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A FALTA DO PAI!

Clemildo Brunet (foto)
CLEMILDO BRUNET*
Nesta semana se comemora o Dia dos Pais é a hora em que é propagado pelo rádio e a televisão um apelo aos filhos para darem presentes aos seus genitores. Há 4.000 anos na Babilônia um jovem chamado Elmesu esculpiu em argila um cartão para seu pai, no entanto, a comemoração do Dia dos pais é mais recente.
A celebração do Dia dos pais tem algo semelhante ao dia das mães, em 1909, a jovem norte americana chamada Sonora Louise Smart Dodd, queria um dia especial para homenagear seu pai, William Smart, um veterano da guerra civil que tendo ficado viúvo depois que sua esposa teve o sexto bebê, criou sozinho os filhos em uma fazenda no Estado de Washington. Na verdade o primeiro dia dos pais foi comemorado em 19 de junho de 1910, em Spokane, Washington. Aqui no Brasil numa iniciativa do Jornal o Globo do Rio de Janeiro, o primeiro dia dos pais foi comemorado em 1953. Tinha-se estabelecido o dia 16 de agosto, mas como as famílias gostavam de se reunir aos domingos o dia foi transferido para o segundo domingo do mês.
A falta do pai nada mais é do que a figura do pai desconhecido. Li na coluna de Ruth de Aquino da revista Época da semana passada, que no Brasil, a cada ano, nascem 700 mil crianças de “pai desconhecido” filhos de homens que não quiseram reconhecê-los como seus e em sua maioria muitos não sabem o nome do pai porque só são filhos da mãe.
Segundo o comentário da revista, histórias de rejeição e ausência paterna estão sendo filmadas em documentário “Nada sobre meu pai”, da cineasta Susanna Lira. Ela tem 34 anos e é filha de pai desconhecido. Seu pai equatoriano tinha 19 anos quando sua mãe engravidou e ele era envolvido com política. Deu dinheiro pra sua mãe abortar, porem ela não aceitou.
Um pai faz muita falta ao filho que por situações dessa natureza vê somente a figura da mãe ralando pra lhe dar o sustento e educá-lo para vida. Neste segundo domingo de agosto, quantos filhos não vão sentir a falta do pai quando avistarem nas casas dos amigos e vizinhos, o pai sendo homenageado e eles não encontrando motivo para tal somente porque o pai está ausente?
Na pesquisa feita pela cineasta que me referi a pouco, ela disse que a ausência do pai causa feridas profundas. Diz ela: “Encontrei crianças e adultos em frangalhos com essa ausência. Eles buscam o pai a vida inteira”. Um preso que ela entrevistou no Rio de Janeiro, compara a vergonha da prisão à vergonha de não saber quem é seu pai. Um garoto de 13 anos em Porto Alegre, que vive com a mãe sente a falta do pai e diz: “Queria meu pai pra jogar bola comigo”. Em São Paulo um montador de cinema sabe que o pai mora na esquina de sua rua – mas nunca conseguiu que o reconhecesse. Na pesquisa, Susanna descobriu ainda que 80% dos jovens infratores não têm o nome do pai na certidão.
O que faz falta a esses filhos que não tem a paternidade reconhecida pelo pai, não é o sobrenome, a família, nem tão pouco a posição social ou mesmo o dinheiro que possui; não é o legal e sim o reconhecimento: O amoroso, o acolhimento. Segundo a cineasta esse documentário não se trata de “protesto contra os pais desertores” e sim mostrar “histórias de amor que querem e podem ser vividas” é uma espécie de convite amoroso para o homem viver a paternidade em sua plenitude, mesmo que esteja casado ou separado. “Porque só a mãe não basta”.
Numa alusão ao pai que não assume a paternidade, a socióloga Ana Liese diz: “Esses homens nem suspeitam que são o maior objeto do desejo de seu filho ou sua filha”.
Existe também outro fator que pesa na questão da relação entre pai e filhos e vice e versa: Filhos que não querem saber do pai. Em outra reportagem a revista retrata o drama de casais separados em que a mãe incita os filhos contra o pai. Há casos de uma filha que odiou o pai dos 8 aos 26 anos. Durante 5 anos os pais viveram juntos e se separaram. A mãe que a tinha sob sua guarda e um irmão mais novo passou a dizer o tempo todo que seu pai não prestava que era um canalha e que não gostava deles.
O pai a procurou várias vezes. Nas férias ele insistia para que os filhos o visitassem. Ela (a filha), ligava para ele para pedir dinheiro, pois em seu pensamento pairava o sentimento que era só isso pra que ele servia. Durante dez anos essa filha cortou relações com seu pai, até que aos 26 anos ela foi fazer terapia e no divâ, descobriu que não tinha motivo para não gostar de seu pai.
Este é um problema social grave que não é somente vivido por nossa nação, à criança é levada pela mãe a não gostar do pai que não vive com ela. O mais grave, no entanto, é como definiu Richard A Gardner, a “programação” para que a criança passe a não gostar do genitor que não vive com ela, o que se dá por palavras, atitudes silenciosas ou pela implantação de falsas memórias. Segundo o psicanalista americano Richard A. Gardner, que descreveu a síndrome da alienação parental, como um distúrbio mental causado pela campanha de difamação do genitor que tem a guarda contra o outro. No Brasil na maior parte as mães detêm a guarda das crianças em 95% dos casos de separação, diz a reportagem de Época.
No último dia 15 foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social da Câmara de Deputados, o Projeto de Lei número 4.053/2008 de autoria do Deputado Régis Oliveira (PSC-SP) que define e penaliza a alienação parental: O genitor que tentar afastar o filho do ex pode perder a guarda e, se descumprir mandados judiciais, pegar até dois anos de prisão.
Mas, apesar de toda essa turbulência, existe um pai que ama seus filhos a ponto de dar a vida a favor deles, enviando do céu a terra o seu único filho para salvá-los da perdição. Mesmo que alguns não queiram aceitá-lo; o exemplo edificante desse pai, é que a esses filhos, ele os ama assim mesmo, do jeito que eles são. Os acolhe a semelhança do pai da Parábola do filho pródigo contada por Jesus, em que depois do filho mais moço, ter gasto toda herança que o pai lhe dera, ainda o recebe de braços abertos em sua casa e manda matar o novilho cevado para celebrar a sua volta.
Neste dia dos pais não nos limitemos somente em celebrar com os nossos festivamente, lembremo-nos também, dos que sentem a falta do pai, seja pelo não reconhecimento da paternidade, alienação parental ou por qualquer outro motivo; oremos em favor dos que padecem vivendo sob situações mais diversas que essa vida nos impõe.
Aos filhos o ensino bíblico diz: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo”. De igual modo aos pais: “E, vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas cria-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. Efésios 6:1 e 4.
FELIZ DIA DOS PAIS!
*RADIALISTA.
A FALTA DO PAI! A FALTA DO PAI! Reviewed by Clemildo Brunet on 8/05/2009 09:42:00 PM Rating: 5

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