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O silêncio também corrompe tal qual o perdão

João Costa
João Costa*

O jornalista Janildo Silva, numa curta postagem em sua página do Facebook, chamou a atenção para um sinal simples: não existe floresta silenciosa. E se assim parece, os monstros que nela habitam estão a caminho – esta interpretação fica por minha conta. Para que serve o silêncio? É compulsório, sepulcral, tranquilo ou doloroso? Na pior das hipóteses dá um texto de teatro.
Recorro ao “pai dos burros” totalmente empoeirado, para descobrir o óbvio, que silêncio vem do latim, silentiu, que sentenciam ser uma língua morta, mas nem tanto. E
ler o seu significado é assustador. É a “abstenção de falar ou escrever”. Para agravar, parece que no nosso estado, silentiu remete diretamente a outro vocábulo latino; sileo. E, de novo, o “pai dos burros”, no sentido de calar, omitir-se. Não tem saída; meu caro Janildo.
Tem uma frase recorrente em filmes policiais americanos totalmente kafkiana sempre dita pelos “homi” da lei na hora de prender, aquele que é caçado, independentemente do sentido de justiça na base do culpado ou inocente, que diz:  “Você tem o direito de permanecer calado, tudo o que disser poderá ser usado contra você num tribunal.”
Logo, sinaliza que o tribunal, e não a lei, não está do seu lado ou do meu. Do contrário, não seria um filme. O papa Bento XVI numa de suas reflexões até que tentou fazer um comparativo entre o silêncio e a palavra na comunicação. Bento que renunciou também se chama Joseph Ratzinger, foi chefe da Congregação para Doutrina da Fé, que no passado atendia por Tribunal do Santo Ofício, e que entendia muito bem de silêncio, processos, fogueira, tortura e estado policial. Pois bem, já como chefe da Igreja Católica pontificou pela necessidade do silêncio “voluntarioso” até na comunicação digital, acreditem.
E o silêncio na floresta significa mau presságio para os indígenas. Então, aguardemos o rufar os tambores, pois “as cobras dormem trade, acordam cedo, são extremamente venenosas e gostam de atacar à noite”, profetiza o também jornalista Zé Euflávio. As cobras já estão em campo aberto.
Assim Caminha a humanidade!

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
O silêncio também corrompe tal qual o perdão O silêncio também corrompe tal qual o perdão Reviewed by Clemildo Brunet on 11/01/2015 08:26:00 AM Rating: 5

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