Vencer é preciso
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
Os últimos
fatos ocorridos na administração federal nos levam a uma reflexão mais profunda
e objetiva. No comunicado da presidente Dilma Rousseff, dia 06 último, pela
televisão, nos foi dito por ela da redução do custo na conta de energia
elétrica. Atitude elogiável pela necessidade que temos de incentivarmos a
produção industrial em nosso país. Entretanto, verificamos que a implantação da
redução dar-se-á a partir de janeiro de 2013, com desoneração de impostos,
incluindo-se aí o ICMS, imposto de recolhimento e uso dos Estados, além disso,
as reduções na ordem de 16.2% para o consumidor residencial, e
até 28% para a
indústria, sendo que o pico de 28% só fará jus apenas 15 clientes, com
potencial real para esse desconto, ou seja, incluídas na faixa chamada A1, com
tensão de fornecimento de energia igual ou superior a 230kv, no segmento
siderúrgico.
Há uma
pendência de erro de cálculos decorrido na metodologia dos reajustes entre
2002/2009, a devolução cujo processo está correndo no TCU, a pedido do
Procurador Geral da República, sendo estudado, tudo indica que será favorável
aos consumidores. Portanto, há grande chance da devolução dos valores cobrados
a maior, cujo montante atinge R$7 bi.
Outro fato
que é preocupante, a equipe do governo levantou dados, fez estatísticas, traçou
objetivos, porém não negociou com as operadoras, que dependem de resultados
positivos para novos investimentos no setor, nos proporcionando o equilíbrio
entre a produção e a demanda, tornando viável a produção futura, dando sustentabilidade
e evitando futuros apagões, indesejáveis a todos nós.
Por outro
lado, a Petrobrás, nossa empresa até então seguramente umas das mais rentáveis e de grande projeção mundial,
começa a dá sinais de fadiga financeira, com resultado negativo no último
trimestre consolidado. Investimos pesado no decantado projeto do pré-sal, já
estamos operando, mas com grande decepção para o setor, na hora de extração do
petróleo, está vindo grande quantidade de gás carbônico, em torno de 90%, elevando
os custos de operação que já não é barato.
Na área
comercial, a Petrobrás tem mantido os preços para o consumidor final sob
compressão, não repassando os 2 últimos reajustes às bombas, apenas eliminando
imposto específico, sem resolver o problema, apenas adiando uma situação que
está se tornando insustentável para o mercado, vendendo o produto,
internamente, ao custo inferior ao comprado no exterior. Para quem não sabe,
estamos comprando gasolina dos EUA. Enquanto isso a nossa indústria do
combustível renovável, o álcool, foi sucateada, efetivamente, por absoluto
descaso do governo para com esse setor. Setor esse que dominamos toda
tecnologia na plantação e produção do álcool, inclusive com grandes espaços de
terras a disposição para grandes produções e demanda existente.
Com a
demissão da ministra da cultura, Ana de Hollanda, 14° do ministério, desde sua
fundação em 1985. Com a nomeação imediata da senadora Marta Suplicy, para o
cargo, com orçamento assegurado na proposta orçamentária enviada ao congresso,
para 2013, de R$3 bi, com inclusão de mais R$2,2 bi, fruto da lei de incentivos,
contra os magros R$1,3, desse ano, ainda gestão da ex-ministra Ana de Hollanda. A
presidente Dilma resolveu um problema no seu ministério, conseguiu tirar de
circulação aquela que estava na geladeira por muito tempo, mas não podia, ou
não devia substituí-la, por se tratar de uma pessoa da cota pessoal do
ex-presidente Lula.
Mas, na
política e pela política tudo é possível, ficou evidenciado um fato no mínimo
triste. O cargo foi uma moeda de troca, exigência da própria ministra atual, pelo
apoio político ao candidato do PT à prefeito de São Paulo, ex-ministro da
educação, Fernando Haddad, candidato imposto pelo próprio Lula, em detrimento a
candidatura postulada pela hoje ministra Marta Suplicy. Além disso, houve o
comprometimento da própria presidente Dilma de se envolver na mesma campanha, e
participação em outras campanhas de outros candidatos, como do postulante,
também do PT, Patrus Ananias, em Belo Horizonte , MG.
Todo esse
comprometimento em candidaturas patrocinadas pelo capital político do Lula,
inclusive a do senador Humberto Costa, em Recife, PE, mais um candidato que é
uma aposta pessoal do Lula.
Esses fatos
têm gerado desconforto e prejuízo nos índices de popularidade da presidente,
evidenciado nas últimas pesquisas. Além das cidades citadas, existem outras
onde o PT patina nos números e não evolui, caso ocorra a manutenção desses
dados atuais vai ser uma grande decepção para a situação, diferente do ultimo
pleito quando o PT levou grande vantagem. Apesar do esforço para alavancar a
campanha dos seus candidatos, principalmente para chegar ao segundo turno em São Paulo Lula
ainda acredita no seu carisma e popularidade. E na política tudo é possível.
*Escritor e
Poeta
Vencer é preciso
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/20/2012 05:35:00 AM
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