A MANSÃO DOS MORTOS...
“Ora, ele não é Deus de
mortos, e sim de vivos” (Jesus Cristo)
Clemildo Brunet |
CLEMILDO BRUNET*
02 de novembro no nosso
calendário é a data conhecida como dia de finados. Os fiéis da Igreja Católica
Romana têm por costume fazer visita aos túmulos de seus entes queridos levando
velas e flores para reverenciar os seus mortos. Durante muito tempo os cristãos
não se relacionavam com os mortos. Essa prática se deu com a fusão da Igreja
Cristã ao Estado romano, os cristãos acabaram introduzindo alguns costumes e
crenças de vários povos, entre eles o de rezar e se comunicar com os seus antepassados
mortos junto à sepultura.
O Dia de Finados foi
instituído mesmo no Século X, por Santo Odílio, abade beneditino de Cluny na
França, para os mosteiros de sua ordem especificamente, até que, no Século XI a
Igreja Católica Romana universalizou a data, através dos Papas Silvestre II,
João XVIII e Leão IX, que obrigaram a comunidade há dedicar um dia por ano aos
mortos. Só que a data 02 de novembro foi institucionalizada a partir do Século
13.
No México, porém, a
celebração de Finados é completamente diferente. Os mexicanos fazem uma
verdadeira festa nesse dia e preparam um grande banquete. Segundo a tradição
mexicana, nos dias 1º e 2 de novembro, Deus deixa os mortos virem visitar os
seus familiares que ainda estão na terra. Ao mesmo tempo, os mortos têm a
oportunidade de comer e beber aquilo que mais gostavam. Esse é um dos motivos
dos grandes banquetes preparados nas casas mexicanas no Dia de Finados.
Assim, no dia 1° de novembro
chegam às crianças que já morreram. Para elas é feito um altar com muitas velas
que servem para iluminar o seu caminho de volta a terra. Além disso, são
colocados doces e brinquedos nos altares. No dia 2 de novembro, chegam os
adultos. Para ter a certeza de que encontrarão o caminho do cemitério para as
suas casas, são espalhadas pétalas de flores e velas pelas ruas. No altar
preparado pela família, o morto encontrará as oferendas pelos seus parentes,
com os seus pratos favoritos em vida.
Quão difícil é para o homem
entender o mistério da morte. Os que já partiram desta vida para outra esfera
jamais em tempo algum voltaram a este planeta. A morte é uma viagem sem volta.
O apóstolo São Paulo em sua carta aos coríntios declara que a morte é o último
inimigo do homem a ser destruído. No entanto, ele nos lembra e consola que a
despeito da morte ser uma consequência do pecado, a nossa esperança em Cristo
não deve está limitada apenas a esta vida e se assim procedermos somos os mais
infelizes dos homens!
Existe uma repulsa da nossa
parte quando se fala em morte. Alguns até batem na madeira. Apesar de não haver
uma compreensão unânime em sua profundidade, a morte deixa efeitos funestos
quando desaparece um ente querido da família ou um amigo muito íntimo. O mais curioso e interessante é a preocupação
que muitos têm com relação ao estado em que se encontra a pessoa que morreu.
Santo Agostinho chamado o
pai da igreja no ocidente nos faz uma advertência: “A morte que os homens tanto
temem, apenas é a separação entre o corpo e a alma; mas a morte que os homens
não temem, é a eterna separação de Deus”. Davi o segundo rei de Israel
quando perdeu seu filho consequência essa do pecado que
havia cometido aos olhos de Deus, quando a criança adoeceu rogou muito pelo
restabelecimento da saúde do filho. Orou, jejuou, não fez a barba nem tomou
banho por cerca de sete dias.
No entanto, ao receber a informação que a criança
havia morrido, se levantou de onde estava, tomou banho, fez a barba e
alimentou-se. Seus súditos ficaram admirados com o comportamento do rei, pois
diziam: “Pela criança viva jejuaste e choraste; porém, depois que ela
morreu, te levantaste e comeste pão”. Ao que Davi respondeu: “Vivendo
ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se o Senhor se
compadecerá de mim, e continuará viva a criança? Porém, agora que é morta,
porque jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não
voltará
para mim”. 2 Samuel 12 :21-23
A condição de quem vive aqui
na terra é descrita muito bem pelo patriarca Jó. Ele diz assim: “Lembra-te
de que minha vida é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver o bem. Os olhos
dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos me procurarão, mas já
não serei” E continua: “Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele
que desce á sepultura jamais tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa nem
o lugar onde habita o conhecerá jamais” Jó 7:7-10.
Outra afirmação sobre o
estado dos que morrem está nas palavras do sábio Salomão terceiro rei de
Israel. “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa
nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no
esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm
eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”
Eclesiastes 9: 5-6
Jesus disse que há uma
separação entre vivos e mortos. “E, além de tudo, está posto um grande
abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros
não podem, nem os de lá passar para nós” Lc.16:26.
Cemitério Santo Amaro - Recife |
No Dia de Finados, a
preocupação de muitos será chorar, conduzir ramalhetes, acender velas e rezar
pelos que partiram desta vida. Eles irão à mansão dos mortos nos diversos
campos santos como são chamados os cemitérios, pois em seus entendimentos falta-lhes
o pleno conhecimento da verdade e daquele que é a Luz , que disse:
“Eu Sou a Luz do Mundo; quem me
segue não andará em trevas, pelo contrário, terá a luz da vida”. Jo.
8:12.
Pombal, 29 de outubro de
2012.
*Radialista,
Blogueiro, Colunista
Twiters:
@clemildobrunet e @clemildocomunica
A MANSÃO DOS MORTOS...
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/29/2012 11:32:00 AM
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Um comentário
AMADO IRMÃO CLEMILDO MUITO BEM FEITO ESTE ARTIGO MEUS SINCEROS PARABÉNS PELO TRABALHO TÃO BEM ELABORADO QUE DEUS CONTINUE SEMPRE LHE DANDO SABEDORIA PARA PODER SEMPRE FAZER PARA NÓS ESSES BELOS CONHECIMENTOS FICO MUITO FELIZ EM TER VOCE COMO UM BOM CONHECEDOR DO ASSUNTO.
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