DOM ZUMBI, DOM PELÉ, DOM JOSÉ, O ARCEBISPO NEGRO DA PARAÍBA, ESTAVA CONVICTO DE QUE VIVERIA 113 ANOS
Evandro Nóbrega |
Artigo especial
de Evandro da Nóbrega,
escritor,
jornalista, editor e membro do
Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano
Nunca consegui atinar com a razão pela
qual o notável arcebispo emérito da Paraíba, Dom José Maria Pires, insistia
naquela ideia de que iria viver até os 113 anos de idade. Sim, 113. Nem 114,
nem 112: exatamente 113.O que, minha senhora? Madame não sabia disso?
Numa longa entrevista que me concedeu em
meados de maio de 2007, sua excelência reverendíssima reconfirmou, mais uma
vez, ter absoluta certeza de uma coisa: somente morreria com essa idade de
cento e treze anos — e estávamos conversados. Não admitia nem discutir o
assunto.
Tinha ele convicção profunda de que isto
ocorreria, conforme já me dissera bem antes, à época em que fora obrigado a
deixar a Arquidiocese (seu substituto foi Dom Marcelo Carvalheira) em virtude
das disposições canônicas do Vaticano quanto à idade-limite para o exercício do
arcebispado.
Na entrevista acima citada, voltei à
carga, talvez esperando que o bom servo de Deus caísse em alguma contradição
quanto aos tais 113 anos — ou mudasse de ideia sobre o seu passamento apenas no
remotíssimo ano de 2032.
Tendo Dom José nos deixado, agora, aos
bem vividos 98 anos de idade, bem que gostaríamos que ele viesse mesmo a
completar, como desejava, esperava e confiava, esses 15 anos que nos separam de
2032. Afinal, seria um quindênio inteiro, três lustros completos, os quais, se
vividos com boa saúde, o levariam a muitas e novas experiências, sem esquecer
um não pretendido mas eventual título no "Guiness' Book of the
Records".
Mas, lá no fundo de meu parco
entendimento, não posso deixar de ficar remoendo esta coisa: por que Dom José —
que não era homem para brincadeiras (embora dotado de um bom humor contagiante
e até de uma pintada de inteligente ironia) — se pegou com essa convicção
profunda de que viveria até inícios da terceira década do terceiro milênio?
Haverá algum sentido oculto em tal
crença? Terá isso um viés místico inatingível para o comum dos mortais? Seria o
113 um número cabalístico? Ou tudo não passava de mero "wishful
thinking"? Não estaria Dom José apenas sendo irônico com a vida terrena em
contraposição à vida eterna que os cristãos esperam no "outre tombe",
no pós-túmulo?
E, afinal, o que é que iria ocorrer de
tão importante em 2032 - se é que vai haver algo, dando por barato que os
malucos da Coreia do Norte não nos brindem com uma guerra termonuclear...
Provavelmente nunca haveremos de
conhecer as respostas às agoniadas indagações acima. De todo modo, Dom José
era, ao falecer, o arcebispo mais idoso do Brasil — e, claro, por que não, um
dos mais velhos do mundo.
Para que não pairem dúvidas sobre o que
Dom José afirmava, para quem o quisesse ouvir, transcreve-se a seguir um trecho
da entrevista que o degas aqui realizou com o arcebispo emérito Dom José. Essa
entrevista pode ser encontrada em várias partes da Rede Mundial de
Computadores, vez que saiu publicada em diferentes locais, mas, especialmente,
nas mídias aqui arroladas:
1) no portal do JusBrasil e noutros
locais da Internet, como meu blog DRUZZ ON LINE;
2) na página 31 da edição de 27 de maio
de 2007 do "Diário da Justiça Eletrônico" do TJPB, jornal que à época
dispunha de páginas dedicada a notícias e artigos sobre o Judiciário paraibano;
3) nas sexta e sétima edições da
"História do Tribunal de Justiça da Paraíba", de autoria do saudoso
historiador Deusdedit Leitão e deste escriba que vos tecla (edições em papel e
on line, isto é, em .pdf);
4) no Portal Institucional do Poder Judiciário
do Estado da Paraíba (popularmente conhecida como Home Page do TJPB)
5) etc etc etc.
UM TRECHO DA ENTREVISTA DE 2007
Agora, o trecho da entrevista em que Dom
José aborda essa história dos 113 anos:
"Você sabia, por exemplo, que Dom
José vai viver até os
113 anos de idade? Não sabia?! Por
algumas vezes já conversei com ele justamente sobre isto — e o notável prelado
católico continua a sustentar em alto e
bom som:
— Claro que vou viver 113 anos!
A incredulidade nos impele a reindagar:
— Cento e treze anos? Perdoe-me Vossa
Excelência
Reverendíssima, mas como sabe disto? Por
que tanta certeza?
— É que estou PROGRAMADO para viver até
essa
idade — sorri com os lábios e com os
olhos Dom José Maria
Pires.
Não adianta voltar à carga:
— O Sr. sabe disto por uma questão de
fé? É Revelação? Premonição? Adivinhação? Cabala? Numerologia?
Signos do zodíaco? Horóscopo chinês?
Aviso do Além?
Ou o que é?
Ante tão heréticas indagações, Dom Pelé
nem se persigna:
— Já lhe disse: estou pro-gra-ma-do para
viver 113
anos. E é o que vou fazer! [...]
Como não mais estarei por aqui, em 2032,
para comprovar o desfecho de tudo isto, vou logo atendendo o leitor desejoso de
conhecer outros fatos sobre o jovial prelado mineiro-paraibano que, do alto de
seus quase 89 anos, mais parece um rapazote — especialmente quando está ao
computador, de pés descalços, respondendo aos e-mails e escrevendo suas
homilias no Word for Windows." [E a entrevista prosseguia, como veremos
adiante].
Sinceramente, não sei se outro jornalista,
escritor e/ou editor também entrevistou Dom José sobre este mesmo tema, isto é,
a morte adiada para os 113 anos. Com toda probabilidade, ele não abordou isto
apenas comigo
ANTÔNIO MARIZ E DOM JOSÉ
Como tive que amiudar os contatos com
Dom José Maria Pires, mesmo depois que se afastou da Arquidiocese, tornando-se
arcebispo emérito?
Foi o seguinte: quando se deu tal
afastamento (em verdade, Dom José renunciou, como exigem as práticas da Santa
Sé), o então governador Antônio Marques da Silva Mariz — grande amigo meu e
superadmirador de Dom Pelé por seu papel simultaneamente religioso, político e
social — mandou-me chamar a Palácio e me deu uma incumbência especial.
DE PÉS DESCALÇOS
Bem, fiz vários trabalhos para Mariz
(sua mensagem à Assembleia; uma pesquisa/enquete sobre aquele piso de ladrilhos
nazistas em pleno Palácio da Redenção; etc etc etc). Mas essa nova tarefa, de
fato, era bastante especial: o notável político queria que o degas aqui
escrevesse a biografia do notável pastor d'almas Dom José Maria Pires.
Não precisou me mandar duas vezes: no
mesmo dia, já estava eu no Palácio do Bispo (como é popularmente conhecida a
sede da Arquidiocese), conversando com o sorridente Dom José, o qual, descalço,
interrompera no computador uma homilia a que se dedicava no momento de minha
chegada a seus aposentos.
VAIDADE? SÓ A ESSENCIAL
Ficou surpreso: "Uma biografia
minha? Um livro sobre mim? Ora, ora, não acha um exagero?" Mas pude notar
que, no fundo, a ideia o agradou. Ficou agradavelmente tocado, na sensibilidade
cultivada, com o gesto do governador Mariz, que me assegurara: Escreva-lhe a
biografia, que meu Governo o publica por "A União Superintendência e
Editora".
Todo mundo sabe que Dom José, como
muitos outros homens voltados para o cultivo dos dons espirituais, era quase
totalmente destituído de vaidades. No entanto, tinha sua ponta de vaidade, sim,
como podem atestar outros que o entrevistaram. Não abria mão de seus brios, de
sua dignidade inquebrantável, do senso do próprio valor e importância num determinado
momento histórico. Uma consciência que nem a mais negra fase da ditadura
militar pôde quebrantar.
DOM ZUMBI, DOM PELÉ, DOM JOSÉ
O livro já tinha até um bom título:
"Dom Zumbi, Dom Pelé, Dom José, o Arcebispo Negro da Paraíba".
Mostrei-o ao primo jornalista Rubens Nóbrega — e ele o aprovou "in
limine". Notícias citando esse título saíram na Imprensa local, de modo
que não é de estranhar que nosso bom colega de batente, o crítico da Cultura
Sílvio Osias o tenha indiretamente citado, ao final de seu belo artigo sobre o
arquiepíscopo que nos deixa aos 98 anos de idade.
Mas a obra terminou não saindo, por uma
série de razões. Mariz, que assumira o Governo estadual no primeiro dia de
janeiro de 1995, faleceria em meados do setembro seguinte.
DE VOLTA ÀS ALTEROSAS
O conceicionense Dom José
(conceicionense, sim, pois nascido em Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais)
voltou para seu Estado natal, para viver qual autêntico eremita, depois de se
tornar conhecido em todo o país como o quarto arcebispo da Paraíba (Dom Adaucto
Aurélio de Miranda Henriques, Dom Moisés Sizenando Coelho, Dom Mário de Miranda
Vilas-Boas e Dom José Maria Pires).
Claro que fiquei com o telefone e o
e-mail de sua fiel secretária. De quando em vez, eu aborrecia o digno prelado,
fazendo-lhe perguntas sobre conteúdos próprios de uma biografia. Mas sabe toda
a imensa legião de meus seis leitores quão ocupado sou, Em verdade, trabalho
umas 72 horas ao dia — quando a esmagadora maioria das pessoas acha que o dia
tem apenas 24 horas.
JOSÉ NUNES & NONATO GUEDES
Então, fiquei imaginando se nosso bom
colega, o jornalista e escritor José Nunes, inclusive colega meu no IHGP
(Instituto Histórico e Geográfico Paraibano) não poderia ficar com essa tarefa,
com muito maior propriedade, já que é fervoroso católico praticante e escreveu
biografias de religiosos locais, inclusive a do saudoso e também notável Dom
Marcelo Carvalheira.
Tempos mais tarde, li no perfil do
jornalista, escritor e analista político Nonato Guedes que ele mesmo tencionava
escrever — bingo! — justamente uma biografia de... Dom José Maria Pires.
UMA OBRA COLETIVA?
De qualquer forma, ainda fiquei
dolorosamente consciente de que devia escrever nem que fosse um opúsculo sobre
Dom José, se quisesse ser fiel à minha promessa feita primeiro ao Governador
Mariz e, depois, a ele mesmo, o Bispo Negro da Paraíba. Que pena: ele não mais
poderá ver a obra!
Também fiquei corujando se não
poderíamos os três (o Nonato, o Zé Nunes e o apagado degas aqui) liderar, como
editores e/ou organizadores, a elaboração de uma obra que reunisse não apenas
os materiais de que já dispomos, como também a contribuição de um grupo de
autores selecionados (Gonzaga Rodrigues, Sílvio Osias, Waldemar José Solha,
Agnaldo Almeida, Zé Euflávio Horácio, Antônio Elias de Queiroga, Maria Ida
Steinmuller, Paulo Santos, Emmanuel Ponceleon, Mapê Beiriz Carneiro, Walter
Santos, Luiz Alberto X. A. Pinto, Sérgio De Castro Pinto, Sérgio Botêlho,
Ângela Bezerra de Castro, Humberto Cavalcanti de Mello, Luiz Nunes Nunes,
Humberto de Almeida, Maria Angela Sitonio Wanderley Francisco Pinto, Chico
Viana, Chico Pinto Neto, Guarany Marques Viana, Milton Marques Júnior, Maria
Das Graças Santiago, Fátima Araújo, Joaquim Osterne Carneiro, Wellington
Pereira, Eduardo Pazera Jr., Marcilio Franca, Antonio Carneiro Arnaud, Joselio
Carneiro e... bem, a lista é longa, ensejando as injustiças mil & outras
tantas omissões!).
SE NINGUÉM PEGAR O TOURO À UNHA, SERÁ
QUEM SABE MEU VIGÉSIMO-SEGUNDO HUMILÍMO LIVRO...
Como nunca sei como as coisas vão ser
amanhã, quem sabe eu próprio possa me abalançar novamente a perpetrar a
biografia dom-josélica — e cumprir a promessa feita duplamente, a Mariz e ao
grande religioso da CNBB que marcou época na Paraíba e no Brasil. Mas isto terá
que esperar, como agora explico.
Em dezembro passado, lancei meu
vigésimo-nono livro, uma biografia do comendador e empresário paraibano Renato
Ribeiro Coutinho (em verdade, uma História da família Ribeiro Coutinho desde
meados do século XIX, quando surgiu na Paraíba).
Estou agora concluindo o trigésimo livro
de minha humilde lavra, a biografia bem ilustrada do notável jurista, professor
de Direito, músico e flautista paraibano Paulo de Morais Bezerril,
desembargador do TJPB e docente em nossas Universidades.
Depois, será a vez de concluir meu
modestíssimo ensaio de 300 páginas, "Augusto dos Anjos & o Mistério de
Parfeno", a obra de número 31. Como se vê, somente depois de TUDO isso é
que poderei arregaçar as mangas e partir para a redação do livro sobre Dom José
Maria Pires, que viria a ser o trigésimo-segundo. Se aparecer alguém, nesse
ínterim, para melhor fazer o trabalho, tanto melhor — ninguém pode reclamar.
A ENTREVISTA DE 2007
Bem, agora vamos transcrever pelo menos
os trechos principais da entrevista que o degas aqui fez com o já arcebispo
emérito Dom José [ILUSTRAÇÃO EM ANEXO]. Lá vai:
TRIBUNAL PRESTARÁ HOMENAGEM A DOM JOSÉ
MARIA PIRES PELOS SEUS 50 ANOS COMO BISPO
O presidente do Tribunal de Justiça do
Estado, desembargador Antônio de Pádua Lima Montenegro, encerrou a sessão do
Pleno da quarta-feira, 15 de maio, comunicando aos demais desembargadores que,
no dia 18 do próximo mês de julho, o Poder Judiciário paraibano vai prestar uma
homenagem a Dom José Maria Pires, Arcebispo Emérito da Paraíba, pelos seus 50
anos como bispo.
“Recebi um comunicado da Arquidiocese
Metropolitana da Paraíba sobre outras homenagens a Dom José Maria Pires, que
também vão acontecer no mesmo período, e, aproveitando a presença de Dom José
no Estado, achei por bem procurar incluir o Judiciário nessas homenagens”,
afirmou o desembargador-presidente.
Segundo o presidente do Tribunal de
Justiça, “não é todo dia que se comemora um jubileu episcopal e, pelos serviços
que prestou, durante longos anos, à nossa Arquidiocese, o Arcebispo Emérito Dom
José merece até mais do que isso”, afirmou o desembargador Antônio de Pádua. A
homenagem, a realizar-se na Sala de Sessões do Pleno, no Palácio da Justiça,
acontecerá ao final de uma dessas reuniões do Tribunal.
DESEMBARGADOR LEÔNCIO
Recebendo a aprovação unânime dos demais
membros do Pleno para sua proposição, o desembargador-presidente também
anunciou que o Tribunal vai homenagear Dom José Maria Pires com uma placa
especial. E, aproveitando a ocasião, já indicou o nome do desembargador Leôncio
Teixeira Câmara para fazer a saudação ao homenageado.
O presidente Antônio de Pádua Lima
Montenegro justificou que esta sua indicação é conseqüência do fato de o desembargador
Leôncio Teixeira Câmara haver sido, entre os membros do TJ-PB, aquele que teve
a oportunidade de conviver por mais tempo com Dom José — desde mesmo quando o
religioso chegou para viver e trabalhar na Paraíba.
BISPO DESDE 1957
Dom José Maria Pires foi nomeado bispo
em 1957. Chegou à Paraíba em meados dos anos 1960 e aqui permaneceu até ser
substituído por outro Arcebispo, Dom Marcelo Carvalheira, antecessor do atual
Arcebispo, Dom Aldo de Cillo Pagotto.
Dom José voltou a morar em sua terra
natal, Minas Gerais, mas já confirmou que deverá estar novamente na Paraíba no
período em que se estão marcando tais homenagens.
QUEM É DOM JOSÉ MARIA PIRES,
O ARCEBISPO EMÉRITO DA PARAÍBA
por Evandro da Nóbrega, do IHGP e
coordenador de Comunicação Social do Poder Judiciário do Estado da Paraíba
Já que Dom José Maria Pires, Arcebispo
Emérito da
Paraíba, vai ser homenageado pelo Poder
Judiciário do Estado, por sugestão do desembargador-presidente Antônio
de Pádua Lima Montenegro e aprovação
unânime do Tribunal Pleno, é mister que a Justiça, por seus dirigentes e
servidores, saiba um pouco mais sobre esse dignitário da Igreja.
Você sabia, por exemplo, que Dom José
vai viver até os
113 anos de idade? Não sabia?! Por
algumas vezes já conversei com ele justamente sobre isto — e o notável prelado
católico continua a sustentar em alto e
bom som:
— Claro que vou viver 113 anos!
A incredulidade nos impele a reindagar:
— Cento e treze anos? Perdoe-me Vossa
Excelência
Reverendíssima, mas como sabe disto? Por
que tanta certeza?
— É que estou PROGRAMADO para viver até
essa
idade — sorri com os lábios e com os
olhos Dom José Maria
Pires.
Não adianta voltar à carga:
— O Sr. sabe disto por uma questão de
fé? É Revelação? Premonição? Adivinhação? Cabala? Numerologia?
Signos do zodíaco? Horóscopo chinês?
Aviso do Além?
Ou o que é?
Ante tão heréticas indagações, ele nem
se persigna:
— Já lhe disse: estou pro-gra-ma-do para
viver 113
anos. E é o que vou fazer!
DO FUTURO AO PASSADO
Como não mais estarei por aqui, em 2032,
para comprovar o desfecho de tudo isto, vou logo atendendo o leitor desejoso de
conhecer outros fatos sobre o jovial prelado mineiro-paraibano que, do alto de
seus quase 89 anos, mais parece um rapazote — especialmente quando está ao
computador, de pés descalços, respondendo aos e-mails e escrevendo suas
homilias no Word for Windows.
Dom José Maria Pires, nasceu em
Córregos/Conceição do Mato Dentro (Minas Gerais), a 15 de março de 1919. Tem
hoje, portanto, pouco mais de 88 anos (fará 89 anos em iguais dia e mês de
2008). Foi ordenado padre com menos de 23 anos de idade, a 20 de dezembro de
1941.
ELEIÇÃO & SAGRAÇÃO COMO BISPO
Em 25 de maio de 1957, com pouco mais de
38 anos, foi nomeado bispo (“bispo eleito”, diz-se) de Araçuaí, também em Minas
Gerais, por decreto papal.
[Antes, o nome da cidade era grafado
como Arassuaí e até Arassuahy — e alguns ainda escrevem com dois “esses” —
embora a regra geral seja esta: em nomes de origem indígena, deve-se usar o
cê-cedilha ou cê cedilhado em lugar do “ss”. Então, tasque Açu e não Assu...].
A ORDENAÇÃO COMO BISPO
Mas sua sagração como bispo dessa
diocese mineira somente ocorreria em 22 de setembro daquele mesmo ano de 1957,
quando tomou posse, antes mesmo de completar os 39 anos de idade.
Foi (con)sagrado pelo arcebispo Dom José
Newton de
Almeida Batista, de Diamantina,
auxiliado pelo arcebispo
Dom João de Souza Lima e pelo bispo José
André Coimbra.
ARCEBISPO DA PARAÍBA
Em 2 de dezembro de 1965, com menos de
47 anos de
idade, é que Dom José seria escolhido
Arcebispo da Paraíba.
A escolha foi do Papa Paulo VI (Giovanni
Battista Enrico
Antonio Maria Montini, 1897-1978,
reinando de 21 de junho de 1963 até 6 de agosto de 1978, data de sua morte).
