banner

Opiniões Divergentes


Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

O mês de outubro foi melancólico para quem esperava uma realidade diferente daquela que vivemos no último mês. A igreja Católica parte para o conclave com objetivo para a eleição do novo Papa em substituição ao Bento XV1. O mundo católico espera que com a humildade do hoje Papa emérito da igreja, os cardeais tenham o mesmo comportamento e voltem seus pensamentos para a unidade da nova igreja, de um novo tempo, quando a esperança de reformas seja atendida. Os fiéis precisam de respostas mais atualizadas e para que isso ocorra a Igreja necessita de um papa renovador, reformador e
unificador, qualidades imprescindíveis àquele que irá comandar o destino de mais de 1.2 bilhões de seguidores daquela que é a mais antiga multinacional da história. 

Com a comemoração dos 10 anos do PT (Partido dos Trabalhadores) no poder, ficou evidenciado as contradições nas informações passadas à população pelo partido, seus seguidores e simpatizantes, e os opositores. De um lado, a situação tenta mostrar o seu lado positivo, com os feitos junto às comunidades carentes, com o crescimento dos investimentos na área social, inclusive com a inclusão de mais de 700 mil novas famílias junto ao programa bolsa família; o menor índice de desemprego nos últimos anos; o crescente consumo da nova classe média brasileira, e a quase erradicação da miséria no nosso país.  

Os dados apresentados pela oposição, leia-se PSDB, maior partido de oposição do país, são mais realistas, quando afirmam que o Brasil não aconteceu depois do primeiro governo Lula. O incentivo ao combate a fome no mundo com prioridades específicas, junto a África e America Latina, é um programa do Banco Mundial, aproveitado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, iniciando vários programas de estímulos com contrapartida dos beneficiados, principalmente na área educacional. O governo Petista teve o grande mérito de ampliar os benefícios, unificando programas anteriores, canalizando recursos para o Fome Zero, depois o balsa família, que vem ser hoje o grande projeto social que o poder tentar passar à população como seu idealizador, fato esse que não corresponde a realidade.  

O partido situacionista age de forma absolutamente difusa do contexto, com alguns elementos agindo com mitomanias, acreditando nas suas próprias mentiras, em várias situações, escondendo a verdade dos fatos, quando eles são claros a olhos nus. 

O otimismo exagerado por parte do governo preocupa não só a oposição como a todos nós. O crescimento do PIB em 2012, já apresentado foi inferior ao esperado, mesmo depois de tantas reduções, 0.9%, índice sofrível, vergonhoso para quem iniciou o ano apostando num crescimento de 4.5%. Prega-se agora um PIB para 2013 na ordem de 3 ou 3.5%, certamente novos números ilusionistas. No amo de 2012, o Brasil foi o melhor entre os piores da América Latina, e o pior entre todos os componentes da BRICs, Brasil (0.9%), Rússia (7%), Índia (4.9%), China (7.8%) e África do Sul 2.6%). 

Os números confirmam o desconforto de alguns membros do governo que tratam a economia com seriedade e tentam repassar uma realidade distorcida, apenas para alimentar ilusões, a pedido e para agradar a cúpula do governo. Para piorar o crédito da área econômica do governo, fevereiro apresentou números ruins considerando a balança comercial, com números pífios no 1° bimestre, janeiro/fevereiro de 2013, a PETROBRÁS, nossa ex-maior empresa nacional, que fará 60 anos em outubro próximo, apresentou produção inferior ao período do ano anterior; o BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), sendo socorrido pelo Tesouro Nacional, com aporte de capital, de R$8 bilhões para fazer frente aos prejuízos causados por negócios mal feitos pelos seus gestores, investindo em empresas e negócios dúbios, sem ninguém sendo responsabilizado pelos danos ao erário público; o programa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sendo modificado nos seus editais de concorrências, na tentativa de conseguir parceiros para desenvolvimento do programa, e tantos outros absurdos que não convém enumerar para não ficar prolixo. 

Quando vamos diretamente para a política nada mais complicado que o quadro atual, as eleições de 2014 já começam a ser o assunto motivador de discussões no âmbito nacional, a situação praticamente com seu candidato postulante ao cargo majoritário, já anunciado pelo ex-presidente Lula, no caso a reeleição da presidente Dilma Vanda Rousseff, a oposição com candidato ensaiadoo senador e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves da Cunhaambos buscando alianças para fortalecimento das suas possibilidades. Concorrendo por fora está o PSB, com o governador de Pernambuco Eduardo Henrique Accioly Campos, sendo afagado pela situação para tê-lo como aliado, e estimulado pela oposição para concorrer ao cargo majoritário, intenção clara de dividir o apoio dentro da situação governista, pois, o PSB, partido que é presidido pelo próprio Eduardo Campos, é da base governista. A Marina Osmarina Silva Vaz de Lima, vem com sua REDE, como uma opção diferente de tudo que tem se apresentado, uma postura nova na nossa política, resta saber se ela vai efetivamente conseguir oficializar seu partido a tempo hábil para se apresentar como candidata à presidência da República, se seus aliados políticos terão a mesma postura que a dela, se constituindo numa 4° via para o eleitorado brasileiro, criando assim uma possibilidade de uma reforma política, mesmo que embrionária, mas de efetiva moralidade, partindo do princípio que seu discurso e sua história política é de uma retórica inquestionável. 

*Escritor e Poeta 
Opiniões Divergentes Opiniões Divergentes Reviewed by Clemildo Brunet on 3/08/2013 05:45:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion