Final dos toques das trombetas e baterias começa a caça às bruxas
Genival Torres Dantas*
Período de descanso para uns, trabalho para outros e assim o
Brasil sai da rotina para eleger seus reis e rainhas de momo em todo território
nacional. Trata-se de um período, pelo menos é esperado, de menor ruído na política,
visto que ocorre feriado branco na administração pública e o assunto passa ser
sua excelência o rei momo, extravagância entre seus seguidores e a prática da
esfuziante manifestação de ruas, outrora era nos clubes, com os excessos
normais para aqueles que procuram externar seus sentimentos puros ou não.
Quem realmente imaginou que os problemas ficariam hibernados
esperando o efetivo inicio do ano político, depois do carnaval, se enganou
redondamente, as farpas e exasperações não faltaram. Muito embora esse ano seja
apenas de eleições municipais a tônica não foi diferente, a política nacional e
sua parafernália e seu sabor absinto. Nada mais junto que aproveitar esse clima
de muita imaginação e invencionices heteróclitas, por desfilar entre ruas e
avenidas objetivando saraivadas de aplausos o que representa chuva de votos nas
urnas vindouras.
Há um desprendimento geral, politicamente falando, as torcidas
adversárias e polarizantes, convergem apenas na insolência dos seus líderes,
tanto da Direita quanto da esquerda, passando pelo centrão, todos eles formam
tropas de alcoviteiros de seus seguidores, principalmente dos mais extremados,
mormente os mais dessorados culturalmente. Vivendo nesse viés de incongruências
segue a pantomina dos beligerantes na tentativa de convencer os mais
desavisados e incrédulos, evitando a procrastinação dos delituosos
inconscientes, quando esses trocam o voto por uma mísera promessa de um bem
estar futuro.
Como um pestífero oral surge na imprensa palavras ditas pelo nosso
presidente da República, como no carnaval anterior, em forma de vídeo, quando
ele procurava estimular os internautas de plantão e seus seguidores para
participarem de uma convocação geral, dia 15 de março próximo, em apoio ao seu
governo, isso depois de um vídeo onde seu ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro, ter acusado o
Congresso de chantagem contra o presidente Bolsonaro.
Foi usado, em vídeo, de manifestação contra o Congresso, imagens
de generais fardados, dentre eles constava a imagem do deputado federal Roberto
Peternelli (PSL/SP) que desautorizou o uso de sua imagem para aquela
finalidade. Outros generais vieram em apoio ao que se sentia ofendido e a
situação toma corpo até a chegada dos bombeiros do Planalto, na tentativa de
acalmar a situação, até certo ponto esdrúxula e ao mesmo tempo temerosa do
ponto de vista constitucional, pois alegava os adversários do presidente que
esse incorria no erro de perjuro no exercício do cargo quando Bolsonaro
estimulava ações contra os Poderes constituídos, sendo ele o maior responsável
pelo bem estar social.
Nós que sempre apostamos na possibilidade do atual presidente
conseguir fazer um governo direcionado aos bons costumes e assertivas
econômicas, trazendo de volta ao País novas práticas de efetiva cruzada contra
a corrupção sistêmica e, primordialmente nos governos petistas, depois da
Constituição de 1988, muito embora ele tenha feito muito pelo orgulho e o
sucesso da Pátria. Não podemos negar que ele é um verdadeiro paiol a céu
aberto, com seus arroubos e discernimentos, passível de explosão a qualquer
momento.
O que esperamos seus apoiadores sem paixões exacerbadas, que o
presidente Bolsonaro, no exercício do seu mandato e em nome da liturgia que o
cargo exige dele atue com magnanimidade e altivez, palavras adjetivadas de
qualificações a função mais alta de uma autoridade da uma República,
infelizmente, nosso presidente tem se comportado ausente desses princípios
basilares, principalmente quando o assunto é o respeito aos seus pares,
correligionários, adversários e qualquer pessoa que possa lhe contrariar no seu
posicionamento político administrativo.
Lamentamos profundamente, que isso venha ocorrendo, precisamos do
presidente em todos os momentos e em todas as situações e não apenas na sua
metade e quando isso lhe aprouver, como ele se bastasse para a Nação, isso não
é possível, o presidente pode quase tudo quando revestido no cargo, entretanto
nem tudo lhe é possível, mesmo porque, o voto nunca foi um cheque em branco e
de valor ilimitado.
Vamos pensar juntos, francamente, caro Capitão, ainda confiamos
nas suas ponderações e inteligência, vamos agir enquanto temos tempo para
reconsiderações e correições, não é o momento propício para ataques ou
caneladas entre poderes, mas a hora da reconciliação e muita luta pelo objetivo
maior que é o Brasil.
Genival Torres Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
genivaldantas.com.br
Final dos toques das trombetas e baterias começa a caça às bruxas
Reviewed by Clemildo Brunet
on
2/27/2020 07:01:00 AM
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