Dom José assumiu sua sede episcopal logo em seguida.
TRINTA ANOS COMO ARCEBISPO
O fato é que Dom José Maria Pires
permaneceu como
Arcebispo Metropolitano da Paraíba até
29 de novembro
de 1995, retirando-se, portanto, com a
idade de quase 77
anos. Quer dizer, foi Arcebispo da
Arquidiocese paraibana
entre 2 de dezembro de 1965 e 29 de
novembro de 1995 —
um longo período: cerca de 30 anos!
De normal, um bispo ou arcebispo se
aposenta, se jubila por volta dos 70 anos. Mas também no Vaticano parece
existir aquela coisa de “não se mexe em
time que está ganhando”. Dizia-se, com relação a ele, por aqui, no Brasil: a
Santa Sé procura, com lentidão
compreensível, um nome à
altura para substituí-lo.
DOM JOSÉ & DOM MARCELO CARVALHEIRA
Quando Dom José estava deixando a
Arquidiocese para voltar a Minas Gerais, onde viveria apenas como uma espécie
de sacerdote em retiro, conversei pouco — mas o bastante — com ele.
A breve conversa girou não só em torno
da aceitação de
seu arquiepiscopado pelos religiosos e
pelo povo da Paraíba em geral, mas também sobre a figura de seu sucessor, o
novo Arcebispo Metropolitano Dom Marcelo
Carvalheira.
Durante a parte final do arcebispado de
Dom José, Dom
Marcelo atuara como (arce)bispo Auxiliar
de Guarabira
— um rito de passagem para substituir no
tempo oportuno
o Arcebispo prestes a se aposentar.
SÓ COM “DISTANCIAMENTO BRECHTIANO”...
Dom José Maria Pires me disse então:
— Vocês acharam que fui bom como
Arcebispo? Pois
então esperem só que Dom Marcelo
Carvalheira assuma.
Ele, sim, é uma figura realmente
carismática. E vai ser um
Arcebispo melhor que eu.
Não tenho o suficiente “distanciamento
histórico”, o
“afastamento da cena” para julgar.
Tê-lo-á o leitor?!
UMA BIOGRAFIA DE DOM JOSÉ
Foi por esse tempo que o então
governador Antônio
Mariz mandou que o saudoso Ronald de
Queiroz me chamasse a Palácio. Mariz me ordenou:
— Quero que Você faça uma biografia... Veja
bem: uma
BOA biografia de Dom José Maria Pires.
Meu Governo
pública o livro, por “A União”.
A REAÇÃO DE DOM JOSÉ
O Dr. Ronald passou imediatamente a
tomar providências nesse sentido. Eu, por mim, não quis conversa: fui logo dar
a boa nova a Dom José, que ainda não se tinha ido no rumo de suas Alterosas.
— Uma biografia MINHA?! — sorriu Dom
José — Um livro sobre mim?! Ah, não vale a pena. Não mereço isto!...
E desconversou, passando a falar
(novamente) sobre a... excelência da gestão episcopal de seu já escolhido
sucessor à frente da Arquidiocese Metropolitana.
DOM JOSÉ, DOM PELÉ, DOM ZUMBI
A primeira coisa que me veio à cabeça,
depois de sair de Palácio, foi arranjar, mesmo provisoriamente, um bom título
para o livro. Um nome para a biografia do Arcebispo que iria dali a pouco se
afastar de seu rebanho local. O colega, amigo e parente Rubens Nóbrega parece
ter-se agradado muito da fórmula que encontrei:
— O livro chamar-se-á DOM ZUMBI, DOM
PELÉ, DOM JOSÉ, O ARCEBISPO NEGRO DA PARAÍBA — anuncie-lhe, cheio de empáfia
editorial.
NÃO BIOGRAFIA, MAS HISTÓRIA
SÓCIO-RELIGIOSA
Não tanto quanto gostou o Rubens
Nóbrega, Dom
José — afinal convencido, a duras penas,
da necessidade
não de uma biografia sua, propriamente
dita, mas de uma
pequena história de sua longa passagem
pela Arquidiocese Metropolitana da Paraíba — pareceu não desgostar de
todo do título da obra “in progress”.
Afinal, digam o que disserem, não há
ofensa alguma
em chamar Dom José de Dom Zumbi. Era
assim que ele era
conhecido por quase todos os integrantes
da CNBB –
Conferência Nacional dos Bispos
Brasileiros, por ser
negro e defender os direitos dos negros
(mas não só dos
negros, óbvio).
Aqui na Paraíba foi que lhe botaram o
apelido de Dom
Pelé. Coisa espontânea, partida do povo
mesmo.
DOM JOSÉ MINISTRA UNÇÃO
DOS ENFERMOS A MARIZ
Mariz era admirador e muito amigo de Dom
José — e vice-versa. Por essas cruéis ironias do Destino, coube justamente a
Dom José ministrar-lhe, em 16 de setembro de 1995, a unção dos enfermos,
antigamente dita “extrema unção” ou “últimos óleos santos”.
Vítima de câncer, provocado pelo cigarro
que o acompanhara praticamente por toda a vida, Mariz já não agüentava mais
sobreviver em meio a todos aqueles aparelhos médico-tecnológicos: “Não
prolonguem mais isto.”
Chegara ao fim a lenta agonia do Senador
eleito Governador — mas que não teve tempo de governar, deixando o cargo para o
vice que pessoalmente escolhera: José Targino Maranhão.
O JUBILEU EPISCOPAL
Fazendo-se outras contas, vê-se que Dom
José tem mais de 65 anos como sacerdote e quase 50 anos de atuação como
bispo/arcebispo.
Para assinalar esses 50 anos (ou jubileu
episcopal),
duas datas podem ser consideradas:
— 25 de maio 2007, já que foi eleito (ou
nomeado)
bispo em igual data de 1957, por decreto
(a palavra é “decreto” mesmo) assinado pelo Papa Pio XII (o cardeal romano
Eugenio Giuseppe Maria Giovanni Pacelli, 1876-1958,
exercendo o Pontificado de 2 de março de
1939 até 9 de
outubro de 1958, quando faleceu); ou
— 22 de setembro do mesmo ano corrente
de 2007, vez
que sua sagração como bispo ocorreu em
igual dia e mês do
já remoto ano de 1957.
QUAL A DATA MAIS IMPORTANTE?
Indaguei por telefone, a Dom José Maria
Pires — ele lá nas suas Minas Gerais, eu cá na Cidade das Acácias — qual das
duas seria a data mais importante.
Bem, aparentemente, o bispo eleito (como
é chamado aquele que se vê assim nomeado por decreto papal) só se torna
efetivamente bispo quando é sagrado — isto é, quando ocorre a cerimônia de sua
sagração.
AMBAS SÃO DATAS SIGNIFICATIVAS
E Dom José responde que as duas datas
são igualmente
significativas — tanto que ambas são
comemoradas.
Da mesma forma que Dom José Maria Pires
foi o primeiro arcebispo negro da Paraíba (e um dos poucos do Brasil), o Papa
responsável por sua nomeação, o hoje Venerável Pio XII, foi o primeiro
Pontífice romano desde 1724. Venerável, sim, porque lhe foi atribuído este
título, ainda na década de 1990, pelo Papa João Paulo II, recentemente falecido
— o antecessor do Papa Bento XVI.
JUDICIÁRIO TAMBÉM VAI COMEMORAR
Esse jubileu episcopal de Dom José Maria
Pires vai ser, naturalmente, comemorado pela Arquidiocese Metropolitana da
Paraíba — homenagens essas a que se associará o Poder Judiciário do Estado.
Por proposta do desembargador Antônio de
Pádua Lima Montenegro, presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o Pleno da
mais alta Corte de Justiça da Paraíba aprovou — por unanimidade — a sugestão
presidencial de se dedicar uma sessão especial a Dom José.
Uma “sessão especial” é mais ou menos
como se segue: os desembargadores encerram a sessão ordinária, normal e
vespertina do Tribunal Pleno, trocam as togas por vestes (ainda mais) talares e
retornam para uma nova reunião, diferente, específica para o ato de homenagem.
UMA DECISÃO POR UNANIMIDADE
Como resultou unânime a decisão do Pleno
tomada
na quarta-feira, 16 de maio, fica
difícil Dom José se esconder dessa homenagem. Tanto mais que os integrantes do
Pleno vão aproveitar a oportunidade de o Arcebispo Emérito estar em João Pessoa
para render-lhe tal preito.
Na verdade, Dom José vem à Paraíba a fim
de rezar uma ou
duas missas comemorativas à sua eleição
e à sua sagração
como bispo.
A sessão especial do Pleno do TJ-PB será
no dia 18 de julho próximo — para a entrega de uma placa, também especial, de
agradecimento pelos muitos serviços prestados por esse prelado à Arquidiocese
paraibana.
Mas a sessão especial deverá ser a mais
singela possível: por sua postura humilde, embora altiva, em todos os momentos
da vida, Dom José jamais aceitaria “grandes homenagens”, “homenagens solenes”,
essas coisas que não casariam com sua simplicidade congênita e aguçada pela
prática religiosa.
QUEM VAI SAUDAR DOM JOSÉ
Quem vai saudar Dom José, na sessão
especial, a pedido do desembargador-presidente Antônio de Pádua, será o
desembargador Leôncio Teixeira Câmara,
que, segundo o
desembargador Pádua, é, de seus pares no
Pleno, o que
mais contatos manteve com o Arcebispo,
antes mesmo que
fosse Emérito.
[...]
UM ALMOÇO MUI ESPECIAL
Na segunda-feira, 5 de fevereiro deste
ano de 2007, participei, num apartamento da praia de Tambaú, do almoço
oferecido pela Sra. Bernadeth Medeiros de Araújo Barreto, viúva do saudoso
Paulo da Rocha Barreto. Ah, não terminei: o almoço era oferecido tanto a Dom
José Maria Pires quanto ao recém-empossado presidente do Tribunal de Justiça, o
desembargador Antônio de Pádua Lima Montenegro.
