2017 – o último ano de paz no Brasil; pior que este Congresso, só o próximo!
João Costa |
João
Costa*
A elite política pode até festejar o
triunfo do golpe institucional 2016-17 que empurra o país para estado pleno de
exceção; setores moderados podem até vislumbrar as eleições de 2018 como uma
possível conciliação ou farol para o rumo a ser seguido, mas 2017 foi o último
ano de paz no Brasil. Em 2018 estará valendo o que Dante Alighieri, avisava em
1321, Na Divina Comédia, que “os lugares mais sombrios do Inferno são reservados
àqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral.”
E todas as coisas inerentes a uma
sociedade civil em estado de direito, instituições, meios de comunicação e
setores produtivos que se organizavam de um jeito, a partir de 2018 vão se
organizar de outro – será o ano da tal mudança de paradigma.
Todos fingem acreditar que as
instituições seguem funcionando, mas de que jeito?
Que o sistema colapsou, se mantém por
arremedos, conchavos, meias verdades, que o cinismo transformou-se em virtude,
parece consensual.
O Congresso - Quem acha que este
Congresso é o pior de todos, espere pelo próximo. O “novo” que se desenha no
horizonte do País, é o Fascismo, que ressurge – se é que havia desaparecido da
cena social é política – em contraponto a uma esquerda que se corrompeu no meio
do caminho, desperdiçando oportunidades de promover mudanças. Estancou no
populismo, e ainda acredita que Lula é a reencarnação de Getúlio ou de Dom
Sebastião.
O Supremo Tribunal Federal é o que seus
ministros dizem uns dos outros? Ou que disse o juiz da cidade Campos sobre um
dos ministros do Corte tem verossimilhança ou isonomia em todas instâncias? Até
os parcimoniosos sabem que o Judiciário está politizado, conivente com o estado
de exceção e se politizou; tem um lado e isto é consenso até entre jogadores de
sinuca.
O Executivo, segundo o denúncias do
Ministério Público Federal, é comandado por uma organização criminosa. Tem
serventia para as elites e as forças internacionais que dirigiram o golpe,
exatamente por cumprir o acordado: destruir o que restava de soberania ou
projeto de Nação.
As forças
armadas em meio a esse “ensaio” de turbulência - sim, ainda é só um ensaio - revelam não ter mudado de perfil diante das
transformações. O comandante do Exército, general Villas Bôas ofereceu a frase
do ano:
“Somos um
país que está à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que
deve ser.”
Logo, só
os tolos otimistas apostam numa solução democrática em 2018, quando os sinais
apontam que as eleições marcadas não serão limpas, e muitos realistas até
duvidam que elas ocorra, e se elas de fato ocorrerem, serão livres? Imaginemos
um resultado eleitoral que contrarie o desejado pela corporações de mídia, a
FIESP, Judiciário e seus partidos, a probabilidade de respeitar tal resultado é
ZERO.
Se o Minotauro estava no labirinto,
certamente encontrará em 2018 a saída e vai encontrar uma Nação cuja alma já
foi vencida pelo lado néscio e não tem como ser reinventada, pois o princípio
da resiliência não se aplica quando o povo tem a servidão como opção e modo de
vida e que só lhes resta o crime como meio mais fácil.
*João Costa é
Radialista, Jornalista e Diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
2017 – o último ano de paz no Brasil; pior que este Congresso, só o próximo!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/02/2018 07:38:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário