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PADRE LUIZ GUALBERTO: O EDUCADOR DE TODOS NÓS...

Maciel Gonzaga (foto)
Maciel Gonzaga de Luna* O Apóstolo Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, descreve os nossos dias como “tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1). Dois mil anos depois vemos a humanidade descambando-se aceleradamente para o abismo, a cada minuto e a cada instante. Há crise em todo lugar e em todos os níveis: moral, espiritual, social, etc. Mas, a pergunta que se faz é: De quem é a culpa? A quem devemos responsabilizar pelo caos no mundo? Seria fácil e cômodo atribuirmos a culpa aos líderes políticos e governamentais e ao próprio diabo. Jesus estabeleceu Sua igreja para ser uma força remidora da humanidade e neutralizadora da corrupção e degeneração da raça humana. Ela foi estabelecida para ser “o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5.13,14). A essa igreja, Jesus deu a responsabilidade de fazer discípulos de todos os povos da terra (Mt 28.19). Jesus foi um grande evangelizador, porém, os mais influentes líderes de sua época, bem como o próprio povo, que por vezes fora curado e abençoado por Ele, o identificaram como Mestre (Jo 3.2). Ele próprio exaltou acima de todos os seus ministérios, o de mestre (Jo 13.13). Dentre os dons de ministério que o Senhor dá à igreja, destaca-se o de Mestre (professor ou educador). João Locke reconheceu a importância do ensino quando disse: “— Creio que podemos afirmar que em cem homens, mais de novena são o que são — bons ou maus, úteis ou perniciosos à sociedade — pelo ensino que têm recebido”. Vivemos hoje em um mundo decaído e moralmente destruído, sem escrúpulos, despudorado. A maioria de nossos jovens não sabe o que é firmeza espiritual, por nunca tê-la experimentado, e quase sempre nós educadores, estamos omissos quanto ao problema. O quadro que vemos em nosso país é de fome, miséria, pessoas sem moradia, etc. Pensamos sempre que a razão do problema seja a má administração do dinheiro público ou a falta de planos de governo, claros e definidos. Mesmo que tudo isso também seja verdade, contudo, o verdadeiro problema que se desemboca na fome, miséria e nas calamidades que vemos por aí, no cotidiano, tem como causa a crise moral e a crise espiritual de nosso povo. A partir dessas considerações, quero chamar a atenção para a importância que teve o padre Luiz Gualberto de Andrade na educação da cidade de Pombal. Natural da cidade de São João do Rio do Peixe nasceu no dia 21 de outubro de 1921. No início dos anos 60 chegou a Pombal para substituir ao padre Vicente de Freitas, na direção do Colégio Diocesano de Pombal, que ainda funcionava no prédio ao lado da Cadeia Pública, próximo da Igreja do Rosário. Partiu para construção do novo colégio. Foi um educador incansável, afeito a desafios e teve uma grande participação no processo de desenvolvimento educacional, econômico e social da nossa cidade, patrocinado pela sua ação administrativa e visão profética. Como sacerdote e educador religioso, pregava a mensagem do Evangelho, como um bom pastor e questionava os principais problemas do País, dando ênfase à educação, tema que o apaixonava. Nós estudantes o respeitávamos muito, principalmente pela sua condição de pessoa vocacionada por Deus e confirmada pela Igreja para atuar especialmente no ministério na área de Educação Religiosa, de incutir em nossas mentes o bom relacionamento familiar; manter uma auto-imagem positiva; o bom relacionamento entre liderados, pastor e demais líderes. Levava nós estudantes católicos à Missa, celebrada por ele, aos domingos na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso, o que se tornou por muitos anos uma tradição. Eu já não me encontrava mais em Pombal, mas, sim, estudando em Campina Grande, quando em 1969 o Padre Luiz Gualberto deixa a nossa cidade e é nomeado diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras, iniciando um processo de construção de um pólo educacional na cidade que “Ensinou a Paraíba a Ler”. Dez anos depois, em 1979, no dia 1º de agosto, se torna o primeiro diretor do Campus V da UFPB, tendo sido o grande incentivador e principal interlocutor para que a Universidade Federal da Paraíba se instalasse em Cajazeiras. Enquanto exercia suas atividades, além da implantação do primeiro curso superior no interior da Paraíba, quando encontrou no caminho inúmeros obstáculos, superou a todos e saiu vitorioso. Também, no ensino de 1º e 2º graus, foi diretor do tradicional Colégio Diocesano Padre Rolim, que estava passando por uma grande crise, e poderia ter as suas atividades paralisadas. Assumiu a direção e resolveu o impasse. Era um superador de crises, um homem de soluções.Ainda, em Cajazeiras, com a saída das Dorotéias do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, Padre Gualberto foi convocado pelo Bispo Diocesano Dom Zacarias Rolim de Moura para resolver o problema. Assumiu ao mesmo tempo a FAFIC, o Colégio Diocesano e o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, além de suas atividades religiosas. Era um homem obstinado pelo trabalho, um apóstolo da educação e da fé. Gostava de trabalhar com a juventude. Na minha vida profissional, devo muito ao Padre Luiz Gualberto. Certo dia, estando ele na casa de “Seu” Moreira, na Rua Nova, conversando com amigos, foi procurado certo dia pela minha mãe, Dona Roza Gonzaga de Luna, que foi lhe pedir uma bolsa de estudo para mim, no Colégio Diocesano de Pombal, que era uma escola privada. A sua resposta foi incontinente: “Procure Erotides na segunda-feira e faça a matrícula do menino”. E como eu dava sinais de que desejava seguir a carreira do sacerdócio, recebi um grande incentivo por parte do Padre Gualberto, que foi para mim um grande e insubstituível conselheiro e orientador. Um companheiro de todos os momentos. Também, arranjou um emprego para a minha mãe, a quem ele carinhosamente chamava de “Roza Rica”, no Hospital e Maternidade “Sinhá Carneiro”. Padre Gualberto me encaminhou ao Seminário Diocesano Nossa Senhora da Assunção, em Cajazeiras, no ano de 1964. Anos depois, quando resolvi desistir da carreira do sacerdócio, antes de tomar a decisão de deixar o Seminário, o procurei e ele me disse estas palavras: “Para você servir a Deus e ser Homem, não precisa ser padre não. Siga o seu caminho, mas sempre estudando”. Estamos certos de que, tudo o que relatamos neste artigo é muito pouco para definir a importância do padre Luiz Gualberto de Andrade na formação educacional religiosa dos pombalenses, ensinando-nos a importância de se levar o educando a um desenvolvimento completo e à uma experiência mais profunda com o Senhor. Foi ele um educador que, além de amar seus educandos, soube nos educar evangelizando e evangelizar educando.
*Jornalista, Advogado, Professor - Natal RN.
PADRE LUIZ GUALBERTO: O EDUCADOR DE TODOS NÓS... PADRE LUIZ GUALBERTO: O EDUCADOR DE TODOS NÓS... Reviewed by Unknown on 7/27/2008 08:52:00 PM Rating: 5

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