Justificava-se o magnificente,
abundante, opíparo almoço: Dona Bernadeth sempre participou do dia-a-dia de Dom
José, ajudando-o em muitas das tarefas da Arquidiocese — desde a data mesma em
que o novo Arcebispo paraibano chegou à sua sede arquidiocesana, até seu último
dia como arcebispo.
MAIS SOBRE DONA BERNADETH
Enfim, Dona Bernadeth, lídima
representante da “juventude prateada”, sempre foi sua amiga pessoal e próxima,
fazendo par com a irmã de Dom José, Florinda, nas tarefas mais corriqueiras do
Palácio do Bispo, da Catedral Metropolitana (depois Basílica).
Bernadeth, por sinal, é mãe de amigos de
todos nós, como o Saulo Barreto (secretário de Turismo da antiga Vila e hoje
Cidade do Conde, além de ex-chefe do Cerimonial do TJPB); o Paulo Barreto
(proprietário do Restaurante Gulliver); Sandra Barreto (serventuária da
Justiça); e a Sara Barreto (também servidora pública).
UMA OPORTUNIDADE DE CONVERSAR
Alguns destes — mais Romilda, esposa do
“restaurateur” Paulo Barreto — encontravam-se lá, no almoço que Dona Bernadeth
(nome mais católico é difícil achar!) oferecia ao novo chefe do Poder
Judiciário e a Dom José — só para lhes proporcionar uma oportunidade de, como
amigos pessoais, conversarem à vontade sobre os mais diversos temas.
Ademais, quando da posse do novo
presidente do Tribunal, Dom José lera uma homilia especial na missa — direi
melhor, na concelebração eucarística — oficiada em ação de graças pela posse da
nova Mesa Diretora do TJPB, de que também fazem parte os desembargadores
Genésio Gomes Pereira Filho (Vice-Presidente) e Júlio Paulo Neto
(Corregedor-Geral de Justiça).
COM A DRA. SOCORRO MONTENEGRO
O desembargador Antônio de Pádua
compareceu a esse ágape de Dona Bernadeth acompanhado pela esposa, a médica
Maria do Socorro Brasileiro Lima Montenegro, que logo depois assumiria a
presidência da AEMP – Associação das Esposas dos Magistrados. Também marcou
presença o secretário da Presidência do TJPB, Dr. Márcio Roberto Soares
Ferreira, que está aí, vivo, e não me deixa mentir: foi mesmo um opíparo ágape.
Afinal, mãe de “restaurateur” — “restauratrice” é!
Dona Bernadeth, sabendo de meu destino
de atuar como “futuro biógrafo de Dom José”, me emprestou (mais um) livro sobre
o seu ídolo — outro volume que vorazmente li e reli sobre as idéias pastorais
de Dom José, graças à cópia idêntico-juramentada tirada por Sandra Barreto.
E um aviso aos eventuais candidatos a
convivas de um desses raros banquetes domésticos com a presença de Dom José: na
família, o apelido dele é apenas Dão. Isto mesmo, Dão, de Dom, de Dom José.
FLORINDA, UMA DAS IRMÃS DE DOM JOSÉ
Falei acima em Florinda — e devo
esclarecer quem é. Quando veio residir na Paraíba, já como Arcebispo
Metropolitano, Dom José Maria Pires NÃO trouxe esta sua irmã, Maria Florinda
Pires.
Florinda — filha, como ele, de Eleutério
Augusto Pires
(que era carpinteiro, como são José, pai
terreno de Jesus) e
de Dona Pedrelina Maria de Jesus — só
chegaria à Paraíba
em outubro de 1985, cerca de nove meses
após o falecimento de seu pai, Eleutério.
DOM JOSÉ E SEUS QUATRO IRMÃOS
Eleutério e Pedrelina tiveram cinco
filhos: Geraldo Augusto, José Maria (que viria a ser “nosso” Dom José Maria
Pires), João Alexandre, Maria da Cruz e Maria Florinda.
Dona Pedrelina, mãe de Dom José, faleceu
quando Florinda tinha quatro meses de idade. E “seu” Eleutério, pai de Dom
José, de Florinda e dos demais, viria a falecer bem depois, em 31 de janeiro de
1985, quando o filho ainda era Arcebispo Metropolitano da Paraíba.
FLORINDA, CAPÍTULO À PARTE
Florinda, portanto, era a mais nova de
todos os irmãos e irmãs. Em criança, chamavam-na simplesmente de Fulô. Mais
tarde, seria missionária, por uns tempos. Depois labutou em hospitais.
Casada, enviuvou e, depois de trabalhar
em várias cidades, mineiras ou não, veio morar na Paraíba, para ajudar o irmão
arcebispo. Sua história é tão interessante que merece um capítulo próprio no
livro sobre Dom José — palavra de biógrafo... apalavrado.
ADEUS & FALECIMENTO DE FLORINDA
Quando o Papa João Paulo II [Karol Józef
Wojtyla, 1920-2005, com Pontificado de 16 de outubro de 1978 a 2 de abril de
2005] aceitou finalmente a renúncia de Dom José Maria Pires como Arcebispo da
Paraíba, Florinda viajou com ele para Belo Horizonte, deixando a Paraíba em 4
de janeiro de 1996. Pense numa partida emocionalmente pesarosa, não apenas para
os dois, ela e o irmão Dom José — mas igualmente para os fiéis locais.
