A SUSTENTABILIDADE E O PODER JUDICIÁRIO
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
A sustentabilidade
é um conjunto de ações e atividades desenvolvidas pelo homem com o fim de
suprir as necessidades do próprio ser humano do Século XXI, sem que haja
comprometimento das gerações futuras. A sustentabilidade tem tudo haver com o
desenvolvimento econômico e material da sociedade atual, sem que haja, porém,
agressão ao meio ambiente, o que é possível com o uso de recursos naturais de
maneira inteligente.
É um tema
altamente recorrente nos atuais. Mas, o que percebemos é que ainda falta
consciência ao homem, pois continua agindo intensa e
insanamente em relação à
natureza, gerando grandes prejuízos ecológicos que estão afetando a
sustentabilidade do planeta.
O Ministério
Público tem intensificado a fiscalização para coibir os abusos perpetrados no
sentido de impor a degradação da natureza. Com isso, muitas dessas ações
agressivas à sustentabilidade são levadas, por meio de ações civis, ao crivo do
Poder Judiciário, que ao analisar e julgar tais querelas vem impondo obrigações
de fazer, ou, de não fazer aos infratores da legislação ambiental,
mostrando-se eficaz na proteção da Santa
Natura e da própria existência humana na Terra.
Agora, emerge uma
reflexão: Sendo o Judiciário responsável pela decisão que impõe tais medidas de
proteção ao meio ambiente, sendo, pois, o guardião judicial da
sustentabilidade, então, é de se questionar, será que o Poder Judiciário vem
dando a sua contribuição pessoal, em termos administrativos, para a
sustentabilidade? Respondendo, afirmamos que historicamente o Judiciário utiliza-se do processo físico para análise e julgamento das ações, o que
implica dizer que há um uso excessivo de papel, implicando, por sua vez, numa
contribuição contínua de agressão à natureza. A solução seria a virtualização
de todos os processos, ativos e arquivados, pois só assim eliminaríamos o uso
do papel.
Outro ponto, consiste no fato de que, principalmente na Região
Nordeste, os Tribunais poderiam dotar seus fóruns, depósitos judiciais e demais
estruturas físicas de energia solar, o que viabilizaria além da redução de
custos, primordialmente haveria um contributo importante para a
sustentabilidade do nosso planeta.
Olhando pelo custo
benefício e pelo fato de ser também uma demonstração de compromisso com a vida,
acreditamos que atitudes como essas seriam tomadas como exemplos à serem
seguidos. Na Espanha, quase a totalidade dos prédios públicos já adotam a
energia solar. Aqui temos sobrando essa energia, contudo, é preciso ampliar a
visão de gestão para assim contribuirmos para a garantia de um desenvolvimento
sustentável que assegure a nossa própria existência.
*Escritor pombalense, Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Capital.
onaldoqueiroga@oi.com.br
A SUSTENTABILIDADE E O PODER JUDICIÁRIO
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/23/2012 05:42:00 AM
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