As faces da sucessão em João Pessoa
João Costa |
João Costa*
Sejamos sensatos diante do
quadro político atual para admitirmos que a distância entre estabilidade e o
caos mais sangrento em qualquer sociedade é muito pequena do que as pessoas
gostam de supor que seja. Daí o refrão do “tudo pode acontecer, inclusive
nada”, vale para a crise política nacional e a aparente normalidade democrática
com as eleições que se aproximam. O quadro é simples: o arco de alianças de
políticos conservadores e
Vejamos a sucessão em João
Pessoa. Enquanto o governo Ricardo Vieira tenta se apresentar como Dom Quixote
com sua candidata ungida do mundo girassolaico, os partidos de oposição ao seu
governo e à normalidade democrática do país, formalizam o tal “acordão”, que
nada mais é que uma patranha ultraconservadora aliada ao caráter de quinta
coluna do alcaide, candidato à reeleição.
Mas o governador Ricardo
Vieira bate na trave ao insinuar que a união política entre Cássio/Cartaxo/Maranhão
nada mais é que o “eixo do mal” se é que há o lado do bem nesta polarização.
Denuncia Ricardo que o governo interino, para fazer mimos aos seus aliados da
Paraíba, busca asfixiar o governo da Paraíba contingenciando verbas, botando
dificuldades em repasses de recursos para obras em andamento e etc. Vilanias
comuns, mas o que João Pessoa tem a ver com isso?
Se o governador insinua
que seus opositores agem com “ódio”, a cidade não pode pagar o preço. Logo,
esse “acordão” além de patranha é a expressão do “mal e seus malefícios”.
O alcaide de João Pessoa
segue como franco favorito neste início de campanha, patinando na moderação
daqueles que lhe fazem oposição. Para desconstruir a imagem da administração atual
vai ser preciso reavivar na população os
avanços patrocinados pelo PT, pois sem os governos do PT pouco ou quase nada
restaria de realizações para que a administração de João Pessoa possa chamar de
suas.
Nasce daí as chances de
crescimento da candidatura do professor Charliton Machado. De novo, João Pessoa
vai buscar na academia, no caso a UFPB, um quadro político identificado com as
causas sociais. Charliton Machado tem decência e docência – e um programa de
governo. Sabe ele que para administrar bem João Pessoa, 2 bilhões de orçamento
podem render o dobro das realizações do alcaide atual. Planejamento serve pra
isso.
E a composição da próxima
Câmara Municipal não pode ser mais da mesmice conservadora atual, pastando
entre o fundamentalismo evangélico e o fisiologismo. É neste contexto que surge
Renan Palmeira, um jovem político que tem noção da luta de classe e poderá dar
uma nova face social e política. Poderá fazer o contraponto, em defesa do
movimento LGBT, de forte representação social progressista; um segmento que
precisa de representação parlamentar na Câmara.
*João
Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de
assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do
Paraíba.com.br
As faces da sucessão em João Pessoa
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/30/2016 07:42:00 AM
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