Guerra híbrida: mirem-se nos exemplos da França
João Costa |
João
Costa*
Por que a França é alvo, de novo, de
mais um ataque na guerra híbrida que se estabeleceu entre o Ocidente e o mundo
islâmico? Nos recentes ataques na Bélgica e na França não há árabes como
agentes perpetradores dos ataques; são franceses ou belgas, inclusive este
agora. Números atestam que 5 milhões de francês são muçulmanos e cidades como
Marselha e Nice são islâmicas. Mas por que 14 de Julho? É a data da Queda da Bastilha, marco maior da
Revolução Francesa, cujo princípio todos conhece: Liberdade, Fraternidade e
Igualdade. E laicidade como modo liberal de viver.
E o que o Brasil tem a ver com isto?
Tomemos o liberalismo como padrão de vida da sociedade Ocidental – por extensão o
Brasil. O liberalismo pressupõe a liberdade de escolha, modo de viver, pensar e
agir do individuo. Na França, a Corte Suprema
proibiu crianças e mulheres muçulmanas usarem véu nas escolas ou na rua – e o
véu é apenas um símbolo religioso. Logo, o liberalismo francês tem duplo
padrão.
Como manda uma prática da análise de um texto teatral, prefiro sempre
enxergar a cena “de trás pra frente” – ou do ponto de vista da personagem e não
do conceito moral da narrativa. O Brasil já experimenta o caldo de cultura da
intolerância.
Aos poucos a laicidade está sumindo ou
já sumiu, abrindo as portas para o fascismo, que hoje mostra sua pujança
ideológica na nossa juventude, na mídia e no fundamentalismo religioso de viés
cristão.
No Congresso predomina a bancada BBB (
da Bala, da Bíblia e do Boi), em outra palavras, dominado por parlamentares
criminosos, padres e pastores e latifundiários criadores de bois. É fato. Na
votação do golpe parlamentar contra a Dilma Vana, esta bancada envolta na
bandeira nacional, ao votar, citou “Pelo Brasil” 314 vezes; “Família”, “pela ou minha família”, 114; “meus filhos”
11 vezes. Resumo da ópera: esta guerra
mundial é hibrida, o povo perde, e a intolerância está vencendo. Ponto.
Parágrafo.
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Guerra híbrida: mirem-se nos exemplos da França
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/15/2016 03:33:00 PM
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