é vivida de tal forma que outras vidas sintam sua partida? Ou não haverá qualquer diferença no dia em que você partir? Quem sentirá sua falta? Que legado deixará você, quando seus olhos fecharem? A recepção de servo bom e fiel deve ocupar nossas mentes, pois só duas recepções nos estão reservadas: ou seremos recebidos como servos bons e fiéis ou como malditos a quem reservado está o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos. E não nos enganemos: as recepções descritas na Bíblia nos dão um bom indicativo da vida que vivemos e de como seremos lembrados nesta terra, pois as obras aqui realizadas, embora não sejam importantes como causa para a salvação são, contudo, reflexo, consequência, do que entesouraremos nos céus. Não nos inquieta essa verdade?
Veio-me a mente tal reflexão, ao ser surpreendido com a notícia da morte do Rev. Clodoaldo Brunet. Conheci sua luta, sua vida e seu ministério. Sua curta peregrinação. Sua morte se reveste de triste realidade. Seu tempo revela-se diminuto, porém a intensidade de sua vida nos assegura realizações transformadoras. Vida por meio da qual muitas vidas foram redimidas. Furtífera vida, digna daqueles que, vocacionados, concluiram suas carreiras, conscientes de que combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé. Rogamos a Deus por sua família, cujo consolo só Deus é capaz de conceder e, com certeza, concederá, fazendo-a ver a importância e missão do Clodoado, conscientizando-a de que participou e continuará a participar, como testemunha, de tudo o que Deus fez por seu intermédio, na Glorificação DAQUELE a quem todos estamos submissos e dependemos. A ELE, toda honra, poder e glória! Agradecemos a Deus pela vida do Rev Clodoaldo Brunet! Que a alegria de sua existência seja bem maior do que a saudade que sua ausência nos traz.

*Dr. Eli Medeiros – Advogado e Presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil. Estudou na instituição de ensino Pace University School of Law. Universidade Federal do Maranhão e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mora em São Luís e é membro da Igreja Presbiteriana do Renascença, na cidade de São Luís-MA. De João Pessoa-PB.
QUANDO A MORTE NOS BATE À PORTA! QUANDO A MORTE NOS BATE À PORTA! Reviewed by Clemildo Brunet on 3/15/2016 09:42:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion