Bagaceira nos caminhos desencontrados
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
Já faz algum tempo que os caminhos que
levam aos ajustes de setores prioritários para o nosso país encontram-se
desencontrados e desajustados. Por maior que seja o esforço da tigrada petista
os resultados são deploráveis, sem nenhuma consistência ou que venha merecer
algum crédito que possa ter um pálido sinal positivo para o futuro.
Parece até uma doença recidivante,
voltando sempre ao ponto original, implicando
com efeitos colaterais amplamente já conhecidos de nós pecadores
brasileiros. Os jornais eletrônicos e os impressos, tem-nos alertado da
simbiose motriz entre o capital e
Somos severamente informados pelos
noticiários mais elementares das diferenças de tratamento dado aos pacientes de
diferentes classes. Enquanto a medicina praticada nos hospitais particulares
continua sendo de peculiares assertivas, não faltando medicamentos e
profissionais tecnicamente capazes de um atendimento corretivo ou curativo de
forma rápida e contundente. Nos outros hospitais, onde o assistencialismo
predomina de forma a ser considerada muitas vezes a única fonte de recursos
para manutenção do nosocômio, as dificuldades são extremamente explicitas e
desumanas. No caso específico do tratamento de oncologia chega a ser repugnante
a assistência dada aos seus pacientes, muitas vezes largados a própria sorte e
aos cuidados de parentes abnegados, fazendo verdadeiras via sacras em busca de
amparo, chegando a cruzar fronteiras interestaduais, procurando amparo em
locais mais desenvolvidos, sem, entretanto, na maioria das vezes, conseguir seu
intento. É impiedoso saber que estamos sendo administrados por tamanha
incompetência por parte daqueles que deveriam oferecer uma contra partida aos
que por muitos anos pagaram suas taxas, cujo recolhimento sempre foi um exemplo
de gula e determinação dos órgãos competentes.
Para exemplificar com mais um setor que
devia ter um cuidado especial, o da segurança pública, estamos no fundo do
poço, somos sacudidos por rajadas de balas que cruzam as noites quentes do
verão de pancadas de chuvas e barulhos do tilintar das balas perdidas nas
grandes cidades, resultado dos duelos das facções rivais, ou fações contra
policiais, muitas vezes esses policiais mal preparados e orientados, portanto
armas superadas pelo tempo e uso, a enfrentar verdadeiros atiradores de elites
que compõem essas facções assassinas, que terrorizam nossas cidades com seus
crimes de violência e tráfico a perverter nossos filhos indefesos. Sabemos que
essa é uma situação sem mudanças para os próximos anos, poderá até mudar para
pior, enquanto não dermos uma educação correta para as crianças de hoje,
estaremos, forçosamente, construindo cadeias para os homens do amanhã.
Lamentavelmente, temos uma população carcerária com 60% superior à capacidade
oferecida, para um sistema falho, mesmo dentro das limitações, imagine então
essa população quase dobrada, resultado não poderia ser diferente, esses jovens
encarcerados não têm a menor chance de se reeducar nesses ambientes promíscuos,
empurrando os principiantes para o crime profissional e de alta periculosidade.
Enquanto estamos fazendo uma reflexão de
dois temas básicos, segurança e saúde, a educação é lastreada por desesperança,
sem perspectivas de melhoras para um futuro próximo. Apostamos alto no pré-sal
e os royalties que ele pudesse nos oferecer para investimentos na educação, em
defesa dessa tese muitos brigaram tentando assegurar recursos para suas áreas e
municípios. Sabemos que o petróleo entrou em declínio, o barril do produto
bruto, em 5 anos caiu de U$100 para U$29 dólares, preço inferior ao salmão pescado aqui no Sul do Brasil. Esse
recuo no preço do petróleo implica fundamentalmente na exploração do pré-sal
brasileiro, com o agravante de termos uma oferta do produto superior ao consumo
atual. Essa situação decorre da desaceleração industrial, em termos mundiais, o
retorno do Irã ao mercado, com a revogação das sanções econômicas
internacionais ao país, e a exploração do xisto, outro tipo de óleo, o tightoil
(petróleo apertado), pelos EUA, além da extração em águas profundas do Golfo do
México, passando os americanos ao 1º lugar na extração de petróleo, superando a
Arábia Saudita, ficando esse último país com o menor custo de produção por
barril de petróleo do mundo.
Tudo isso posto, temos que admitir que o
nosso futuro seja incerto, qualquer que seja a corrente ideológica ou política
que continue a administra o país, na realidade, vivemos cercados de
malversações e incertezas, não sabemos o que poderá vir pela frente, nossos
atuais dirigentes e seus opositores não nos inspira confiança, estamos a busca
de um líder a nos conduzir, não sei se teremos oportunidade de conseguirmos
esse herói nacional, a tempo de salvar nossa nau que já se encontra a pique.
*Escritor e
Poeta
www.Genivaldantas.com
Bagaceira nos caminhos desencontrados
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/29/2016 06:58:00 AM
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