As incertezas de um país traído
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
No decorrer do segundo mandato da
Presidente Dilma Rousseff (PT/SP), e sua trupe, como numa vórtice, desagregaram
todos os fundamentos dos novos conceitos gerenciais e agiram de forma acendrada
em direção ao inexcedível, de tal forma que as colunas de sustentação de um
governo sério foram detonadas e seus escombros retirados e jogados
irremediavelmente no ponto mais fundo do mar morto. Agora o que se apresenta no
governo interino do Presidente em exercício, Michel Temer (PMDB/SP), é uma
situação grotesca e estapafúrdia, de difícil solução, mormente pelo clima de
instabilidade tanto política quanto econômica, além das ações paliativas
minimamente aplicáveis nesse momento em que se exigem ações duras e
No meu texto “idas e vindas” procurei
textualizar de forma simplória, mas objetiva, o mal que estava por vir com a
participação de políticos, no governo Temer, alcançados pela operação Lava
Jato, a calamidade veio a reboque com a gravação anunciada pelo Jornal Folha de
São Paulo, com participação inicial do o já ex-ministro do planejamento Senador
Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, mergulhado até o
pescoço na operação Lava Jato e tentando uma delação premiada, para tanto, não
se importando em mergulhar no mesmo mar de lama em que se encontra, tantos
correligionários e amigos que se fizerem necessários para atingir seu objetivo.
O pior de tudo ou para todos é que as
denuncias não ficaram centradas apenas em um único personagem, a patifaria de
um crime sórdido está vindo a tona com o anuncio de vários personagem que fazem
parte de escabrosa montagem de uma estroina malévola e irremediavelmente
insuportável a um país ainda em desenvolvimento, de um povo pobre e de hábitos
toscos, cujas consequências danosas ao nosso património fará mal por muitos
anos, atingindo novas gerações, tamanho é o estrago que se apresenta com os
roubos incongruentes da claque que assolapou nossas riquezas, de tão
dilapidadas já não nos coloca mais como um país do futuro, hoje nos
apresentamos como o país do passado, anterior aos últimos 14 anos nefastos,
pois, se fossemos analisados pelos últimos 13 anos seríamos vistos como o país
do fracasso.
A fragilidade das ações do governo
interino de Temer mostra um presidente caminhando sobre o arame de um circo
cujo picadeiro não oferece nenhuma segurança para seus artistas mais
destemidos, é como se fora uma travessia sobre uma mata desconhecida e povoada
por animais e insetos vorazes e de mau agouro. Caso não seja tomadas medidas de
efeitos imediatos, sinalizando à nação caminhos melhores e alvissareiros as
ruas votarão a serem ocupadas pelo povo pedindo o afastamento também do Sr.
Michel Temer, que de tão discreto e ponderado está deixando muito a desejar em
termos de iniciativas mais contundentes, atitudes mais firmes e melhores
escolhas nos seus auxiliares diretos.
De um momento para outro ficamos com um
Presidente da República que ainda não inspira a confiança total, uma Câmara
Federal acéfala, com dois presidentes, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e Waldir
Maranhão (PP/MA), um afastado e outro com o cargo sob suspeição e totalmente
desconforme para a função em questão, um verdadeiro aziago para o momento
traumático. O Senado Federal, assim como o Congresso Nacional tem como
dirigente, Renan Calheiros (PMDB/AL), fazendo parte de uma gama de políticos
arrolados no processo da Lava Jato, ficando cada vez mais difícil sua
permanência na presidência daquela casa.
A situação mais incômoda fica por conta
das novas delações que surgem a cada dia, agora o delator Pedro da Silva Corrêa
de Oliveira Andrade Neto (PP/PE), cita nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva como um dos participantes da Operação Lava jato, como conhecedor
profundo dos saques ao patrimônio da Petrobras e seu estado quase falimentar em
que colocaram a empresa, além de outras figuras importantes da República, indo
da esquerda para a direita, mostrando que não há inocentes nessa tragédia
advinda com o mensalão e passa pela operação Lava Jato, ficando o eleitor
brasileiro sem nenhuma opção política, considerando-se ideologias e
pragmatismos.
Sinceramente, é difícil opinar numa
situação em que nos encontramos, ou o Michel Temer muda de postura, com fortes
indícios de um líder absoluto e com ações nesse sentido, ou verá a Dilma
Rousseff voltar ao seu cargo com todo ruído que sua base de apoio virá, dentro
do Congresso Nacional, propiciando mais dois anos de absoluta inércia e
cambalachos na nossa pobre República. A ideia de novas eleições é puro engodo e
fantasias, esse imbróglio só será, efetivamente, resolvido depois que ações
rápidas, eficientes e eficazes sejam tomadas pelo governo em exercício ou tudo
que foi feito para tentar o impedimento da presidente afastada terá sido mero
contorcionismo político obsoleto.
*Escritor e
Poeta
genival_dantas@hotmail.com
As incertezas de um país traído
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/29/2016 05:33:00 AM
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