Às favas com os escrúpulos, dona Dilma

João Costa

João Costa*

Para sua consideração – Encaremos a situação da mesma maneira como o telejornal Bom Dia Brasil – porta-voz do pensamento da famíglia Marinho -  prenuncia todos os dias para o país. O amanhã é sempre um dia mais escuro. Tem sido assim para as pessoas emparedas em seus infortúnios pessoais caminhando para o estado de sítio, se já não estamos nele. Para continuar mais confuso o entendimento da vida nacional na atual quadra, o Congresso Nacional virou o sexto dedo de um pé, uma espécie de segundo umbigo da Nação – uma anomalia política.

É preciso avisar a dona Dilma Vana, é preciso governar para quem a elegeu pela segunda vez, uma vez que os perdedores não aceitaram, e

nem vão aceitar nada nos marcos do estado de direito. Se eleger com os votos dos brasileiros que apostaram na continuidade dos avanços sociais e econômicos conquistados, ainda que pífios para quem quer um país soberano, economicamente e militarmente forte, e capitular diante da malta de trânsfugas do PMDB, de falsos moralistas do PSDB e de fascistas de todos os matizes, é decepção atroz. A luta é de classe e a senhora ainda não se deu conta.

 Sabemos como a Direita pensa; basta lembrar da expressão  “às favas com os escrúpulos”, disse certa vez o coronel Jarbas Passarinho, na hora de endurecer o regime ditatorial lançando mão de artifícios jurídicos. Juristas refinados na arte de camuflar ressentimentos e ódio, como Reale Junior e Hélio Bicudo, estão à disposição do caos – vivem disso, são eternas vivandeiras do fascismo. Se deixar encurralar pelos Cunhas desse país, é capitulação; apostar na força do direito é de uma ingenuidade política, que beira a um infante senil, que julga ser Michael Temer um estadista .

 E aí, dona Dilma, a experiência ensina, às vezes, a janela de oportunidade só abre por um tempo muito curto – esse é o seu tempo de assumir a ofensiva, ou declare-se incapacitada e frustre aqueles que querem um país melhor. Mire-se no que fez Hugo Chaves quando reagiu ao golpe e virou o jogo.

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br