banner

GENIVAL SEVERO, AMIGO DE FÉ, CAMARADA...

Genival Severo
CLEMILDO BRUNET*


Genival Severo de Queiroga nascido em 01 de janeiro de 1946 no Povoado de Várzea Cumprida dos Leites Município de Pombal Paraíba, filho de Cícero Severo Lopes e Maria Urtiga de Queiroga, cuja família formada pelos irmãos: José Severo de Queiroga residente em Campina Grande e Geny Severo de Queiroga que reside em Pombal.

Aos cinco anos de idade seus pais se mudaram de Várzea Cumprida dos Leites, para o Distrito de São Domingos e lá Genival viveu sua infância e adolescencia. Aos sete anos de idade, Genival teve o seu primeiro contato com um rádio receptor. São Domingos não tinha energia elétrica, o pai de Genival adquiriu em Coremas um rádio de 4 faixas que funcionava a bateria, foi o primeiro aparelho de rádio que apareceu naquele distrito.

Era grande o movimento de gente na casa de seu Cícero só para ouvir o rádio. A preferência do Pai de Genival era pelos programas noticiosos e ouvia sempre A Voz do Brasil. Genival, no entanto, gostava de ouvir música e sintonizava a Rádio Dragão do Mar e Iracema emissoras de Fortaleza Ceará. Escutava também a Rádio Liberdade de Sergipe que tinha o programa “Carrossel da Alegria”, sendo ouvinte ainda das emissoras pernambucanas em ondas curtas Clube e Tamandaré. Apaixonado por música Genival ficava no pé do rádio até seu pai dizer: “Desligue esse rádio senão você vai acabar com a bateria”.

O Pai de Genival era simpatizante da religião protestante e não gostava de música popular, somente dos hinos que eram cantados na Igreja Presbiteriana de Imburaninha. Amigo que era dos pastores Ageu Lídio Pinto e Abel Cordeiro, seu Cícero costumava levar Genival para os Cultos em Imburaninha.

O transporte da época era o Jegue, cavalo só pra quem tinha alguma posse. Genival foi com seu pai em uma noite de Natal para Imburaninha. De longe o adolescente ouviu o som da difusora da Igreja trazido pelo vento; era a voz do cantor sacro Feliciano Amaral. Quando chegaram a Igreja foram bem recebidos. Genival corre e vai ao local onde a difusora estava funcionando. Admirado, vê um amplificador com o toca disco em cima rodando um disco de 78rpm. Foi neste momento que o meu amigo de fé, camarada, pensou: “No rádio deve ser assim também”. Desde então começou a nutrir sua admiração por difusora.

Seu Cícero faleceu e em 1961 a família de Genival, quando este tinha 15 anos de idade, resolveu vir morar em Pombal. Desembarcaram na Rua Preta por trás do Açougue. Na efervescência de adolescente, Genival, pregou uma peça para seu vizinho seu Romualdo pai do Dr. Cadaço e em cima da casa, colocava um ventilador em funcionamento cujo barulho assustava a todos.

Como todo garoto de seu tempo e manifestando o senso crítico que lhe é peculiar, Genival estudando no Ginásio Diocesano de Pombal, resolveu imitar o gesto do ator do Pagador de Promessa (Filme brasileiro exibido no Cine Lux), e apropriando-se de toras de madeira, fez uma cruz, carregando-a as costas na hora do recreio acompanhado pelos alunos do educandário, o que lhe rendeu uma suspensão de quinze dias, resultando na perda da série que estava cursando naquele ano.

O Cônego Luiz Gualberto diretor do Diocesano havia lhe dado a sentença e tinha por costume mandar bilhetes aos pais de alunos pelos mesmos, para as reuniões de pais e mestres. Genival escondeu de sua mãe a convocação. Mesmo suspenso, ele saia de casa de farda conduzindo os livros e cadernos simulando para sua genitora que estava assistindo aula.

O censo crítico de Genival chegou ao ponto de colocar apelido nos outros, antes que alguém antecipasse com um para ele. Conta-se que quando chegou a Pombal, pôs apelido em seus primos, a fim de se safar de um apelido que lhe deram lá em São Domingos.

Do conhecimento nasce a amizade,esta se consolida ao longo dos anos.Nem sempre o amigo é aquele que precisa está perto para ser amigo, pois a verdadeira amizade é cultivada mesmo a distancia. Minha amizade com Genival veio através do que temos em comum: Gostar de música e, por conseguinte admirar todo e qualquer instrumento que emita sons harmoniosos. 

Ele me disse certa vez que me tinha na conta de um irmão. Agradeci a honraria lhe dizendo que a recíproca é verdadeira. Genival Severo, amigo de fé, camarada. Amigo de fé - porque dentro de seus princípios de caráter soube manter até os dias de hoje sua fidelidade de amigo em assuntos informais, sempre comungando de modo fraterno dos ideais de ambos. Camarada - porque é amigo fraterno e cordial, colega, acessível, simpático. A despeito do exercício de outras atividades para seu sustento, ainda na adolescência demonstrou vocação para ingressar na radiofonia me acompanhando desde cedo nas difusoras e rádios de nossa cidade. Ainda hoje mantem um programa de rádio aos sábados na Rádio Liberdade 96 FM de Pombal.

Genival me conheceu quando certa vez ouvindo o som da radiola da casa de meus pais na rua do rio, resolveu se aproximar e falou comigo. Segundo ele, foi a primeira pessoa com quem fez amizade em Pombal levando em consideração que eu lhe ensinei o caminho do rádio. Sem demérito aos demais, para Genival, seus melhores amigos em Pombal, eu e José Avelino do Cartório (em memória).

Em 1966 instalei a Voz da Cidade serviço de alto falantes que tinha acoplado um transmissor de ondas curtas de fabricação caseira e nos dava a oportunidade de adentrar aos lares de nossa cidade. Genival a meu convite veio participar pela primeira vez do rádio; fazia o que gostava, pois comandava os programas como: “Varandão da Casa Grande” (forró) e “A Tarde é Nossa” ( música popular brasileira).

Depois, veio o Lord Amplificador, fizemos uma parceria no sistema sonoro volante no qual Genival era meu sócio. Em 1982 era instalada a Rádio Maringá de Pombal AM, do Grupo empresarial Francisco Pereira; Nessa época Genival trabalhava no Cartório de Zé Avelino. Como Diretor Comercial e Artístico daquela emissora, convidei-o para colaborar com a programação da mesma, apresentando o programa de forró, no “Sertão da Paraíba”.

Em janeiro de 1967 foi nomeado escrevente do Cartório do 2º Ofício de Pombal, onde permanece até hoje, apesar de aposentado desde 1994, pelo o então Presidente do Tribunal de Justiça Desembargador Antonio Elias de Queiroga. Genival é casado com Geane Lacerda sua prima e tem uma filha de seis anos e meio de nome Ana Clara. É fã das músicas dos cantores: Paulo Sérgio, Waldick Soriano e Roberto Muller. 

O dia 1º de janeiro foi seu aniversário natalício em razão disso lhe rendo minhas homenagens, como amigo de Fé, camarada.

Publicado no livro “Histórias do Rádio em Pombal” às páginas 175/178.
RADIALISTA* CONTATO: brunetco@hotmail.com
GENIVAL SEVERO, AMIGO DE FÉ, CAMARADA... GENIVAL SEVERO, AMIGO DE FÉ, CAMARADA... Reviewed by Clemildo Brunet on 1/08/2009 06:16:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion