"ARGEMIRO DE SOUSA: FULGURANTE JORNALISTA DE POMBAL!"
Clemildo Brunet |
Clemildo
Brunet*
Certa vez em um artigo sobre
o Centenário do Senador Ruy Carneiro, eu disse que ao se colocar o nome de um
ilustre cidadão em qualquer logradouro público, devia-se dar conhecimento a
população o que ele foi á história com o designativo de uma placa.
Pombal tem várias ruas que
levam nomes de pessoas, mas, na sua maioria os que residem na cidade não sabem
nada a respeito deles. Argemiro de Sousa por exemplo. Muito ouvido este nome
desde os tempos áureos das difusoras no início da década de 40, nos reclamos comerciais
quando se anunciava onde ficava localizada e continua até hoje a tradicional
Farmácia Queiroga. Não estou afirmando se o nome da rua mencionada seja a mesma
pessoa a que me refiro neste artigo.
O que ocasiona essa dúvida é
a revelação feita pelo o Historiador pombalense Wilson Nóbrega Seixas, no seu
Livro “O Velho Arraial de Piranhas” segunda edição revisada e
ampliada à página
344 que diz o seguinte: “Inexplicavelmente,
não há nada em Pombal, que faça lembrar essa figura singular, que muito honrou
o nosso passado pelos dotes excepcionais de sua inteligência e pela afirmação
de seu talento privilegiado, a não ser o nome que deram à Caixa Escolar
Argemiro de Sousa, pertencente ao Grupo Escolar João da Mata, desta cidade,
numa homenagem póstuma a esse legítimo representante de uma geração de moços
idealistas e corajosos e produto também da mestiçagem formadora da
nacionalidade brasileira”. Se na verdade é a mesma pessoa que tem o nome de
uma Rua em Pombal, talvez por esquecimento, o timoneiro da nossa história
deixou de fazer esse registro.
No Livro “Cidades e Homens”
do historiador Celso Mariz, diz que Argemiro de Sousa, “era um rapazinho de Pombal, filho bastardo e pobre que, pela
inteligência e pela pertinácia bem orientada na juventude, lograra as prendas
sedutoras do espírito, a educação, a polidez e a cultura”.
Veja bem que
nesse tempo a Paraíba estava vivendo dias de agruras como prenúncio da batalha
pela liberdade dos escravos. Argemiro de Sousa atuava de maneira brilhante e
com galhardia como redator à frente do Estado da Paraíba, jornal que era
editado na Província e que pertencia ao Partido Conservador. Epitácio Pessoa,
Castro Pinto, Artur Aquiles e João Pequeno compunham ao seu lado a bandeira de
luta pelos ideais republicanos.
Dr. Argemiro de Sousa |
Argemiro de Sousa formou-se
em Ciências Jurídicas e Sociais a 29 de novembro de 1889, pela Faculdade do
Recife-Pernambuco. Além de exercer a profissão de Jornalista era conhecedor
profundo de línguas e literatura. Falava de maneira correta e fluente, o
inglês, o alemão e o latim. Conta-se que logo após a sua formatura veio a
Pombal sendo recebido pela velha, sua progenitora; abraçando-a e beijando-lhe
as mãos de modo carinhoso, o Padre José Ferreira de Sousa que chegava na
ocasião, interrogou-lhe dizendo: Por que não lhe toma a bênção em primeiro
lugar? No que prontamente Argemiro respondeu: Esta negra velha fez-me feliz, em
virtude de ser eu o vosso filho.
O poeta e jornalista
Argemiro de Sousa sempre esteve ao lado de Venâncio Neiva no Governo Provisório
e batalhava decisivamente pela causa da escravatura. Quando este deixou o
Governo em 1892, Argemiro embarcou para o Rio de Janeiro, pois havia encerrado
o quatriênio do cargo que exercia na Justiça Federal.
Dizem que o principal motivo
de seu embarque para o Rio foi à frustração amorosa de não casar com uma filha
do ex-governador da Paraíba, Dr. Venâncio Neiva. O fato de correr em suas veias
o sangue africano, fez com que a família não concordasse com o casamento.
Tornou-se infeliz por não ter a mulher que amava ao seu lado, daí o lirismo de
seus versos. Grito de dor contra a opressão do ambiente que o cercava.
DESPEDIDA Á PÁTRIA
Adeus,
eu quero abraçar-te,/ e de ti, me despedir,/ sob o peso da saudade,/Adeus;
Adeus, vou partir! Eu sinto ao golpe da dor;/ minha alma se dividir;/ metade
fica em teu seio,/Com a metade vou partir! Meu coração morreu cedo/ somente
para não ouvir/ a dolorosa oração:/Adeus, adeus, vou partir! Adeus! Parentes e
amigos,/ sócios nos prantos e no rir/ Adeus ruas, adeus templos,/Adeus, adeus,
vou partir!
Argemiro de Sousa faleceu no
dia 19 de dezembro de 1902, no Rio de Janeiro, após ter levado uma vida “boêmia
triste para que descambara sem freio nem remédio”.
(Pesquisa
e adaptação: O Velho Arraial de Piranhas de Wilson Nóbrega Seixas)
Pombal, 19 de fevereiro de
2013 - O ano da esperança!
*Radialista,
Blogueiro, Colunista.
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"ARGEMIRO DE SOUSA: FULGURANTE JORNALISTA DE POMBAL!"
Reviewed by Clemildo Brunet
on
2/20/2013 06:04:00 AM
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Um comentário
Muito oportuno o seu texto. Eu tenho um projeto de publicar m livro com uma pequena biografia de pleo menos 30 nomes de ruas em Pombal Ja ate chequei fazer algumas
jerdivan
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