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“... O Brasil vive da ração e não da razão...”

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Para não variar o ritmo na política nacional, o novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, mesmo sendo amigo de o Presidente Michel Temer, deixou a base de apoio do novo governo, provisório, numa verdadeira saia justa, quando bem antes de assumir o cargo e numa palestra durante o 6º Congresso de Ciência Política e Direito Eleitoral do Piauí, como palestrante, citou a frase supracitada, como título desse trabalho, como quem a fazer jus a sua ilibada carreira profissional, como homem da Lei e
os cargos exercidos em toda sua trajetória.
A inconveniência foi exatamente, depois de alguns dias estava dentro do governo. Torquato Jardim é Professor de Direito Constitucional na Universidade de Brasília por 20 anos, ele é pós-graduado pela Universidade de Michigan, na Universidade Georgetown (Washington) e no Instituto Internacional de Direitos do Homem (Estrasburgo, França, 1982). Portanto, profundo conhecedor das causas e efeitos das palavras mal colocadas ou ditas no tempo errado.
O pensamento político do douto teria ficado na plateia ouvinte do palestrante não fora a sequência da sua vida profissional, vindo ocupar, como ocupa, até quando, no novo governo brasileiro que vem sendo remontada sobre areia movediça, cada semana que passa uma ocorrência lesa-pátria, como que colaborativa na tentativa de abreviar o governo Temer. Para piorar o quadro governista, a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), indicada para assumir a Secretaria de Política para as Mulheres, é apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como integrante de articulação criminosa, responsável pelo desvio de R$4 milhões de emendas parlamentares, correspondente ao período em que atuou no Congresso Nacional, Câmara dos Deputados. Antes, o ministro do Planejamento Romero Jucá, tinha pedido suspensão das suas funções; e, Fabiano Silveira entrou em rota de colisão, assim como Romero Jucá, apanhados em escutas telefônicas, e também pede desligamento do governo, numa tentativa de minimizar os problemas causados a Nação.
Não podemos dizer que a última semana foi fácil tanto para o governo como para os brasileiros comuns como nós que trabalhamos cinco meses para pagar impostos e temos que nos virar com o que sobra do resultado do ano, nem que para isso tenhamos que fazer contorcionismos e ginásticas com o que nos cabe para a sobrevivência diária. Em termos de governo, Pedro Parente assume a Petrobrás anunciando uma reestruturação para reconstruir a empresa em processo de desmonte. Para que tenha sucesso é preciso que ele possa desobrigar a empresa a se livrar de uma série de obrigações impostas pela megalomania petista. Como referência primordial sair da obrigação de ter que participar como acionista com 30% de todos os projetos de exploração do pré-sal, uma obrigação alienígena e descabida e se impõe como severas limitações na sua política empresarial.
Quanto ao processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff, muitas definições ficaram a ser definido pelo Presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, o mesmo que fará a reunião para o impedimento ou não da presidente, nesse sentido o advogado de defesa José Eduardo Cardoso, recorreu ao STF contra medidas resultantes da última reunião da comissão especial.
O desconforto está generalizado dentro do governo em função da delação premiada do sr. Sergio Machado, entre tantos os desmandos apresentados em gravações, os mais graves são as conversas que envolvem três caciques do PMDB, ex-presidente José Sarney, os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, apoiadores do novo governo, ao mesmo tempo jogando por terra as esperanças que tínhamos de ver um governo ausente dos descalabros existentes no governo suspenso. Não anda nada fácil para o presidente em exercício Michel Temer, além de não conseguido o crédito necessário, com o povo, para governar de forma tranquila, continua a trabalhar sem segurança emocional, tendo muitas vezes que voltar em tomadas de decisões, demonstrando fraqueza e indecisão, o que não é bom em qualquer governo. Tudo bem que se trata de um governo temporário, mas, com possibilidade de continuar até 2018, caso a presidente afastada seja definitivamente impugnada pelo Senado Federal.
É preciso que Michel Temer tome consciência da sua posição e trabalhe para sua efetivação, pois, preciso é, que tenhamos um presidente com pulso firme e determinante, estamos cansados de governos paliativos, e do faz de conta, sem nenhum compromisso com a pátria, com ações voltadas para o interesse próprio e partidário, em detrimento das necessidades prementes da nação brasileira. Caso o governo em exercício não revigore ficaremos numa verdadeira sinuca de bico, sem opção alguma, a não ser o desastre total, pois o que teremos o retorno da presidente Dilma Rousseff, a presença na presidência de Waldir Maranhão, presidente da Câmara Federal, outra hipótese a condução de Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional, três situações desastrosas para a Nação brasileira. Isso na minha terra se chama: “balaio de gatos”.
*Escritor e Poeta

genival_dantas@hotmail.com
“... O Brasil vive da ração e não da razão...” “... O Brasil vive da ração e não da razão...” Reviewed by Clemildo Brunet on 6/06/2016 06:22:00 AM Rating: 5

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