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NA SEMANA SANTA

Ubiratan Lustosa (Foto)
Autor: Ubiratan Lustosa*
De repente, sob o alarido da multidão, chegava a Jerusalém o Nazareno. “Hosana ao Filho de David” – gritava a turba em correria. E sacudia ramos, e atapetava o solo com suas vestes para que sobre elas passasse Jesus Cristo. Alheio ao próprio triunfo, Cristo seguia em silêncio. Ele sabia da fugacidade das glórias terrenas. Como ninguém, Ele conhecia a volubilidade dos sentimentos humanos. Bem cedo, novamente uma multidão estaria ao seu redor, dessa feita para pedir aos brados a sua morte.
Quem era esse homem que provocava no povo reações tão contraditórias? Quem era esse Jesus, de olhar enérgico quando repreendia, mas doce e suave quando aconselhava? Quem era esse Nazareno que ousava atemorizar o império romano com as suas pregações, ensinando o amor onde o ódio habitava, a verdade no reino da mentira, o perdão onde se praticava a vingança?
Quem era esse Jesus que chamavam “o Cristo”, cujo nome, exalando divindade, já preocupava o imperador Tibério no aconchego da bela ilha de Capri? Quem era esse homem cujos milagres já eram comentados em Roma , a agitada Roma dos Césares e das suas Legiões temíveis? Quem era esse Jesus que erguera uma bandeira de paz e amor e boa vontade num império sacudido por violentas lutas, espalhando a sua mensagem de fraternidade desde a Atenas dos filósofos até a Palestina das crenças seculares? Sim, quem era esse Jesus que chamavam “o Cristo” ?
Esse humilde Nazareno que iria impor o seu reino à própria Roma orgulhosa, dominadora e invicta, ante o sumo sacerdote Caifas, quando este lhe perguntou: -“És tu o Cristo, o Filho de Deus?”, respondeu serenamente :- “Tu o disseste!” Sim, Ele era Jesus, o Filho de Deus feito homem, que viera ao mundo para erguer um reino maior, bem maior do que o edificado pelas águias romanas, porque esse novo reino de amor e de bondade não teria fronteiras, e os séculos passando não o veriam findar. E então, manipulada por escusos interesses, a multidão pede a sua morte. E após a pantomima de Pilatos, lavando as mãos em omissão covarde, Jesus é levado ao Gólgota e é crucificado.
Já se passaram quase dois mil anos e hoje, nesta Semana Santa, relembrando esses acontecimentos, respeitoso e contrito, eu quero conversar com Jesus:
- Senhor, que não tenha sido em vão o Teu divino sacrifício, que Tuas lágrimas não sejam esquecidas. Tu nos ensinaste a amar e perdoar, e nós estamos odiando e querendo vingança. Tu nos ensinaste o bem, e estamos praticando o mal. Perdoa-nos e nos ensina outra vez a querer bem, a nos doarmos sem esperar retorno. Mostra-nos de novo o caminho, dando-nos força e coragem para carregarmos a nossa cruz. Abençoa-nos Jesus!
*RADIALISTA E ADVOGADO - CURITIBA PARANÁ.
NA SEMANA SANTA NA SEMANA SANTA Reviewed by Clemildo Brunet on 4/05/2009 04:43:00 AM Rating: 5

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