INVEJA
Por Severino Coelho Viana
A inveja é mãe
do egoísmo, filha do diabo, irmã da ganância, tia do ciúme, sogra da luxúria, amiga
do orgulho, sócia da vingança, companheira inseparável da desgraça porque o
possuidor deste defeito vive exclusivamente pensando em fazer o mal, no entanto
esquece que está sendo vigiado pela lei do retorno que atua de forma
implacável.
Traz consigo
mesmo o sentimento de desgostos em face da ascensão social, crescimento
material e do bem alheio. Anda armado com a espada maligna de destruição do bem
dos outros, inclusive daquelas pessoas que lhe cercam.
Sentir e ver a felicidade alheia causa sintomas que
roubam a paz que falta no olhar de quem vê o sorriso da vitória. Tudo que o
vizinho tem logo ele coloca o defeito desmedido: o vestir, o calçar, o lazer, a
beleza física, o aconchego familiar, o ambiente de frequência social, o status
empregatício, o círculo de amizade, o comportamento social.
O invejoso não
se contenta com aquilo que possui ou recebe, logo fica revoltado com os
benefícios, destaque, elogio ou felicidade de qualquer tipo de atributo de
outra pessoa! O pior de tudo é que não sabe e não descobre que é invejoso. Sabe
o porquê? Porque não olha para dentro de si mesmo!
Tomando por
base que a origem do homem seja o relato bíblico a fim de posicionar a nossa
dissertação, nós sabemos que, Moisés, sábio legislador hebreu, em Gênese,
primeiro livro do Pentateuco, relata que o chocante primeiro homicídio ou
fratricídio que se tem conhecimento na história da humanidade quando Caim mata
Abel, sucumbindo sob o peso da inveja. Um tipo de inveja tresloucada que não
suportava a presença superior de Abel, que buscava servir a Deus com humildade.
O orgulho de Caim o fez encher de ira, deixou abater-se pela vingança e
arquitetou a morte do irmão sanguíneo que deveria amá-lo fraternalmente.
Mitologicamente,
trazemos à baila o nosso foco de argumentação, além do exemplo bíblico,
estudamos que os egípcios, antes da codificação
dos textos hebraicos, já possuíam uma lenda um tanto familiar: os deuses Osíris
e Seth eram apaixonados por uma irmã, Ísis, sendo que o primeiro tinha
conquistado o coração da deusa. Seth, além da frustração amorosa, dominava
apenas o deserto, enquanto Osíris dominava o Egito e a agricultura tendo,
portanto, mais prestígio. No fim, Seth acaba com Osíris e divide o corpo em
várias partes, espalhando-as pelo mundo. Exemplos de ciúme e interesse patrimonial.
De acordo com a lenda suméria, o deus-pastor Tamuz
também tinha uma paixão pela deusa Inanna, que era cobiçada pelo deus da
agricultura, Enkidu. Os três eram irmãos. Outro exemplo de ciúme registrado na
história universal.
A Maioria das
Divindades Alegóricas surgiram na Grécia, a partir do século VI a.C., e só
depois chegaram à Roma. Essas divindades são o resultado da influência de
diversas doutrinas filosóficas e personificam os conceitos abstratos dos vícios
e das virtudes. Estão bastante relacionadas a mitos cujo objetivo é mais
filosófico que religioso.
As divindades
alegóricas representam os conceitos abstratos do homem acerca desses vícios e
dessas virtudes, sendo utilizadas para orientar o comportamento humano em
sociedade.
A imagem da
representação física desta divindade que mostrava os traços de um velho
espectro feminino, com a cabeça cercada de cobras, os olhos vesgos e fundos, a
tez lívida, uma horrível magreza, serpente nas mãos e uma outra que lhe rói o
coração. Algumas vezes, põe-se a seu lado uma hidra de sete cabeças. Até a
nossa imaginação atual faz ter receio da figura maligna da inveja.
Podemos elencar alguns pontos
negativos da vida de um invejoso:
01 – Falta de inteligência suficiente
para pensar no progresso pessoal.
02 – Não tirar o pensar da vida
alheia.
03 – Carrega um profundo pessimismo.
04 – Não criatividade no campo das
ideias.
05 – Apego indecifrável as coisas
materiais.
06 – Insucesso nos projetos de vida.
07 – Pesadelos constantes nas horas de
sossego.
08 – Leva uma vontade persistente de
fazer o mal.
09 – Ausência de autoestima.
10 – Descontrole emocional e
psicológico.
11 – Complexo de inferioridade.
12 – Ociosidade.
13 – Ausência de alegria e exposição
do sorriso amarelo.
14 – Produz frustração na própria
vida.
15 – Cair no abismo do estresse.
A inveja é um
monstro vivo na nossa sociedade moderna!
João Pessoa PB,
1º de março de 2020.
SEVERINO
COELHO VIANA
INVEJA
Reviewed by Clemildo Brunet
on
3/01/2020 09:16:00 AM
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