Eis Idos de março apenas estão começando

João costa

João Costa*

Cuidado com os idos de março; foi à advertência feita por um cego a Júlio César, profetizando traições, conspirações e assassinatos. Os profetas às vezes acertam e o cego Aderaldo da Roma antiga acertou, uma premonição que por casualidade ou causalidade, se aplica a Dilma Vana, em sua incompreensível  autoflagelação. César levou 22 facadas numa conspiração de 60 senadores e amigos próximos como Brutos e Cássio. Dilma acha que os conspiradores “estão falando grego”, como se fosse impossível de traduzir aquilo que não é mais segredo.

O ex-presidente Lula será preso e

se condenado, fica inelegível, e o caminho fica livre para a derrubada do governo petista, que teima em afundar sozinho. As pedras se encaixam: o Supremo cuida de reinterpretar o Artigo 5 da Constituição, anulando-o na sua chamada causa pétrea, em articulação com setores de Estado, como o Ministério Público e a Polícia.

Os conspiradores no PSDB, os mesmos que colocaram em dúvida a idoneidade e a segurança das eleições de 2014, recorrem agora à mesma Justiça Eleitoral, conferindo-a credibilidade já negada por eles mesmos. No decorrer de menos de um ano de mandato, açodados traidores como o vice-presidente Michael Temer se revelaram – não é o caso do ministro da Justiça, José Cardozo, esse um conspirador que agiu e age abertamente. Um mistério a ser explicado.

O mundo estranho se revela no Judiciário. Uma fórmula mágica é descoberta no Supremo Tribunal, o chamado “domínio do fato”, pelo qual o acusado pode ser condenado sem provas. Agora, o Juiz prende para arrancar provas dos acusados, eliminando a presunção de inocência.

Para encurtar, o fato é que Dilma Vana cede até o limite da traição nacional, ao derrubar a soberania da Nação sobre o pré-sal – o alvo econômico dos conspiradores. Arrastando para a paralisia programas de Defesa, como a construção do submarino nuclear, compra de aviões e artefatos militares, numa conjuntura geopolítica que aponta para a internacionalização dos conflitos no momento confinados na Síria-Líbia-Iraque.  Sinceramente, acho que seremos arrastados para a conflagração civil - o que não seria tão ruim assim.

Reluta em demitir e prender o ministro Zé Cardoso (pode-se prender sob qualquer pretexto no Brasil de hoje), vacila em lançar mão de seus poderes, sinalizando que  já não os tem. E os conspiradores agem segundo seu roteiro: produzir o efeito manada através das famílias Marinho, Civita, Mesquita e Frias; órgãos de estado cavilosamente erguem bandeiras espúrias, porém modernas e simpáticas, como “autonomia” para a o Ministério Público, para a Polícia Federal e, em breve, quem sabe para o Corpo de Bombeiros e as guardas municipais. E todos agem como se nada fosse possível despertar milhões de brasileiros com ouvidos moucos, à espera do Minotauro que procura sua saída desde as eleições de 2014. Acho que vai achar!

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br