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PASSAGEM: PÁSCOA, VIDA!

Clemildo Brunet
CLEMILDO BRUNET*


Alguns de vocês já pararam para pensar que a nossa vida aqui é uma passagem. O que era ontem já não é mais, o que é hoje jamais voltará e amanhã já não será como hoje. Muitos de nossos parentes, amigos e conhecidos já se foram, entretanto, estiveram nessa passagem chamada vida. O tempo é inexorável! “Porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” Sl. 90:10b

A semana passada resguardamos a Páscoa que tem nos hebreus o significado de passagem. Surgiu da palavra hebraica “pessach” início da libertação dos hebreus do jugo de Faraó no Egito, pontuado pela a travessia do Mar Vermelho, que se abriu para “Passagem” dos filhos de Israel conduzidos por Moisés para a terra prometida.

Quem ler dos capítulos 12 até o 14 de êxodo se dar conta de como foi realizada a “Páscoa” dos judeus. Deus ordenara que na noite da libertação cada família tomasse um cordeiro sem defeito, que seria imolado ao cair da tarde da véspera da libertação. Naquela noite o anjo da morte destruiria os primogénitos das casas que não tivessem o sinal do sangue do cordeiro nas ombreiras e vergas das portas. A praga não atingiria os primogénitos de Israel, visto que estavam protegidos pela marca do sangue em suas casas.

As famílias dos hebreus comeriam a carne do animal com ervas amargas e pão sem fermento. “Desta maneira o comereis: Lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a páscoa do Senhor” Êxodo 12: 11. Todos deveriam estar de pé esperando a ordem da marcha. A Páscoa dos judeus em sua simbologia passou a ser a da passagem, êxodo, e libertação da escravatura.

Jesus Cristo era judeu, também comemorou a Páscoa na mesma época em que o povo de sua raça celebrava o evento. Seus discípulos o interpelaram sobre onde deveriam fazer os preparativos para celebrar a Páscoa, ele então enviou dois deles a cidade, ao encontro de um homem que conduzia um cântaro de água determinando que o seguisse até sua casa e fizesse a pergunta: “onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?”. Mc.14:14. Havendo o homem da casa mostrado o lugar, os discípulos fizeram como o mestre ordenara e prepararam a páscoa segundo o rito judaico.

Foi da vontade do Mestre cumprir toda justiça e honrar a lei cerimonial que ainda durava, e deste modo comer a Páscoa com os seus discípulos. Em seu ministério terreno, Jesus já havia lhes falado como haveria de morrer, embora eles não entendessem o real significado do que deveria acontecer. Depois da confissão de Pedro: “Tu és o Cristo o filho do Deus vivo”, Jesus advertiu os discípulos que a ninguém dissessem ser ele o Cristo, mostrando-lhes a necessidade de seu sofrimento, morte e ressurreição.

Ao celebrar a Páscoa, o vinho misturado com água estava em uso nessa ocasião, por ser considerado o melhor meio de beber o bom vinho. Terminada a festa pascoal, Jesus tomou o pão e o abençoou, dando graças e o deu a seus discípulos, dizendo: “Este é o meu corpo que será entregue por amor de vós: Fazei isto em memória de mim”. E tomando igualmente o cálice, depois de haver ceado, disse: “Este cálice é o novo testamento no meu sangue que será derramado por vós” Lc 22:19,20.

Esta é a nova páscoa instituída por Jesus para perpetuar sua lembrança. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado mundo. Páscoa com o significado de passagem da morte para vida, garantia da nossa ressurreição e vida eterna. “Porque isto é o meu sangue, o sangue, da {nova} aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” Mt. 26:28.

Jesus sabia que sua vida neste mundo era uma passagem, razão pela qual disse a Pilatos que o seu reino não era daqui. “O meu reino não é deste mundo” Jo 18:36. Somos admoestados por ele que nossa passagem no planeta terra não é fácil. Como peregrinos, os perigos são iminentes e nos rodeiam. Crimes, mortes, tristezas, prantos, sofrimentos, contrariedades, adversidades, doenças, fadigas, fome, tudo isso e muito mais.

As crises existenciais são tão grandes que já não podemos suportá-las. Ódios, mágoas, ciúmes, constrangimentos, despeitos, arrogâncias, invejas, intrigas etc. marcas do quotidiano que nos sobrevém como fruto da nossa desobediência. Têm-se tão pouco tempo nessa passagem, por que então viver digladiando o nosso próximo?

Pombal, 28/04/2011

*RADIALISTA.

Contato: brunetco@hotmail.com

PASSAGEM: PÁSCOA, VIDA! PASSAGEM: PÁSCOA, VIDA! Reviewed by Clemildo Brunet on 4/29/2011 05:36:00 AM Rating: 5

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