O VERDADEIRO ESPÍRITO NATALINO
Prof. Francisco Vieira*
Estamos em dezembro, mês que se celebra
a vinda de Jesus Cristo – O Salvador.
O mundo está em festa. É o natal que
chega ao som de badaladas de sinos e luzes incandescentes. Praças, ruas,
avenidas, o comércio e residências iluminadas, revestem as noites de brilho
para comemorar a vinda de Cristo.
O natal relembra o nascimento de Jesus e
deve ser comemorado com vigor espiritual, portanto, devemos festejar com a
mesma singularidade de quem nasceu numa manjedoura de forma simples e humilde.
Não se justifica tanta festa pomposa e ostentação de riqueza se o nascimento de
Jesus Cristo foi simplório.
Infelizmente o natal está perdendo o
sentido cristão. O nascimento de Jesus, a razão de ser da festa, é comemorado
com ostentação, luxo e riqueza, onde a bebedeira é o foco principal. A
espiritualidade está cedendo espaço para o natal econômico e consumista que
cresce a toda hora. A maneira como se festeja o natal atualmente, pouco ou
quase nada tem a ver com o nascimento de Cristo. O interesse comercial pelos
lucros está crescendo em prejuízo da espiritualidade. Hoje, o natal se resume a
festas pomposas, presentes, compras, viagens e mensagens de boas festas recheadas
de palavras bonitas que não condizem com a verdade, pois não nascem no coração.
Esse tipo de festa não satisfaz a vontade de Deus.
Ainda mais, a variedade de decorações,
guirlandas e piscas colo ridos, ornamentam árvores das mais simples as mais
sofisticadas, como se o natal fosse medido pelo tamanho e beleza de cada uma. Até
mesmo no presépio o sentido do natal está desvirtuado. Na manjedoura, o Menino
Jesus, está tão envolto em tantos enfeites e adornos que não notamos sua
importância.
Também Papai Noel, não passa de um
fantoche. O “Bom Velhinho”, nada mais é que um boneco criado por empresas
comerciais para atrair crianças inocentes com fins exclusivamente financeiros. Sem
dúvida, o caráter consumista do natal tão evidente aos nossos olhos, distancia a
festa do real sentido cristão. A maior festa da cristandade deixa de ser um
momento de reflexão religiosa se transformando num ato de impulsivo consumo e
profanação.
É preciso resgatar o verdadeiro sentido natalino
e viver o nascimento de Cristo em toda sua essência. O natal sugere principalmente
renovação espiritual, reconciliação com
Deus e com o semelhante. É tempo de repensar valores e mudar de vida; deixar
crescer uma criança pura e inocente em cada um de nós. Viver o natal é apreciar
a simplicidade do Deus Menino entendendo que o ser humano vale pelo que ele é, o
que faz e nunca pelo que possui. Sabe-se que Jesus – O Rei dos Reis - não
nasceu em berço de ouro, mas, esplêndido de graça. Daí a afirmação: esse tipo
de natal não é de Jesus.
Natal é momento de reencontro com Deus.
É tempo propicio para se reconstituir, renovar planos, refazer caminhos e
recomeçar a vida. Recomeçar é reconhecer,
sobretudo a fragilidade humana; é dar ao inimigo o perdão, ao oponente a
tolerância, aos amigos oferecer o coração e aos que choram o ombro amigo. Reencontrar-se
comDeus é honrar a esposa com a fidelidade e aos filhos com o apoio de pai e
amigo. É para as crianças mostrar o bom exemplo, a você mesmo o respeito próprio
e a todos os irmãos o amor de Deus.
Entretanto, não sou avesso a festa, troca
de presentes e enfeites, desde que prevaleça a espiritualidade, lembrando que a
comemoração não se limita a decoração e troca de brindes, mas ao nascimento
daquele que assumiu na cruz os nossos pecados.
Finalmente, neste natal, renove seus
propósitos, a esperança e, sobretudo a fé. Na dúvida não desespere nem desista,
pois Deus proverá. Momentos ruins são como tempestades, duram pouco e só Deus é
eterno. Olhe para o passado e lembre que superou as provações. Elas servem para
o nosso amadurecimento. Na tristeza chore, as lágrimas aliviam a alma. Tenha
amigos sem se preocupar com a quantidade, mas com a qualidade. Saiba que as más
companhias corrompem os bons costumes. Se não acrescentam bondades, afaste-se.
Busque a Deus sempre, ame-o sobre todas
as coisas e viverá verdadeiramente o Natal de Cristo.
Pombal, 03 de dezembro de 2020
*Professor e Escritor
Um comentário
Parabéns Professor Vieira. Belo e reflexivo texto.
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