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Lúcida Loucura

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

O oximoro, vício de linguagem, “Lúcida Loucura”, traduz muito bem, apropriadamente, o momento em que estamos passando, nesse inicio de ano, logo após a posse dos nossos governantes. Mormente a administração federal com todo seu estafe, composto na sua grande maioria, por energúmenos, escolhidos entre os sectários no meio de diatribes ingentes, numa sensação clara de um cipoal desmedido, muito embora as pompas e ostentações empregadas pelo cerimonial oficial acobertassem a autofagia dos membros da base aliada, com salamaleques e
afagos recíprocos que nem lembrava, saber, eles sabiam, que estavam comemorando uma “Vitória de Pirro”.
O primeiro escalão anunciado, numa distancia quilométrica entre o discurso feito e a prática operada, deixando muitos dos nomeados encalistrados ao se sentirem como verdadeiros estranhos no ninho, sensações bem disfarçadas, mas de sentimentos espelhados na face de cada um ali presente.
Uma angústia insofismável toma conta do pensamento de uma maioria relativa, de brasileiros que acreditaram no discurso da esquerda composta por uma parcela de aves de rapina, parte condenada no caso mensalão e outra fatia mergulhada na Operação Lava Jato, e a procissão seguindo o rito da malversação espúria e indolente.
No meio dessa incongruente plêiade ao avesso, a direita tenta se fazer presente, como contra ponto, mesmo sendo estereotipado como pioneira nos desmandos no legislativo, lhe é amputado o crime de compra de votos para reeleição de Fernando Henrique Cardoso, numa guerra injusta para a grande massa de brasileiros afetados diretamente pela inabilidade e inexperiência administrativa de um partido perdido entre um projeto de governo inoperante e a meta do partido que tem como objetivo, permanência no poder pelo maior tempo possível, como diz seus mentores: “ninguém sabe o que somos capazes para ganharmos uma eleição”, insensatez, inconsequente e ameaçadora.
Depois de um ano nefasto, com 53 milhões de eleitores apoiando à situação, 50 milhões contrários a continuação do atual governo, e 37 milhões alheios a realidade nacional (não votaram), como quem indiferentes ao coletivo; uma economia encolhida, com saldo de US$ 4.93 bi negativos, na balança comercial; a inflação no limite estipulado pelo próprio governo; a corrupção sem controle assola a economia como um todo, com raízes em todos os setores, tanto público como privado; o desemprego sendo anunciado, curiosamente na atividade automobilística, das montadoras, privilegiado com a suspensão de IPI, mostrando o grave erro cometido pelo setor econômico do governo brasileiro; os anúncios de aumento de preços em setores controlados, e represados antes para não elevarem a inflação, fazem dos segmentos elétricos e de combustíveis o calcanhar de Aquiles dos responsáveis da área econômica.
Pelo ritmo da carruagem caminhamos para o estagflação, sobejamente conhecida como o ápice da crise econômica, para um país que chegou a circular na 6° posição na economia mundial, hoje amarga o desconforto de ter que descambar para o 8° lugar, cedendo seu posto à Índia, país que também faz parte dos emergentes, assim como o Brasil. Isso é um fato profundamente lamentável.

*Escritor e Poeta

Lúcida Loucura Lúcida Loucura Reviewed by Clemildo Brunet on 1/08/2015 08:12:00 AM Rating: 5

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