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Insensatez é querer imputar sistematicamente falhas a terceiros

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*
O governo no seu consuetudinário das suas destoantes prerrogativas lança mais um balão de ensaio na tentativa de apresentar um novo pacote, um verdadeiro imbróglio escamoteado nas entrelinhas do desespero, para aprovação do orçamento do próximo ano, inovando, como sempre para pior, lança dentro do Congresso Nacional e no colo dos seus ilustres componentes, o dever de revisar e consertar os erros crassos da sua inoperância, repassando aquela casa de Lei, a responsabilidade de ajustes do orçamento, o que sempre foi e
é uma responsabilidade do Executivo.                
Como é sabido, depois de ver a inoportuna atitude ser enxovalhada e rejeitada pela sociedade incrédula, desiste momentaneamente, tenta mais vez, como lhe é peculiar, sem saber bem como tratar os seus afazeres, uma nova peça orçamentária mal elaborada, com a possibilidade de criar recursos para superar o déficit apresentado, tornando em positivo um resultado inicialmente negativo de R$30 bi, para isso, lança a ideia de aumentar o imposto de renda, cujo sacrifício maior ficará por conta da classe média assalariada, pois perderá R$60 bi, para fazer o resultado positivo nas contas do governo, de 0,7%, número inicialmente apresentado pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Vieira Ferreira Levy.              
Essas idas e vindas à execução do orçamento para o próximo ano é um reflexo direto, de quem está perdido no emaranhado de incertezas que paira sobre aquela pasta, da Fazenda, e os mentores da economia; como bem sabemos o Ministro Levy não é o responsável direto pela nossa economia, existe sem números de bisbilhoteiros, mal informados, pitaqueiros e donos da dosimetria do apanágio da viuvez, procurando desnuviar o que já se transformou num vendaval de desilusões. Nessa hora de incertezas e desalentos bem melhor seria se cada um se responsabilizasse pelos seus afazeres e deixassem quem realmente entende do ofício trabalhar sem intervencionismo nocivo ao resultado final de cada operação.
           Enquanto o documento fica sobre malhete, esperando uma posição firme do governo federal, e antes disso, o Senado federal aguarda a cota de sacrifício proposto pelo próprio governo, eliminando 10 Ministérios, o que corresponde a quase 25% do setor, em números redondos, mas que não seja feito apenas a eliminação dos Ministérios, que seja feita um corte de custo e mão de obra nessa mesma proporção, e não desativar os órgãos e transferindo seu pessoal para outros setores, sem a devida dispensa de pessoal que possa legalmente ser dispensado, caso específico dos alocados dentro do governo sem nenhum concurso público, apenas para atender compromissos partidários, ou seja, servindo de cabide de empregos, o que tem tornado um hábito nos últimos 13 anos, como projeto de poder.
         O mais alarmante é não ver nenhuma iniciativa do governo federal com intenção de fazer sua parte nessa difícil tarefa de descontinuar o modelo gerencial ora em execução e por em prática gestos e atitudes aglutinadoras de pensamentos positivos e colaboradores, tirando do caminho as amarras indesejáveis a nossa economia. Além de nada fazer para contornar os problemas cruciais que atinge toda a nação brasileira, o mesmo governo tenta passar à opinião pública a ideia que está tudo bem, anunciando a terceira etapa do Nossa Casa Nossa Vida, quando as construtoras envolvidas nesse processo encontram-se endividadas e com sérios problemas de liquidez, exatamente para falta de pagamentos por parte do governo que não tem honrado seus compromissos junto aos fornecedores de vários setores. Essa atitude sem nexo não é mais um ato de irresponsabilidade administrativa, mas uma questão de lucidez e problema mental. Enquanto isso, outra ala governista anuncia acertos e desaceleração no programa Nossa Casa Nossa Vida.
       Esses conflitos de interesses só eleva a tensão no sistema já tão abalado e desacreditado, tornando as coisas incontroláveis e sem previsões de um acomodamento dentro de um prazo factível e viável na elaboração e execução. A presidente Dilma definitivamente parece que desacredita nos próprios fatos do dia a dia, quando tenta achar que pode até ter errado, se errou foi por conta dos gastos sociais, como se esse fato lhe credenciasse a gastança exagerada. Com esses impasses até mesmo a permanência do Ministro Joaquim Levy fica absolutamente incerta e todo sistema vulnerável, por culpa absoluta da falta de clareza por parte de um governo incoerente até mesmo nos fundamentos dos seus conceitos, cortando gastos na educação quando se apresenta como uma Pátria Educativa. *Escritor e Poeta
Insensatez é querer imputar sistematicamente falhas a terceiros Insensatez é querer imputar sistematicamente falhas a terceiros Reviewed by Clemildo Brunet on 9/10/2015 04:40:00 PM Rating: 5

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