Omissão, Atitude dos Indiferentes
Genival Torres Dantas*
Justificando
a afirmativa, na semana próxima passada, e por imposição do STF (Supremo
Tribunal Federal), com base no substitutivo do senador Walter Pinheiro (PT/BA),
foi votada mudanças nos critérios de distribuição do FPE (Fundo de Participação
dos Estados), quando foram feitos arranjos cujos números são os mesmos em
vigor, sem mexer no percentual da União. O que realmente foi feito, numa
demonstração clara da indiferença do senado para com os Estados da Federação,
adiaram para 2015 o começo das mudanças previstas, sem nenhuma aplicabilidade
de imediato, jogaram todo processo de mudança, se houver, após as eleições de
2014; o país terá 05 anos para discutir o assunto, até 2018. O que é pior, os
Estados vão continuar dividindo a mesma migalha entre eles, continuando num
clima de descontentamento generalizado, a União ficando com sua parte
intocável. O que é mais triste é ver os senhores senadores aprovando regras que
não trazem benefícios para seus Estados, abrindo mão de uma oportunidade para
discutir uma divisão mais justa e
coerente, quando o assunto é verba de rateio,
pois, é no município e no Estado que a economia da federação é gerada, e muitos
deles ficam a padecer de recursos para suprir suas necessidades mais básicas e cruciais.
Quando a União, também omissa e indiferente a um tema tão importante para o
atual momento político, podia ter aproveitado a oportunidade e patrocinar uma
reforma revolucionária federativa, mas, fez de conta que assunto não era do seu
interesse, transfere para as unidades federadas toda responsabilidade de alguns
setores prioritários e não lhes repassa valores que possam fazer frente aos
seus custos efetivos. Temos serviços prestados pelos municípios e Estados que
tem prioridade, caso específico da saúde, educação e segurança, principalmente
nos Estados menores e pobres, devastados pela avassaladora seca que continua a
matar seus animais de sede e fome, além de aniquilar as esperanças do povo,
principalmente do sertão nordestino que dependem das transferências do FPE,
muitas vezes representando muito mais que 50% das suas receitas.
O
senado como o representante dos Estados, e por força constitucional, seria o
órgão competente para lutar junto ao governo federal por melhorias, benefícios,
fazendo prevalecer o bom senso, procurando elevar o patamar de recursos para
sua região, contribuindo para que a desigualdade que existe fosse aos poucos sendo
corrigida. Entretanto, verificamos uma verdadeira indiferença desses senhores
para com suas terras e o seu povo. Muitas vezes fico pensando no livro do
apocalipse, o livro sagrado do cristianismo, quando ele fala que Deus vomitará
os mornos, eu imagino o que ele não fará com os indiferentes, os ausentes, os
coniventes, os subservientes e os omissos.
Em
(16/04), o mesmo senado aprovou o Estatuto da Juventude (PLC98/2011),
nada contra, tudo certo se não fora a repetição, pura e simplesmente, do conteúdo
do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um dos mais completos em
todo mundo democrático. Fazendo justiça, a única voz discordante e apontando a
falha lamentável, de todo senado, foi do senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB/SP). Esse estatuto corrige apenas uma anomalia estatutária, quando era
delegado somente a UNE (União Nacional dos Estudantes) o direito de emitir as
carteiras estudantis em todo território nacional. Entretanto, a juventude passa
a ser engessada na sua expressão e opinião quando é criada uma rede estudantil,
desde o município, o Estado e a União, que servirá apenas para manipulação de
partidos políticos e políticos de interesses escusos. Mais ainda, foi estendida
a vantagem da ½ entrada para casas de diversões, lugares esportivos e outros,
com limite de 40% da sua capacidade de lotação, quando isso for permitido, além
da vantagem na compra de passagem no transporte coletivo aos jovens de 15 até
29 anos, vejo nesse tópico apenas interesses eleitoreiros. Essa faixa de idade corresponde
a 51 milhões de pessoas, ou 25% da nossa população. Nada contra benefícios para
a juventude, dentro do seu período de aprendizagem, quando ainda não há independência
financeira, mas, dos 21 até 29 anos é um exagero, caso ela não seja considerada
incapaz ou amoral; nesse período, a pessoa, depende da sua capacidade e
desenvolvimento, pode ser eleita vereador, prefeito, deputado estadual,
deputado federal, e, pode ainda ser proposto no ano seguinte, aos 30 anos, ao
governo de qualquer Estado, tendo se transformado num empresário, de conformidade
com sua visão e projeção. Portanto, essa propositura é despropositada. O jovem
com 21 anos é uma pessoa capaz, livre, independente, com o livre arbítrio de ir
e vir, não precisa ser tutelado pelo Estado.
Estamos
precisando é que, os senhores legisladores votem a redução da maioridade aos 16
anos, para que as autoridades possam agir contra os infratores, que agem, e são
usados para essa finalidade pelos marginais adultos, pois, sabem eles, que
estão cobertos pelo estatuto da infância e da juventude, praticando crimes,
fazendo viúvas, matando sonhos e tirando a paz das famílias que trabalham com a
dignidade dos justos. É a nossa sociedade vivendo um drama nunca vista antes.
*Escritor e Poeta
Omissão, Atitude dos Indiferentes
Reviewed by Clemildo Brunet
on
4/19/2013 08:34:00 AM
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