O Brasil não serve de parâmetro na divisão Epistemológica de Japiassu
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
O
Brasil é contrafatual, vai de encontro aos fatos e se distingue como um corpo
estanho no universo da pluralidade, como um grande arrastão vai levando o que
se encontra nas suas águas escuras, muitas vezes rasas, em outros momentos,
profundas, mas, em todo tempo e por todo tempo turbulentas e pesadas, como quem
não sabendo separar o material sólido do líquido, pelo seu longo tempo de
poluição.
Somos uma nação de dualidade, temos dois
presidentes, uma presidente afastada outro substituto conforme as Leis que
regem nossa Carta Magna, portanto, peremptoriamente dentro das regras e
do contexto legal,
mesmo assim, bradam que há um golpe em marcha, numa contenda mal resolvida,
dessa forma, muitas queixas e queixumes nos caminhos e descaminhos dos
brasileiros que já tem tantas malversações e histórias mal contadas a serem
discutidas e desvendadas, para que o país possa seguir rumo em direção ao
futuro, mesmo porque, o presente é um caso perdido por entre ações equivocadas
e atitudes antidemocráticas, longe do republicanismo tão cantado em verso e
prosa por aqueles que usaram a democracia para surrupiar o erário público,
assaltando em plena luz do sol ou dos candelabros de bom gosto sob o teto dos
corredores dos palácios da República, retirando dos escaninhos as joias e
valores da mãe desalenta, e triste com seus filhos de Alto Coturno, que em nome
dos mais pobres e oprimidos diziam-se defensores únicos dos desvalidos, e
açodados que foram, deixaram rastros como que ratos fugindo dos seus
perseguidores.
O Brasil das calendas gregas vive no
“sine die”, o Congresso Nacional que era a atalaia do Governo Executivo, não
passa de uma corporação a lutar para manter seus membros, muitos deles, longe
das amarras por entre celas e sob o julgo das tornozeleiras eletrônicas
impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultado das cretinices
praticadas pelos irresponsáveis que ocupam cargos naquele poder, para tristeza
e vergonha dos que votaram naqueles torpes apresentados à sociedade como
corruptos e malfeitores. Os partidos políticos são corporações voltados para o
interesse próprio, tentando a subsistência a custa de apoios vergonhosos e
falsos, apenas para sugar dinheiro de quem esteja no governo, não importando,
para tanto, ideologias ou modelos de governo, sendo ou não da esquerda ou
direta, a meta é sempre a mesma, sobreviver a tudo custo e custe o que custar.
Os números continuam a mostrar que o
atual governo não é diferente do deposto, mesmo que interinamente, ambos não
têm conceitos favoráveis, a Presidente Dilma tem alto índice de rejeição e não
há nenhum contentamento que ela volte, enquanto o interino, Michel Temer, não
inspira nenhuma confiança no povo brasileiro, enquanto isso, uma nova eleição é
puro ilusionismo, pois, só poderá ocorres se ambos renunciarem, não há vontade
política nas partes, por isso, não estamos vendo solução rápida e salutar para
resolver o impasse criado. Temos os poderes batendo cabeça, um Executivo sem
apoio popular, o Legislativo acossado pelo Judiciário, que diante do pedido de
prisão para membros dos figurões do PMDB, incluindo-se aí o Presidente do
Senado Federal, Renan Calheiros, fica dividido entre aceitar o pedido ou
ignora-lo, pelo menos por enquanto, até que o impedimento da presidente
afastada seja definido no Legislativo.
Enquanto nada se resolva, a indefinição
leva o brasileiro a ficar sem muita noção de como agir, pois, há uma
descontinuada produção que apavora o empregador e o empregado, a elevação de
preços que recrudesce e amarga à vida de todos nós, a taxa de juros foi
reiterativa sinalizando as dificuldades que continuaremos a ter ainda nos
próximos dias, um problema que o Ilan Goldfajn, como presidente do Banco
Central terá que resolver a curtíssimo prazo. Nesse compasso de espera o PT
tenta montar uma catilinária que possa justificar a sua história de golpe,
credível apenas aos poucos que fazem parte desse partido desagregado e seus
séquitos.
*Escritor e Poeta
genival_dantas@hotmail.com
O Brasil não serve de parâmetro na divisão Epistemológica de Japiassu
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/12/2016 11:44:00 AM
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