Florinda veio a falecer na Capital
mineira em 5 de março de 1996, aos 69 anos de idade.
UM ITEM ESPECIAL E, SOBRETUDO,
EXCLUSIVO: A SUCESSÃO APOSTÓLICA OU LINHAGEM
EPISCOPAL DE DOM JOSÉ
A “sucessão apostólica” de Dom José
Maria Pires — isto é, sua “linhagem episcopal” (ou “estirpe eclesiástica” ou,
ainda, “árvore bispal”, se assim a podemos chamar) — tem raízes, como as de Dom
Aldo de Cillo Pagotto, atual Arcebispo Metropolitano da Paraíba, para não falar
de muitos prelados de nosso Estado e de outras partes do Brasil e alhures, no
célebre cardeal Scipione (Cipião) Rebiba, que viveu entre 1504 e 1577.
Esse Dom Rebiba, nascido quatro anos
depois do descobrimento do Brasil, foi — mais ou menos sucessivamente — bispo
auxiliar de Chieti, na Itália; bispo titular de Amyclae e de Motula; cardeal e,
ainda depois, arcebispo de Pisa; bispo de Albano; e bispo de Sabina e Poggio
Mirteto.
DE DOM REBIBA A DOM JOSÉ,
QUEM CONSAGROU QUEM
De Dom Rebiba para ca, em termos de
“quem consagrou quem”, eis a “sucessão episcopal” de Dom José Maria Pires, do
modo mais cronológico que me é possível apresentar:
1566 = O cardeal Giulio Antonio
Santorio, sagrado por Dom Scipione Rebiba, que sagrou ou consagrou em
1586 = O cardeal Girolamo Bernerio, O.
P., isto é, da Ordem dos Frades Predicantes [Pregadores], que sagrou em
1604 = O arcebispo Galeazzo Sanvitale,
que sagrou em
1621 = O cardeal Ludovico Ludovisi, que
sagrou em 1622 = O cardeal Luigi Caetani, que sagrou em
1630 = O cardeal Ulderico Carpegna, que
sagrou em 1666 = O cardeal Paluzzo Paluzzi Altieri degli Albertoni, que sagrou
em
1675 = Pietro Francesco Vincenzo Maria
Orsini de Gravina, O.P. (o Papa Bento XIII), significando O. P., como já se
viu, “da Ordem dos Frades Predicantes” (ou Pregadores) , que sagrou em
1724 = Prospero Lorenzo Lambertini (o
Papa Bento XIV) , que sagrou em
1743 = O cardeal Enrique Enríquez, que
sagrou em 1749 = O arcebispo Manuel Quintano Bonifaz, que sagrou em
1761 = O cardeal Buenaventura Córdoba
Espinosa de la Cerda, que sagrou em
1773 = O cardeal Giuseppe Maria Doria
Pamphilj, que sagrou em
1800 = Francesco Saverio Maria Felice
Castiglioni (o Papa Pio VIII), que sagrou em
1827 = Giovanni Maria Mastai-Ferretti (o
Papa Pio IX, depois beatificado), que sagrou em
1856 = O cardeal Alessandro Franchi, que
sagrou em 1875 = O cardeal Giovanni Simeoni, que sagrou em
1884 = O cardeal Antonio Agliardi, que
sagrou em
1913 = O cardeal Basilio Pompilj, que
sagrou em 1914 = O arcebispo Dom Joaquim Domingues de Oliveira, que sagrou em
1936 = O cardeal Dom Jaime de Barros
Câmara, que sagrou em
1944 = O arcebispo Dom Jose Newton de
Almeida Baptista, que sagrou em
1957 = O bispo Dom José Maria Pires
(depois Arcebispo e, ainda, Arcebispo Emérito da Paraíba).
ARCEBISPOS, CARDEAIS & PAPAS
Todas estas ilustres figuras da Igreja
de Roma vêm a ser, portanto, os “antepassados episcopais” de Dom José Maria
Pires — entre os quais, como se vê, há quatro Arcebispos, treze Cardeais e
quatro Papas!
Não é todo mundo que pode apresentar um
“pedigree” assim,
não é? Dom José seria depois o
consagrante de outras destacadas figuras da Igreja no Brasil, como o bispo
Constantino José Lüers, O. F. M.; e co-consagrante principal do cardeal Serafim
Fernandes de Araújo; do bispo Filippo Tiago Broers, também da Ordem dos Frades
Menores; do bispo Jorge Scarso, igualmente O. F. M., do bispo Gílio Felício — e
do arcebispo Dom Marcelo Pinto Carvalheira, seu sucessor na cátedra
arquidiocesana da Paraíba
DOM ZUMBI, DOM PELÉ, DOM JOSÉ, O ARCEBISPO NEGRO DA PARAÍBA, ESTAVA CONVICTO DE QUE VIVERIA 113 ANOS
Reviewed by Clemildo Brunet
on
8/29/2017 09:09:00 AM
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