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OS SONHOS QUE ACALENTO...

Prof° Vieira
Por Francisco Vieira*

Sonhar é possível, realizar o sonho, nem sempre.

Todo ser humano cria ao longo dos anos seu mundo de fantasia e nele se delicia sem nenhuma justificativa, pois as palavras não explicam os sonhos Cada um tem algo a realizar ou conquistar; são desejos, vontades, anseios, sentimentos que se resumem numa só palavra: sonhos. Alguns são possíveis, outros, presos ao mundo abstrato, estão além das possibilidades humanas, por isso, não passam de imaginação, são simplesmente sonhos. Contudo, sonhamos. Não há, portanto, uma pessoa sequer que não acalente um sonho na vida, quer seja novo ou antigo, proibido ou não, viajam no mundo imaginário alimentando a esperança de concretizá-los. Assim, pelo menos em sonhos nos sentimos senhores de nós mesmos, de nossas vontades, poderosos e capazes de dominar até o mundo. Segundo Paulo Coelho “o mundo está nas mãos daqueles que tem a coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos.”

Quem neste mundo não deseja galgar um curso superior e projetar-se no mundo infinito do conhecimento; quem não aspira sua independência através de um bom emprego? Quem é que não sonha conquistar a mulher amada, adquirir o carro do ano, a casa própria, um passeio de férias ou conhecer pessoas importantes que se tornaram ídolos. Enfim, quem não aspira alcançar uma vida estável. Com certeza gostaríamos de realizar todos esses sonhos para satisfação do nosso ego e se dependesse de nossa egocêntrica vontade, todos de uma só vez. Almejamos o bom, queremos o melhor, sonhamos com a felicidade – se é que podemos chamar isso de felicidade.

Via de regra, também alimento sonhos. São vontades sonhadas, algumas desde a mais tenra idade que vem desde a infância e da adolescência e que ainda permanecem sonhados e perseguidos na esperança de concretizá-los um dia para massagear o ego.

Para os insensatos todo sonhador é um louco, vive fora da realidade. Em resposta, prefiro antes ser louco ser sonhador que não ter o prazer de sonhar. Quem sonha ama a liberdade.

Ser sonhador é adormecer sonhando com coisas boas e não querer acordar. É valorizar o sonho sabendo que nele reflete seus anseios. É ser ousado e cultivar com teimosia a esperança de tornar os sonhos realidades.

Neste artigo falo de mim mesmo onde me denuncio um sonhador e revelo sonhos que podem parecer futilidades. O curioso é que são simples, por isso, fáceis de realizar. Por outro lado me faz uma pessoa de poucos sonhos - o que é bom – pois é sinal que tenho realizado a maioria deles.

Portanto, mergulhando no campo do sobrenatural, dando asas a imaginação, vislumbro sonhos que gostaria de alcançá-los. Viajando nos ares da fantasia me vejo em sonho desfilando pela “Mangueira” – minha escola do coração - e de preferência na bateria, tocando qualquer instrumento de percussão e conquistar o título de campeão do carnaval.

Outro sonho que proporcionaria alegria seria ver o Botafogo F. R conquistar mais um título de Campeão Brasileiro - desculpem os rubro-negros a sinceridade – vencendo o Flamengo na final por um placar no mínimo de 4 x 0.

Ah! Como gostaria de comemorar em festa o aniversário de casamento. Que essa festa fosse animada por conjuntos musicais da Jovem Guarda como Renato, Fevers, Incríveis, The Pops e os cantores Roberto e Erasmo Carlos, Agnaldo Timóteo, Jerry Adriane, Wanderley Cardoso e outros, onde eu pudesse dançar a noite inteira e reviver os anos sessenta.

Se possível fosse também gostaria de reunir os amigos de infância. Como seria bom relembrar o passado e gargalhar das travessuras cometidas. Seria melancólico lembrar os que já se foram; uns levados pelas águas frias e traiçoeiras do Rio Piancó como Jair de D. Lídia ou esmagado pelo peso da carranca de um trem de ferro que implacável ceifou a vida de Arereu de João Espalha. Sentir a falta de seu irmão Joãozinho e suas histórias recheadas de aventuras e sensacionalismo. Seus detalhes eram tantos que pareciam até verdades. É que a mentira bem contada faz até o próprio autor acreditar nela.

Lembrar ainda num só tempo de Zé Piloto e Branco de D. Neném, ambos debulhando um rosário de nomes obscenos. Parece até que estudaram na mesma cartilha.

Enquanto isso, aproveitar a rara oportunidade e reunir com todos, de preferência no Bar Centenário ou Praça Getúlio Vargas e puder conversar com Pretinho meu irmão – era assim que eu chamava - Clemildo Brunet, Assis Caetano, João Costa (filho de Chicó), André e Francisquinho de Toinho Queiroga, Ghandy e Nequinho de Seu Lelé, Paulo Abrantes e Carlito, Biú de Maurício Bandeira, Mundinho e Fitita de Zé Canuto, Mané Maluco, Toneco de D. Preta e outros. São tantos que é impossível enumerá-los. Suas histórias são inúmeras e relembrá-las é também impossível, pois muitas se desgastaram com o tempo, caíram no rol do esquecimento.

Tudo isso, embora pareça exagero, são apenas sonhos, e sonhar não estabelece limites, portanto, não devo ser interpretado de outra forma, senão, como um sonhador. E, como o verdadeiro sonhador é aquele que não desiste do sonho vou continuar sonhando, esses e outros sonhos que não contei, vou seguir perseguindo OS SONHOS QUE ACALENTO.

Pombal, 27 de dezembro de 2010.
*Professor, ex-Diretor da Escola Estadual João da Mata, ex-Secretário de Administração do Município de Pombal.
OS SONHOS QUE ACALENTO... OS SONHOS QUE ACALENTO... Reviewed by Clemildo Brunet on 12/29/2010 06:42:00 AM Rating: 5

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