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Arroubo exitoso do governo é a derrocada do País

João Costa
João Costa*

O quadro pode oscilar entre ruim e péssimo, mas é assim que vai permanecer porque o sucesso do golpe que mantém Michel Temer como títere é o fracasso do País. Para a Nação, ruim é contabilizar 14 milhões de desempregados, péssimo é a sua letargia; efeito colateral são dez mil homens das forças armadas – só no Rio de Janeiro - atuando como forças auxiliares da polícia numa inversão de papeis – o próprio comandante do Exército sentencia que o Brasil segue à deriva.          
Em recente audiência no Congresso, disse o general Villas Boas: “o Brasil e suas instituições evoluíram e desenvolveram um sistema de pesos e contrapesos que dispensa a tutela por parte das Forças Armadas”. É um alento diante da histeria da classe dominante que clama por intervenção militar – agora alimentado pelo explícito ódio contra os pobres.
Por outro lado, as Forças Amadas deslocaram quase nove mil homens para fazerem o trabalho que a polícia do estado do Rio de Janeiro fracassou: combater o crime. A inversão dos papeis é visível. Simples: quando o Exército retirar os soldados das ruas, o tráfico e seus braços sociais voltam a ocupar e tudo volta a ser como dantes no quartel de Abrantes – expressão portuguesa da era napoleônica sobre o eterno retorno do status quo.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, sobre a situação no Rio, onde ex-governadores  foram ou são hóspedes de penitenciárias, informou que operação vai se desdobrar após o reconhecimento de locais como Assembleia Legislativa ( que esta semana vota a privatização dos serviços de água e esgoto e autorização de empréstimos bancários para pagar salários do funcionalismo público), Zona Portuária e industrial. Em seguida, as Forças Aramadas vão fazer aquilo para o qual não são destinadas: combater criminosos.
 “Quando elas saírem (as tropas), daqui a alguns dias, uma segunda operação não será necessariamente igual (proteger o governo estadual). Sempre com um objetivo: golpear o crime organizado e retirar a sua capacidade operacional”, revelou.
Como assim? Perguntam meus botões.
O ano de 2017 começou com rebeliões em presídios no Norte do País, onde facções criminosas promoveram um banho de sangue pelo controle das cabeceiras dos rios das Amazônia, esteios tranquilos por onde a droga entra no País no atacado. Se não protegem a navegação nos rios da Amazônia, como salvaguardar a população urbana à mercê de arrastões criminosos, assaltos, explosões bancárias e negócios associados ao tráfico?
Tropas federais foram despachadas para o Norte, Nordeste e, agora, para o Sudeste com a finalidade de combater a violência urbana decorrente do crime, e não de mobilização popular por trabalho e comida.
Julho termina com as forças golpistas comemorando a ausência de protestos por parte da população em razão do aumento de tributos sobre combustíveis, debilidade profunda na sequência da perda de direitos trabalhistas aprovadas pelo Parlamento, que começa agosto promovendo esforço hercúleo para salvar Temer, o primeiro presidente da República abertamente acusado pelo Ministério Público de se ser corrupto.
A força de Temer reside na maioria parlamentar que vivencia problemas em comum com o usurpador: acusação e provas de que chafurdam na mesma cloaca e comemorando o sucesso deles assentado no fracasso da Nação.

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Arroubo exitoso do governo é a derrocada do País Arroubo exitoso do governo é a derrocada do País Reviewed by Clemildo Brunet on 7/30/2017 10:20:00 AM Rating: 5

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