JERDIVAN: UM MEMORIALISTA REGISTRANDO O SEU TEMPO

Paulo Abrantes de Oliveira

Jerdivan está de parabéns. Memorialista, está registrando o seu tempo. Tarefa, aliás, a que se dedica a menor parte dos homens.

Certo dia o procurei e

ele estava em Pombal, dentro dos cartórios, pesquisando a história dos pontões do Rosário de Pombal.

Li a "Irmandade dos Negros do Rosário de Pombal" de um trago só. Dediquei-me a leitura com sede de sertanejo da caatinga nos dias de sol causticante. Enlevado, deliciei-me com os personagens que conheci pessoalmente e que faziam a vida da cidade.

Ninguém soube cantar tão bem a sua terra como Jerdivan, além de outros, aí está também este livro: “A Irmandade dos Negros do Rosário de Pombal”.

Que tem cheiro de poesia. É uma linguagem de característica incomum, por retratar, com absoluta fidelidade, o perfil e o "habitat" de seus mais afeiçoados

conterrâneos. Aliás, seus livros são escritos com talento de quem sabe o que faz. A leveza da narrativa da "Irmandade..." parece a suavidade do pincel de

Velásquez, prendendo o leitor do começo ao fim.

Parabéns pela simplicidade e pela iniciativa de reunir um elenco de fatos históricos que tornaram um livro precioso de pesquisa para todas as gerações pombalenses.

Paulo Abrantes de Oliveira - é escritor pombalense.