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Bagaceira nos caminhos desencontrados

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Já faz algum tempo que os caminhos que levam aos ajustes de setores prioritários para o nosso país encontram-se desencontrados e desajustados. Por maior que seja o esforço da tigrada petista os resultados são deploráveis, sem nenhuma consistência ou que venha merecer algum crédito que possa ter um pálido sinal positivo para o futuro.
Parece até uma doença recidivante, voltando sempre ao ponto original, implicando  com efeitos colaterais amplamente já conhecidos de nós pecadores brasileiros. Os jornais eletrônicos e os impressos, tem-nos alertado da simbiose motriz entre o capital e
o trabalho, ambos convivendo na mesma esfera como se determinante fosse essa junção de valores estereotipados. Não tenho a menor dúvida que alguém vai sair lesado dessa sociedade carcomida pela distancia dos seus valores e filosofia, são ajustes que o tempo não aceita, dentro dos nossos padrões seculares, cujas barreiras sociais estão bem explicitadas no limítrofe das cidades, bairros e até mesmo ruas, com suas construções estanques, apenas observadas na arquitetura silenciosa dos pensamentos vaidosos que revestem a alma materialista dos ignóbeis.
Somos severamente informados pelos noticiários mais elementares das diferenças de tratamento dado aos pacientes de diferentes classes. Enquanto a medicina praticada nos hospitais particulares continua sendo de peculiares assertivas, não faltando medicamentos e profissionais tecnicamente capazes de um atendimento corretivo ou curativo de forma rápida e contundente. Nos outros hospitais, onde o assistencialismo predomina de forma a ser considerada muitas vezes a única fonte de recursos para manutenção do nosocômio, as dificuldades são extremamente explicitas e desumanas. No caso específico do tratamento de oncologia chega a ser repugnante a assistência dada aos seus pacientes, muitas vezes largados a própria sorte e aos cuidados de parentes abnegados, fazendo verdadeiras via sacras em busca de amparo, chegando a cruzar fronteiras interestaduais, procurando amparo em locais mais desenvolvidos, sem, entretanto, na maioria das vezes, conseguir seu intento. É impiedoso saber que estamos sendo administrados por tamanha incompetência por parte daqueles que deveriam oferecer uma contra partida aos que por muitos anos pagaram suas taxas, cujo recolhimento sempre foi um exemplo de gula e determinação dos órgãos competentes.
Para exemplificar com mais um setor que devia ter um cuidado especial, o da segurança pública, estamos no fundo do poço, somos sacudidos por rajadas de balas que cruzam as noites quentes do verão de pancadas de chuvas e barulhos do tilintar das balas perdidas nas grandes cidades, resultado dos duelos das facções rivais, ou fações contra policiais, muitas vezes esses policiais mal preparados e orientados, portanto armas superadas pelo tempo e uso, a enfrentar verdadeiros atiradores de elites que compõem essas facções assassinas, que terrorizam nossas cidades com seus crimes de violência e tráfico a perverter nossos filhos indefesos. Sabemos que essa é uma situação sem mudanças para os próximos anos, poderá até mudar para pior, enquanto não dermos uma educação correta para as crianças de hoje, estaremos, forçosamente, construindo cadeias para os homens do amanhã. Lamentavelmente, temos uma população carcerária com 60% superior à capacidade oferecida, para um sistema falho, mesmo dentro das limitações, imagine então essa população quase dobrada, resultado não poderia ser diferente, esses jovens encarcerados não têm a menor chance de se reeducar nesses ambientes promíscuos, empurrando os principiantes para o crime profissional e de alta periculosidade.
Enquanto estamos fazendo uma reflexão de dois temas básicos, segurança e saúde, a educação é lastreada por desesperança, sem perspectivas de melhoras para um futuro próximo. Apostamos alto no pré-sal e os royalties que ele pudesse nos oferecer para investimentos na educação, em defesa dessa tese muitos brigaram tentando assegurar recursos para suas áreas e municípios. Sabemos que o petróleo entrou em declínio, o barril do produto bruto, em 5 anos caiu de U$100 para U$29 dólares, preço inferior  ao salmão pescado aqui no Sul do Brasil. Esse recuo no preço do petróleo implica fundamentalmente na exploração do pré-sal brasileiro, com o agravante de termos uma oferta do produto superior ao consumo atual. Essa situação decorre da desaceleração industrial, em termos mundiais, o retorno do Irã ao mercado, com a revogação das sanções econômicas internacionais ao país, e a exploração do xisto, outro tipo de óleo, o tightoil (petróleo apertado), pelos EUA, além da extração em águas profundas do Golfo do México, passando os americanos ao 1º lugar na extração de petróleo, superando a Arábia Saudita, ficando esse último país com o menor custo de produção por barril de petróleo do mundo.
Tudo isso posto, temos que admitir que o nosso futuro seja incerto, qualquer que seja a corrente ideológica ou política que continue a administra o país, na realidade, vivemos cercados de malversações e incertezas, não sabemos o que poderá vir pela frente, nossos atuais dirigentes e seus opositores não nos inspira confiança, estamos a busca de um líder a nos conduzir, não sei se teremos oportunidade de conseguirmos esse herói nacional, a tempo de salvar nossa nau que já se encontra a pique.
*Escritor e Poeta

www.Genivaldantas.com
Bagaceira nos caminhos desencontrados Bagaceira nos caminhos desencontrados Reviewed by Clemildo Brunet on 1/29/2016 06:58:00 AM Rating: 5

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