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O Dia dos Filhos

Ricardo Ramalho
Por Ricardo Ramalho*

Há cerca de oito anos, chegava a minha vida, uma menina assustada, frágil, de olhos plangentes, mas, que resplandecia em meu coração. Para esquecer um passado cruel tomou outro nome: Ceres, a deusa romana dos grãos, da agricultura.
Com duas filhas e um filho, biológicos, pungia em meu peito a necessidade desse gesto. Um sentimento que crescia como uma flor a desabrochar, como uma intensa germinação de amor e felicidade. Muitos amigos e amigas me questionavam, inquiriam sobre essa responsabilidade que me impunha e a toda família, sobretudo Rosi, minha esposa, que havia sido seduzida pela decisão. Sobrou e venceu a plenitude d’alma que reclamava aquela atitude.
Foi um rápido processo de adoção sentimental, de reciprocidade afetiva e um longo período de formalização que somente, há poucos dias, se definiu na Justiça.
Ceres, mais uma luz espiritual, mais um sustentáculo vital da existência. Mil oportunidades tivessem, mil vezes repetiria. A humanidade, ainda, necessita melhor entender a satisfação intensa da convivência com filhos e filhas, biológicos ou adotados. Como relva, nos abraçam de forma macia e nos repletam de entusiasmo pela vida.
Ah, meus filhos! Ai de mim sem tê-los, sem seus afetos, sem amá-los. Ai de mim, com minhas idiossincrasias, sem a doçura de seus gestos, sem a percepção do carinho pelo carinho, simplesmente. Por esse sentimento, por essa compreensão, entendo que o Dia dos Pais, mais do que meu é um dia dedicado aos meus filhos.

* Cronista pombalense radicado em Maceió Alagoas
O Dia dos Filhos O Dia dos Filhos Reviewed by Clemildo Brunet on 8/13/2017 05:52:00 AM Rating: 5

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